quarta-feira, dezembro 30, 2009

Pito, e um post pessimista

O pito foi meu pai quem deu, por causa do post anterior, sobre Sean Goldman. Porque há coisas sobre o caso que sabemos pouco, e tal. Independente da picaretice do pai do menino, ou da família materna, o pai é o pai. Ponto. E se os EUA não respeitam a Convenção de Haia em todos os casos, o Brasil tem que imitar e não respeitar também? Eu acho que tem que se respeitar e acabou...

E sobre a revista Veja. Que fique bem claro que a abomino como meio de comunicação porque é absolutamente tendenciosa, assim como as grandes redes de TV brasileiras e alguns dos principais jornais do país. É só isso. Não dá pra confiar só nas notícias que eles veiculam, então é importante beber em outras fontes.

Quanto à decepção natalina... Eu até tava entusiasmada com a questão das decorações, o espírito de Natal, e tals, pra então descobrir que é tudo balela! Consumismo puro. Por aqui as pessoas não apenas fazem árvores de Natal, mas enchem, entopem a casa de enfeites de Natal, toalhinhas de Natal, velas e castiçais de Natal, tapetes de Natal, um horror! Fiquei chocada com a futilidade, e achei cafona no último. Vivo numa cidade pequena, e portanto com aquela mentalidade provinciana. Cheia de tradições, uma delas de encher a casa de enfeites caríssimos de Natal, que se pendura nas janelas e espalha por toda a casa. E depois as comadres se telefonam pra trocar informações sobre os enfeites que veem na casa das outras e tal. Achei uó!

E a troca de presentes foi um outro tapaço na cara! Eu, Lars e a mãe dele jantamos aqui, e depois fomos pro irmão dele. A árvore de Natal abarrotada de presente embaixo. E a tradição: as crianças pegam um presente, lêem pra quem é, entregam, a pessoa abre, vai agredecer a quem deu, e assim pega-se o próximo presente. Até aí tudo bem. Mas então começaram a aparecer presentes de gente que não estava ali presente. E Lars me disse que todos juntam todos os presentes que ganharam e levam pra abrir, e achei o fim do mundo! Porque cargas d´água fariam isso? Pra se exibir, claro! Quem ganha mais presentes lindos, tem mais amigos, etc. Daquela sala saíram 5 sacos de lixo de um metro ou mais de altura. Ficamos ali das 9 até mais de 11 e meia abrindo presentes.... Booooring! As crianças ganharam tanto brinquedo que daria pra uma creche ou orfanato inteirinhos por uma ano... Já sei o que comprar pros sobrinhos ano que vem, e certamente não será brinquedo.

Aquela coisa de união, família toda reunida, nica nica de nadinha. Os jantares cá e acolá são - como aparentemente TUDO em Bodø - um evento social. Enchi! E ano que vem, aqui em casa, só a árvore de Natal, e olhe lá. E quando perguntada, responderei... Como é possível celebrar um Natal assim quando milhões de pessoas não tem água ou comida? Porque não pegar o dinheiro e ajudar alguém que precise? Porque todo mundo vai à igreja, mas cadê os princípios cirstãos?

Esse pessimismo todo deve-se ainda ao livro "The World Without Us", que tem me causado mais pesadelos do que Atividade Paranormal, o filme... Porque eu continuo lendo? Porque acho importante saber que até a porcaria do seu exfoliante corporal manda plástico nada biodegradável pros oceanos e portanto pra cadeia alimentar... E que o salmão chileno do qual as pessoas se entopem nessa época do ano não é nativo do Chile, mas introduzido para reprodução em cativeiro, e hoje, depois de fugir, milhares de exemplares se reproduzem lindamente em córregos chilenos onde não tem predadores; que as plantas geneticamente modificadas pela Monsanto são feitas de tal forma que as sementes não sejam férteis, e assim os agricultores tenham que comprar sementes nova todo ano, e que esses mega-agricultores estão destruindo o ganho dos pequenos agricultores familiares que não tem como competir... Acho importante ter conhecimento de tudo pra poder mudar meus hábitos de acordo. E no Natal, todo esse esbanjamento de recursos, consumo de descartáveis, plásticos, etc, Surtei...

Pra ajudar, peguei uma gripe brava, e por conta disso estou adiando a festa de Ano Novo na casa de um amigo do Lars. Além do mais, não tô nem um pouco afim de ver um povo mais de 30 se portando como adolescentes com relação ao álcool. E olhe que eu bebo, hein? Então seremos nós dois bem tranquilos aqui em casa.

Mas aproveito pra desejar a quem passar por aqui um 2010 cheio de realizações. E que aproveitemos pra refletir e fazer as mudanças necessárias pra um mundo mais justo - e habitável no mínimo. Deixo aqui um cartão de Fábio Yabu, que generosamente não se opõe à reprodução deles. Mas se imprimir, que seja em papel reciclado, como ele sugere...

PS - antes que alguém me interprete mal... A família de marido é ótima, maravilhosa. O tradicionalismo faz parte do way-of-life bodense, então não os culpo. Me irrita mais esse tipo de coisa quando vem de gente que conheço menos - amigos, familiares mais distantes e etc.

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Uma palavrinha sobre o caso Sean Goldman

Taí um exemplo nato da arrogância e prepotência do brasileiro em geral... Todo mundo conhece o caso, não é necessário explicar. O governo americano de Geroge Bush tava muito preocupado em arrumar guerras e atacar países árabes pra dar importância a ele. Mas David Goldman vem travando uma batalha feroz com a Justiça brasileira há vários anos. Assim que soube que a cafajeste da esposa - sim, porque o que ela fez foi cafajestagem de quinta categoria, ainda mais pra uma mulher de "família fina e educada". Se fosse uma Zé Ruela que não soubesse de nada nessa vida, ainda vá lá. Mas levar o menino dizendo que de férias e nunca mais trazê-lo de volta, cafajestagem! - David entrou na justiça americana, ganhou a guarda, e aí foram os tribunais e governo brasileiros que cagaram na entrada e saída, dando voltas na Convenção de Haia, que existe exatamente para evitar que esse tipo de coisa aconteça, e da qual o Brasil é signatário.

Eu entendo que uma parte do público brasileiro, tomado por puro anti-americanismo, tenha chegado a pensar, quando a historia chegou às tvs brasileiras, que o menino deveria permancecer no Brasil. Ainda mais se foram manipulados pela prepotente família materna do garoto, que chegou a alegar maus-tratos sofridos por Bruna, agressões de David, insinuando inclusive que o cara era um vagabundo, e que Bruna sustentava a casa. O que num país machista como o Brasil soa como o fim do mundo. Esse mesmo público brasileiro, imbuído de um machismo arraigado, não aceita que uma mulher sustente a casa, coisa perfeitamente normal em países europeus ou na América do Norte - exceto no México, país macho como o nosso... Agora, se o pai tivesse sequestrado o menino, sustentasse a casa e deixasse a mãe, todos iriam achar que o menino tinha que voltar pra mãe... Porque aí são os papéis tradicionais de uma sociedade machista. Mas imaginei que a opinião de gente mais ilustrada mudasse ao pensar com coerência.

Resolvi comentar sobre o caso após ver a entrevista do David Goldman no blog do Sérgio D'Ávila no Uol. O que me deixou pooooota foram os comentários (porque o jornalista tem feito o que deve, apenas passado a informação), feitos por gente que se encaixa no perfil acima, e provavelmente lê a Veja e assiste ao Jornal Nacional e só tem isso como fonte de informação, só pode ser! Tão chamando esse pai de "cavador de dinheiro", acusando-o de fazer do menino a mina de ouro...

Independentemente do fato de EUZINHA (que nem mãe sou) discordar da superexposição a qual estão submentendo o garoto, é preciso lembrar que exclusividade no furo nos EUA tem tratamento de mina de ouro SIM, e o cara ia receber sim pra dar entevista pra NBC, CBS, ABC ou a PQP que fizesse a melhor oferta. Afinal o cara é duro! Gastou tudo o que já não tinha com advogados e viagens ao Brasil - quando foi proibido de ver o filho! Hello, é o filho dele, por**!!!

Se fosse com você, o fato de seu pai ter lutado às últimas consequências por você não teria significado? Alguém que esculhamba o cara se lembra de que o filho dele foi arrancado dele e a família louca da ex-mulher resolveu apagá-lo da vida do menino? E conseguiu porque tinha pistolão na Justiça???? Hello! Onde anda o bom senso?

Ah, e sempre tem um desmemoriado que grita "Se fosse o contrário, o governo americano jamais devolveria o menino..." se esquecendo completamente do caso Elian Gonzalez, do qual eu não consigo esquecer porque até ofuscou as Olimpíadas de 2000, só dava ele na CNN. Eu estava sediada em Miami com o Splendour of the Seas... Pra quem não lembra, a mãe fugiu de Cuba com ele num barquinho que afundou. Todo mundo morreu, inclusive a mãe. O menino sobreviveu e foi resgatado por pescadores e levado pra Miami - que é o objetivo de quem deixa Cuba num barqunho, afinal*. A família cubano-americana queria que o garoto ficasse nos EUA, e o pai (e Fidel, claro!) queriam o menino de volta, uma vez que a mãe fugiu sem consentimento... E o Governo Americano, apesar de todos os protestos - até o prefeito de Miami queria que o menino ficasse - devolveu o garoto ao pai. E os EUA e Cuba nem relações diplomáticas tinham (ou tem). Até a Espanha se manifestou pelo repatriamento de Elian.

Depois desse exemplo, acho que não sobram mais dúvidas quanto ao cumprimento da Convenção de Haia. E ponto final, que deixem esse menino em paz!

*DISCLAIMER: História triste, já vou avisando...
Anos mais tarde fui obrigada a lembrar da história Elian Gonzalez novamente. A bordo do Navigator of the Seas... Um passageiro passeando no deck da piscina viu ao longe no oceano um brilho estranho. Notificou um tripulante, que notificou a ponte. Lá pelas tantas da tarde o Capitão anuncia nos alto-falantes que terá de virar o navio, pois há um barco no mar sinalizando com espelhos, o que siginificava apuros. Então, o Navigator com suas 148 mil toneladas foi chegando perto dum botinho de madeira minúsculo, furado. Os ocupantes estavam tentando tirar a água com um baldinho. Estavam com queimaduras graves de sol, insolação e desidratados. Eram 11 pessoas, sendo uma mulher grávida. Abaixo as fotos do resgate...






Foram levados ao hospital, tratados, foram alimentados, tomaram banho, foram vestidos, mas depois de tudo, o Capitão não tem outra alternativa a não ser entregá-los para a Guarda Costeira americana. Partiu o coração de todos nós, tripulantes - e olha que eu tomei muita cerveja em cima disso com o Security Officer, Les (o ruivo de barba na terceira foto), que havia servido quase a vida toda a Marinha Real Britânica, e confessou que nunca havia se sentido tão mal... Pra quem tem simpatia com o regime cubano, presenciar coisas assim fazem pensar duas vezes! E o frenesi dos passageiros cubano-americanos à bordo, contactando advogados de imigração em terra, tentando fazer o possível pra que não mandassem os náufragos de volta... Eita, quanta história triste pro ano novo... Xô, história triste!

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Feliz Natal a todos os habitantes deste planeta!

Acabamos de decorar nossa árvore, seguindo a tradição. Os enfeites são na maioria da falecida avó do Lars, outros compramos e também assei hoje uns biscoitos de gengibre só pra dizer que tinha... O resultado...

E agora, tomando um gløgg COM árcou, obviamente, e esperando um casal de amigos. Fiz fudge de chocolate com chips de banana e morango seco, brigadeiro, biscoitos de Hello Kitty e cachorrinho pras crianças amanhã, assei os biscoitos de gengibre e ainda achei tempo pra fazer lasanha de alce pro almojantar, porque esse risgrøt, ou creme de arroz, que eles tem por tradição comer hoje com uma amêndoa dentro (quem achar a amêndoa ganha um regalo) é muito do sem-graça, acho uó.

Então, amanhã faremos ribbe pra sogra, e depois vamos pra casa do cunhado abrir os presentes com as crianças. Estou desconectando o computador por causa das visitas, agora acho que só daqui uns 2 dias. Então, um Feliz Natal a todos, kos dere alle sammen! Celebrem a presença dos seus entes queridos, ou a mera existência deles caso eles não estejam presentes. Aqui meu cartão de Natal!






terça-feira, dezembro 22, 2009

Mais uma fotopostagem

Ontem tivemos uma pequena experiência com o frenesi comprístico de Natal... É que resolvemos sair para jantar, fomos ao Bjørk, um jantarzinho romântico, já que dia 24, véspera de Natal, é nosso aniversário de 3 anos juntos. E também nosso quarto Natal! E depois, fomos dar uma sapeada numas lojas atrás de um presente de Natal pro Tor Erik. Acabamos comprando mais enfeites pra árvore - de vidro, nada plástico! - uma assadeira especial pra assar ribbe... Mas afff, que coisa horrível, tudo lotado, as pessoas deixando tudo pra última hora - como nós... E foi também meu último dia de trabalho até dia primeiro de janeiro, quando recomeço...

E hoje, mais uma saída trágica, para mais famigeradas compras de Natal. Dia 24 a sogra vem almojantar em casa (porque ceia não é ceia às 4 da tarde, né...). Então precisava ir comprar váááááárias coisas, inclusive presentes de Natal. Falando em presente de Natal, tô poooota da cara com a Amazon.co.uk. Comprei pro Lars o livro do Nick Mason, do Pink Floyd, mais um DVD de entrevistas com os membros do Pink Floyd, e uma biografia do Sid Barret. Ainda não chegou!!!

Bom, a seguir, fotos da nossa saída...

A rua de casa às 10 e pouco da manhã

Ó como Bodø é muderrrrna!

Uma das praças de Bodø, com o relógio - note a hora e a quantidade de luz...



Outra praça e a árvore de Natal da cidade

Escuro, escuro meu...

O "xópisentis"

Refri de Natal (além de tantos outros itens de Natal)

Mais uma praça... E a barraquinha sami, vendendo carne de rena,

"Carne de rena. À venda filé e aparas"

Um pobre esquilo empalhado

E os vários tipos de salames e linguiças curtidas... Meu playcenter! E tem prova de todas!

Lars e o sami vendedor

Sugestões de presentes

Compra do dia: gløgg, bebida típica do Natal. Na verdade é um vinho quente, mas as versões industrializadas exigem apenas que se misture o frasco com água quente - ou o álcool de sua preferência. Serve-se o gløgg com amêndoas e passas picadas (que claro, também vem prontas!). Essa versão que comprei é orgânica, típica do estado de Finnmark, e leia o rótulo, é chamado de Toddy do Ártico! Amei! Agora quero o meu - com álcool, óbvio!



Compra do dia 2: salame de rena 100% artesanal, e salame de rena com alce e vaca e mirtilos... Nam nam!

O pier de Bodø

Vista do fjord a partir de Hunstad, bairro mais residencial, onde moram os pais da concunhada, e meus alunos de português. Fui levar de presente um fudge de chocolate com amêndoas feito por mim... Olha que desbunde de paisagem!

E a fofíssima Macy, cadelinha da Birgitt, mãe da Sylvia, minha concunhada. Ela vê o Lars e pula no colo dele e não sai mais...

Agora, beberemos o Toddy Ártico assistindo a uma provável bosta de filme, chamado "Paul Blart: Mall Cop" , mas queríamos assistir a um no-brainer, e adoramos o ator Kevin James, que faz o Doug Heffnan de The King of Queens, e é outra porcaria engraçadíssima. É que eu ainda tô com medo por causa do Atividade Paranormal, vixe!

Ah, e antes que eu me esqueça... Não comentei mais sobre COP15 porque fiquei pooooota com tudo aquilo, me sentindo uma verdadeira palhaça por ter acreditado que algo de bom sairia dali, e só vi foi vergonha. Minha! Mas então, o fato que me causou risos foi saber do show que antecedeu a abertura da Conferência. Show no qual a banda sueca Europe se apresentou. Eu-quem? você se pergunta, e então eu é que te pergunto onde andava você pelos idos de 1988. Se andava pelos mesmo lugares que eu e milhões de pessoas, vai se lembrar dos cabeludos do Europe, numa época em que muitos cabeludos com guitarras pesadas apareceram, e da música The Final Countdown! Que eles cantaram mais de 20 anos depois, numa conferência climática... Olha a letra, e a ironia disso tudo!!! Mas valeu, como disse, sou saudosista da música da década de 80, e esta é sem dúvida um crááááássico!



The Final Contdown
by Joey Tempest

We're leaving together
but still it's farewell
and maybe we'll come back,
to Earth, who can tell?

I guess there is no one to blame
we're leaving ground (leaving ground)
will things ever be the same again?
It's the final countdown.

The final countdown.

Oh, We're heading for Venus (Venus)
and still we stand tall
cause maybe they've seen us
and welcome us all, yeah
with so many light years to go
and things to be found (to be found)
I'm sure that we'll all miss her so
It's the final countdown.

The final countdown.

Oh, it's the final countdown
we're leaving together

The final countdown
we'll all miss her so
It's the final countdown (final countdown)
Oh, it's the final countdown

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Agora música pra Renata dodói em Boston

Porque esse blog é bem democrático... Bastou reclamar pra conseguir o que quer! Ela disse que também queria música de presente, e como eu me lembro de ela ter mencionado algo nesse post aqui, aqui vai! Rê, pra você lembrar dos seus anos 80 e 90.

E pra quem acha que só de a-ha é feito meu iPod, tá mutcho enganado. Sou sim uma tremenda saudosista dos anos 80, que teve muito trash, mas também MUITA coisa boa... A primeira música está entre minhas favoritas de todos os tempos, e está no álbum "Music for the Masses" de 87, o primeiro disco do Depeche Mode que escutei. Os caras estão aí na ativa, em tour (Tour of the Universe, que passaria pelo Brasil mas foi cancelado por problemas de logística, segundo alegaram...), e ainda fazendo muita música boa... A segunda música está no último álbum, "Sounds of the Universe". Ambos vídeos são excelentes também...





Esses "meninos" também ajudam a combater o frio e escuridão, porque só tenho vontade de dançar ao escutá-los! Aumenta o som aí, ! Boas festas pra você, e melhoras...

Explicando a escuridão

Pra quem não está aqui, às vezes pode ser difícil entender porque reclamamos da escuridão. Aqui na minha latitude (67°17'N) não há noite polar (quando o sol não ultrapassa a linha do horizonte por um período). Mas é perto disso. O sol aparece no horizonte por algumas horas. Mas ele nasce, se movimenta quase paralelamente ao horizonte por um par de horas pra então se por novamente. Entretanto, como ele fica pra baixo do horizonte, mas próximo a ele, sua luz ainda ilumina o céu, mas uma luz de lusco-fusco. Então, as poucas horas de luz nos trazem uma luz de araque, digamos assim.

E aqui no meu pedaço, tem sido das 10 e pouco até duas da tarde... Hoje acordei 9 e pouco da manhã e era noite de tudo. Luz mesmo, como nessas fotos aí embaixo, da rua de casa nos dois sentidos, só lá pelas 10 e meia...





E indo pro trabalho, uma das praças da cidade - essa onde sempre derrapo no gelo na subida ou descida...



E na volta pra casa, às 2 da tarde em ponto... Na segunda foto, ainda um pouco de luz na direção do aeroporto.





E as famigeradas poças d´água que congelam e nos fazem derrapar se não tomarmos cuidado. E agora, com neve fresca por cima, o efeito é de farinha na mesa sob a massa de biscoito que abrimos com o rolo: não deixa grudar de jeito nenhum...

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Só dando um alô, e pra dizer que estou a-hasada...

Pois é, o a-ha confirmou 4 shows no Brasil (veja matéria aqui) e eu fiquei a-hasada porque eu gostaria muitomuitomuito de ir, mas não se pode ter tudo na vida... Pra meu consolo, compramos ingressos para o Mew em Trondheim dia 12 de fevereiro, meu aniversário... E se der certo (ainda preciso arrumar um jeito no trabalho), também poderei conhecer pessoalmente algumas brasileiras que moram por lá, como a Silvia e a Claudia, minha fada inspiradora do Sabor Saudade - e quem sabe até a Raquel... Mas esperemos!

De resto, a vida segue cada vez mais escura. 2 da tarde já é literalmente noite aqui, e não amanhece antes das 10 e pouco. Mas o trabalho ajuda a distrair nessas horas, entretanto tenho notado que ando mais sonolenta. E tem gente que mora em latitudes bem abaixo de mim e sente mais a escuridão. Cada cabeça, uma sentença...

As temperaturas caíram bastante. Depois daquela neve quando estivemos no chalé, não nevou mais, até ontem. O duro é que aqueles 15 cm de neve viraram gelo compactado, e as ruas estavam perigosíssimas. O gelo já tinha quase totalmente desaparecido até que nevou de novo. Terça ou quarta chegou a menos 10 graus. Às 5 e meia da matina, a caminho do trabalho, não foi fácil, mas nada que uma boa roupa não resolva. Comprei pela internet umas botas Ugg australianas forradas de pele de ovelha, uma delícia. Instalo nelas meus isbrodder (o apetrecho anti-escorregadas) e lá vou eu. Mas tava tão frio que os fios do iPod congelaram, tavam durinhos da silva, fiquei até com medo de quebrá-los!

E hoje, para minha surpresa - e ódio - voltou a CHOVER. Saí de casa com neve, voltei com chuva, chuvão mesmo! E toda essa água nas ruas, temperaturas que cairão abaixo de zero, e amanhã pista de patinação em toda a cidade. Chuva de mer** essa...

Ontem no hotel tivemos Julenisse (papai noel) levando presentinho para os filhos e netos dos funcionários, cada um levou um bolo/biscoito, pra descontrair um pouco. Hoje é dia da nossa julebord. Vamos a uma deli grã fina aqui da cidade, e nosso jantar será preparado por nós, estilo aula de culinária. Vai ser engraçado... Mas trabalho amanhã às 6 horas, então vou ficar um pouco só. Mas consegui autorização para pernoitar no hotel, já que o local da Julebord é grudado no hotel, e assim amanhã poderei dormir um pouquinho mais, e não precisarei patinar pro trabalho tão cedo! Depois coloco fotos e o relato da festinha aqui.

Antes que me esqueça, ouvi e li tanto comentário pela net afora, e preciso deixar meus pareceres sobre dois filmes que assistimos semana passada. O primeiro, 2012, o pior filme da década. Mesmo! Ultrajante! Perdi duas horas da minha vida assistindo àquele lixo, e ainda tô de mau com o John Cusak por ter topado fazer uma bos** de filme... Cadê o ator de "Alta Fidelidade", "Meia Noite no Jardim do Bem e do Mal", "Being John Malcovich"? Enfim, não perca seu tempo!

O outro, "Atividade Paranormal", também é uma mer**, mas caraca, mete medo! Pior que "A Bruxa de Blair", pior que "O Iluminado", "O Bebê de Rosemary"... Pra mim, só não ganhou de "O Exorcista". Se você é sugestionável, sensível e apavorado como eu com esse tipo de coisa, não assista a esse filme de jeito nenhum. Eu tô aterrorizada com ele até hoje. E minha vizinha de cima é barulhenta à beça, tenho dado cada pulo que o Lars ri! Veja aqui uma crítica da Veja, a revista que eu mais abomino nesse planeta, mas que explica bem direitinho o filme. Afffff......

Pra espairecer, tenho escutado uma musiquita do - quem?quem?quem? - a-ha, claro. Uma música belíssima, de autoria do Morten em parceria com um outro compositor norueguês. Apesar de eu odiar o lado religioso do Morten, e a maioria das músicas dele em trabalho solo não me agradarem, ele prova que uma música sobre espiritualidade e crença pode ser belíssima e nada piegas. Quem ressucitou essa musiquita na minha cabeça foi o a-hamigo César, que vive na Itália e veio a Oslo pra assistir ao show no Spektrum. Figuríssima, ele aproveitou o espírito natalino pra postar na comunidade do Orkut a tradução que ele fez, e desde então não me sai da cabeça... Esse vídeo é do show de volta, que aconteceu em Oslo em 2001, no estádio Valhall, e deu origem ao DVD "Live at Valhall". Num dá até pra perdoar a camisa do Morten aberta até metade do peito, à lá cafajeste religioso?rsrsrs A música integra o álbum de retorno "Minor Earth Major Sky" de 2000.



I Thought That It Was You
Morten Harket / Ole Sverre Olsen


I thought that it was you
The things you saw me do
They were true

Little did I know
You found me in your joy
And there was I, a little boy

My shadows they're not new
My soul's split in two
Lord, I thought that it was you

This Christmas snow that falls
Gives silence to us all, amen, amen

You know my deepest sin
You've seen me deep within
So fill me now like wind
And let the miracle begin

There's a river and you know
There's a place we used to go
That's where I throw our ashes now

I must have walked into a cave
Among these things that you must save
And there I touched the grave

You know my deepest sin
You've seen me deep within
But fill me now like wind
And let the miracle begin

You know my deepest sin
You've seen me deep within
But fill me now like wind
And let the miracle begin

Sometimes I felt so sure
When I opened up your doors
That there'd been no one there before

You know my deepest sin
You've seen me deep within
But fly, fly higher from it
Just look into my eyes

You know my deepest sin
You've seen me deep within
But fill me now like wind
And let the miracle begin

And the secrets that you say

terça-feira, dezembro 15, 2009

Já que a Brabuleta ficou com ciúme da Beth....

eu coloquei uma música pra ela também! Feliz Natal e ótimo Ano Novo no Brasil, Somnia! Aproveite muito! Ai, quem tá com inveja agora sou eu...


segunda-feira, dezembro 14, 2009

Música pra Beth Lilás - presente de final de ano...

Beth Chiclete, lembra que você me perguntou sobre uma cantora chamada Ane Brunvoll? Pois aqui no país dela ela é conhecida como Ane Brun. A danada manda muito bem. E gravou uma música há um tempo atrás, chamada "Lift Me", que foi escrita por um grupo norueguês chamado Madrugada - não me pergunte o porque do nome. O Madrugada infelizmente acabou quando um dos seus componentes, Robert Burås, morreu de overdose no verão de 2007. Entretanto, Sivert Høyem continua na ativa e acabou de lançar um excelente álbum chamado "Moon Landing". Lars adora. O som é um mix de folk com country, algo à lá Johnny Cash...

Mas voltando, "Lift Me" foi hit na Noruega em 2005, e tem Ane Brun com estrela convidada. O ar celta da música na versão de estúdio lembra-me a Irlanda e Escócia... Som bem norueguês memso, rsrsrs...

Enjoy, Lilás!



Lift me (Music and lyrics by Madrugada)

lift me – lift me from the ground
and don´t ever put me down – oh no
and don’t pick a fight with me
just flip a coin my love – you’ve won

oh Love – slips her hand inside my hand
oh Love – slips her hand inside my hand
I don´t care if you don’t want me
I’m yours – I’m yours right now

our years – are years well spent
we may never find out where they went – oh no
and I don’t mean to fight with you
now all our troubles and all our struggles they are through

oh Love – slips her hand inside my hand
oh Love – slips her hand inside my hand
I don´t care if you don’t want me
I’m yours – I’m yours right now

the wolf and the fox
they’re sleeping soundly with the elk and the ox
there’s a starry field around
this lowlit kingdom
where all our defences are down

oh Love – slips her hand inside my hand
oh Love – slips her hand inside my hand
I don´t care if you don’t want me
I’m yours – I’m yours right now

Wrecked, poor, naked and blind
I’m yours – I’m yours -right now

domingo, dezembro 13, 2009

Julebord, e das resuloções de ano novo...

Sexta-feira foi dia de Julebord (mesa de natal em tradução livre), que é nada mais que a confraternização de Natal das empresas e locais de trabalho. Há julebord para amigos, que as pessoas fazem em casa, e Sábado faríamos uma aqui em casa, mas um amigo está com gripe - acha que A gripe, outros não acharam babá pra ficar com o filhinho, e outro ainda tinha a sua própria julebord. MAs no fim foi bom, pois sábadão passamos largados no sofá, curtindo uma ressaca brava.

Então, voltando à sexta, encontramos o chefe do Lars e esposa na frente do SAS Hotel. Na entrada do salão já começam servindo o glog, bebida típica de Natal, que é mesmo umvinho quente com umas epseciarias diferentes das que usamos no Brasil. Passamos para a nossa mesa, eainda bem, chegamos cedo,antes do animais chegaram. Em tempo, explico... Nessas confraternizações, as pessoas chutam o pau da barraca, enfiam o pé e a cara toda na jaca, enchem o caneco, e eventualmente fazem ou dizem coisas das quais poderão se arrepender amargamente nos dias - ou anos - seguintes.

Nesses jantares, os pratos típicos natalinos são servidos. Começamos pelo buffet frio, com frios e embutidos típicos daqui (perna de carneiro curada, o fenalår, presuntos, salames de alce, etc) e peixes (salmão defumado e gravlax) e frutos do mar (camarões, lagostins, mexilhões e até lagosta, certamente importada de algum lugar, porque aqui no Norte da Noruega não tem lagosta não). Chefe já pediu logo uma garrafa de vinho. Com a comida quente, vieram cervejas para os rapazes, e shots de aquavit... Aiaiai, pensei! No buffet quente, pinekjøtt, lutefisk e ribbe. O tal de ribbe era o único que anda não havia experimentado. Trata-se de uma capa da costela do porco, - com bastante gordura envolvida - e por cima de tudo eles fazem um pururuca, a casquinha fica bem crocante. Serve-se tudo isso obviamente com batatas cozidas, purê de aipo-rábano, purê de ervilhas verdes e repolho roxo azedo, tipo sauerkraut.

E nessa altura as mesas todas do enorme salão do SAS estavam cheias, muito barulho, muita comilança. Depois de um aquavit, meu norueguês era praticamente fluente! É que aí eu perco a vergonha de cometer erros e falo pelos cotovelos. O chefe do Lars estava felissíssimo, pois a primeira vez que saímos pra jantar com ele, não conseguimos trocar uma palavra...

Depois de uma garrafa de vinho, alguns shots de aquavit e muitos, muitos pratos de comida, fomos para o bar do hotel, onde uma bandinha tocava uma musiquinha ao vivo. E aí é o momento engraçado, pois eu e Lars temos um prazer enorme em praticar o tal do peoplewatch, ou observação de gente, em bom português... Tipo ver o sujeito desesperado chegando em todas as mulheres do local e levando um fora atrás do outro, até achar outra desesperada, finalmente. Ou da senhora com cara de recatada, depois de umas biritas dançar feito louca sozinha na cadeira, ou ainda de pescar com o canto do olho uma outra senhora dar aquela ajeitada na roupa de baixo, sabe como é?

E todos com roupas formais, vestidos e ternos, mas com atitudes totalmente informais, depois da biritada. E nós biritamos também. Até que lá pelas tantas a esposa do chefe do Lars - muito agradável por sinal - pediu água (ou arrego, como dizem no Brasil!). Como ela não estava bebendo porque estava dirigindo, deve ser mesmo um saco estar cercada de bebuns por todos os lados. E logo após, eu e Lars resolvemos ir pra outro lugar, pois ali estava ficando um pouco deprimente, a selvageria já havia invadido as pessoas de vez. A cada vez que Lars saía pra fumar, chegava um animal pra me cantar. Como eu disse, eles vão de uma em uma rodando pelo salão...

Então fomos pra um outro bar na cidade, ouvimos uma musiquinha mais animada, mas estávamos cansados - e o Lars, de fogo! - e fomos embora, lá pelas duas da manhã. Sábado a minha ressaca não foi tão feia quanto a do Lars, porque os noruegueses tem uma mania... Misturam tudo. Eu fiquei na mesma bebida a noite toda... Além disso, eu sempre tomo 2 aspirinas antes de deitar...

Mas enfim, foi bem divertido. Semana que vem é a vez da Julebord do meu hotel, mas como eu trabalho cedo no sábado, acho que vou comer como o pessoal e depois sumir, antes que a coisa comece a esquentar...

E chegou a época do ano de fazer uma retrospectiva. Ano passado fiz um post-retrospectiva. Esse ano não pretendo fazer um, pois basta ler meus próprios posts, já que o blog ficou muito mais ativo... Mas tenho parado pra pensar em como - e quando - mudar as coisas que me incomodam. Por exemplo, o trabalho. Esse emprego já rendeu o que tinha que render, eu me sinto exausta diariamente, e não tenho energia - veja bem, eu não disse tempo, e sim energia - praf azer mais nada, quanto menos estudar. Sem contar minha coluna, que está cada dia pior. Foi o primeiro emprego que consegui, sou eternamente grata à eles por terem me dado a oportunidade, mas chegou a hora de mudar.

E aí entra o catch 22 da coisa... Sem falar bem o norueguês, será difícil achar outro trabalho. E sem ir à escola, levará mais tempo pra aprender, apesar de eu ter uma facilidade imensa com idiomas... Sim, porque eu abandonei a escola. Primeiro, porque na semana em que trabalho de manhã, quase caía de sono na aula. E na semana em que trabalho apenas 3 noites, segunda-feira era meu único dia de folga, e ainda assim tinha que ir pra escola. Então, acabou que fui apenas 4 semanas, resolvi parar. Foi fraqueza minha, ou talvez falta de motivação. Porque, pelas minhas contas, pra cumprir as 300 horas obrigatórias pra todo imigrante, frequentando a escola por 3 horas por semana, ia levar uns 2 anos pra eu completar as malditas horas... Assim, com apoio do Lars, parei. Fui conversar com a diretora, devolvi os livros, e recebi informação de que em janeiro as inscrições pra novas turmas abririam caso eu resolvesse voltar.

E, nessas últimas semanas, conversando com Lars, sobre arrumar outro emprego, e da dificuldade de fazê-lo sem falar bem a língua, achamos por bem que é hora de parar de trabalhar e começar a ir pra escola em período integral, liquidar essas horas e tirar esse problema da minha frente de uma vez por todas.

Inclusive porque, se eu continuar trabalhando sempre em período integral, uma dia eu precisarei parar de trabalhar pra estudar, cedo ou tarde. Então, melhor fazê-lo agora, que o trabalho é apenas um quebra-galho. Não quero ficar anos da minha vida fritando ovo, afinal de contas... Além disso, se quisermos comprar uma casa maior, com os dois trabalhando é bem mais fácil, então, temos que esperar até que eu tenha um emprego mais estável, digamos assim.

Então, essa semana vou conversar com minha chefe e ver se diminuímos minha carga horária, e eu passo a ser extra ao invés de tempo integral. Ou seja, ela me chama quando alguém fica doente, tira férias, quando o hotel está lotado, coisas assim. Assim eu ainda arrumo um troquinho pra poder ajudar o Lars. Se a chefe disser não, então vou pedir as contas de vez, e arrumar uns bicos... Sem esquecer meus alunos de português, que retomo agora em janeiro, e que me perguntaram se eu tenho interesse em pegar mais alunos.

Assim, terei tempo pra me dedicar aos estudos, procurar um trabalho com mais calma, me relacionar socialmente com mais gente, e assim por diante, aumentando as chances de ter um trabalho mais satisfatório. Mas foi interessante começar a trabalhar cedo, pra quebrar o mito de que imigrantes que não falam norueguês não conseguem trabalho...

Além disso, temos projetos de fazer arrumações na casa... Transformar o quarto de hóspedes num escritório - assim terei um canto pra estudar sem a televisão por perto, e também poderei dar aulas em casa. E o plano é de fazê-lo comprando o mínimo de coisas novas possível. Vamos à loja da Cruz-Vermelha procurar mesa, as cortinas já conseguimos... Acho que só um sofá-cama será necessário...

E por último, quero fazer ainda mais pelo nosso planetinha. Tenho estudado a possibilidade de reutilizar a água da máquina de lavar roupa. Em primeira instância, pra lavar as embalagens recicláveis - e assim não precisar usar água limpa pra exaguar caixas de leite, latas, vidros,etc. Estamos revendo ainda mais nossos hábitos de consumo, e tentando gastar cada vez menos energia elétrica. Isso pra manter nossa pegada de carbono baixa...

No próximo ano também não vou comprar peixe no supermercado, e sim diretamente no barco do pescador que há 40 anos vende peixe no pier, e no mercado de peixe. Pefiro pagar um tiquinho mais, pra eles, do que pagar menos e dar lucro apenas pra cadeia de supermercado. Nosso consumo de carne de vaca é baixo - comemos bastante alce - e vai diminuir ainda mais. No verão pretendemos pescar mais e colher mais frutinhas silvestres, abundantes nas florestas.

Estamos - e no futuro, pretendemos diminuir ainda mais - usando o aquecimento elétrico cada vez menos. Compramos cobertores térmicos (tecidos tecnológicos) e assim não usamos aquecimento no quarto. Na sala, é só a lareira mesmo. O aquecimento do banheiro, aumentamos antes do banho, e diminuímos depois.

E ainda estou pesquisando por aqui uma entidade pra voluntariado. Seria basicamante entre a Cruz Vermelha e o abrigo de animais. Agora que terei mais energia, e então mais tempo, quero fazer algo nesse sentido. Sem contar que qualquer atividade social ajuda a melhorar a fluência da língua.

E, de vez em quando, vou reler este post pra ver se estou conseguindo fazer tudo o que planejei!

Por último, deixo uma fotinho... O sol terminando de nascer - ou começando a se pôr? -ao meio-dia, o céu rosa Hello Kitty e a lua linda brilhando... Isso foi sexta-feira... Até que esta suposta escuridão não é tão má assim!

Ah, esqueci de contar... Terça-feira fomos tomar a vacina pra gripe suína. Meu braço ficou dolorido uns dois dias e eu fiquei resfriada e zureta nas 24 horas após a vacina. Mas eu vi homem feito - não o Lars, tadinho, que odeia médico e injeção, mas se portou muito bem e não teve nada depois - cair duro no chão...


sexta-feira, dezembro 11, 2009

Tuvalu botou a boca no trombone; e das pequenas mudanças no cotidiano

Lembram de Tuvalu? Eu citei o país nesse post - verdade que só aprendi sobre ele por causa da Lucia... Então, gente, a pequena ilha meteu a boca no trombone em Copenhage. Assista ao vídeo.





E para entender o que aconteceu, leia a matéria da BBC Brasil na íntegra... Achei ótimo que eles levantem suas vozes, afinal, é o deles que está em primeira mão na reta. A ilha deles irá desaparecer logo se as coisas não mudarem, e eles tem que se preocupar com coisas do tipo "Onde vamos morar?" e "O que será de nossas raízes culturais?" etc, etc... O que pode ser mais importante pra eles do que isso? Muito corajosos!

Pra ler mais sobre outros acontecimentos da COP15, continue plugado no Faça a sua parte...

E quanto às mudanças no cotidiano, porque tenho chegado à triste conclusão de que se formos esperar por essa gente doida toda reunida aqui no país vizinho, não haverá mudança significativa nenhuma e caminharemos - ou correremos? - para a auto-extinção da espécie... Então, tem muita gente legal fazendo pequenas mudanças - ou agindo - no seu cotidiano, e as transformações feitas pelos indivíduos são poderosas. Como exemplo, a Borboleta Sômnia, que transforma objetos jogados fora em arte. O Léo, que vem fazendo questionamentos e dando exemplos de pequenas mudanças que podem fazer a diferença. Beth, com seu Mãe Gaia e Movimento Natureza, na luta diária pra conscientizar as pessoas. Daniel e a Tietta, também na luta diária pelo desenvolvimento do turismo sustentável na região da Serra da Bodoquena e em todo o país... Vários pequenos gestos que eu garanto, fazem toda a diferença... E você, quer fazer a diferença conosco?


quarta-feira, dezembro 09, 2009

Muita conversa, nenhum resultado?

É o que tudo indica, até agora...



E um artigo do Der Speigel, publicado no Uol, sem destaque, bem pequenininho. Enquanto isso, as principais manchetes nas maiores redes de notícias televisivas (a BBC e a CNN) são o Relatório de Pré-Orçamento da Grã Bretanha, a afirmação de Obama em mandar 30 mil soldados pro Afeganistão (e quanto custa isso???????) e o novo antro de tráfico de drogas mundial, a região do Sahel, ao sul do Sahara. Triste, né?

Por que um fracasso em Copenhague seria um sucesso

Der Spiegel
Bjørn Lomborg

Os políticos desperdiçaram quase 20 anos sem fazer qualquer progresso significativo na nossa tentativa bem intencionada, mas irrealista, de reduzir as emissões de carbono. Não temos mais tempo a perder com uma resposta criticamente inadequada ao aquecimento global


Frustrados ativistas ambientais já estão se preparando para desenrolar as suas faixas de protesto, e os políticos procuram encontrar uma forma meio digna de declararem que a conferência foi um sucesso. Entretanto, nem manifestações nem um acordo político sem significado representarão uma vitória sobre o aquecimento global.

Ainda seria possível obter um resultado positivo deste fracasso da reunião, mais isto só aconteceria se os governantes admitissem os motivos pelos quais um acordo para a redução drástica e de curto prazo das emissões de carbono tem se mostrado elusivo, e passassem a cogitar opções mais inteligentes.

No decorrer dos últimos dez anos vem sendo travada uma discussão acalorada entre aqueles que negam a existência do aquecimento global e os que estão profundamente alarmados pelo início deste fenômeno. Em certos momentos, a retórica de ambos os lados mostrou-se exagerada. O aquecimento global é real e ele é causado pela humanidade. Isto está bem claro há muito tempo. Mas é também óbvio que nós não conseguimos adotar as políticas que fariam frente a este desafio da melhor forma possível.

Muitas vezes alega-se que nós poderíamos deter facilmente o aquecimento por meio de reduções das emissões de carbono, se os políticos demonstrassem vontade para isso. Na verdade, vontade política é a menor das nossas preocupações. Esta abordagem política - que temos adotado durante quase 20 anos - tem deficiências críticas. Ela é economicamente deficiente porque os impostos de carbono de curto prazo custarão uma fortuna e terão poucos resultados. Ela é politicamente deficiente, porque as negociações para a redução de emissões de dióxido de carbono tornar-se-ão ainda mais pesadas e divisivas para os protagonistas na Europa, na América e na Ásia. E ela é tecnologicamente deficiente por não garantir que as energias alternativas estejam prontas para fazer com que deixemos de depender do carbono.

O primeiro desses desafios fica óbvio ao examinarmos o plano das principais nações industrializadas - o Grupo dos Oito (G-8) - no sentido de utilizar a redução de emissões de carbono para limitar o aquecimento global a não mais do que dois graus centígrados acima dos níveis pré-industriais. Esta seria a política pública mais cara da história. Em um estudo para o Centro de Consenso de Copenhague, o iminente economista climático Richard Tol - um importante membro contribuinte dos grupos de trabalho do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas - demonstrou que, para se atingir a meta almejada, seria necessária a adoção de um imposto alto e global sobre as emissões de dióxido de carbono, com um custo mínimo de 45 euros (R$ 115) por tonelada.

A redução das emissões de dióxido de carbono custará mais do que o aquecimento global
Com base em estimativas convencionais, esse programa ambicioso reverteria grande parte dos danos provocados pelo aquecimento global, que deverão custar cerca de dois trilhões de euros (R$ 5,13 trilhões) por ano até 2100. No entanto, Tol concluiu que um imposto desta magnitude poderia reduzir o produto bruto global em impressionantes 12,9% até 2100 - o equivalente a 27 trilhões de euros (R$ 69,24 trilhões) por ano.

Os números apresentados por Tol baseiam-se em projeções de todos os principais modelos econômicos do Fórum de Modelagem de Energia da Universidade de Stanford. Cerca da metade dos modelos revelou que é de fato impossível alcançar a meta de manutenção dos aumentos de temperatura abaixo de dois graus centígrados com a implementação de reduções das emissões de carbono; o custo de 27 trilhões de euros refere-se aos modelos capazes de atingir essa meta.

Esta estimativa de custos é na verdade otimista. Ela assume que políticos de todo o mundo fariam, em todas as ocasiões, as escolhas mais efetivas e eficientes possíveis para a redução das emissões de carbono, sem desperdiçar dinheiro algum. Caso se deixe de lado esta esperança irrealista, o custo poderia facilmente ser dez ou até cem vezes maior.

Para colocar o problema de forma mais extrema: reduções drásticas de emissões de carbono nos atingiriam muito mais do que o aquecimento global em si. A redução das emissões de carbono é algo extremamente caro, especialmente no curto prazo, já que as alternativas aos combustíveis fósseis são poucas e dispendiosas. Sem alternativas viáveis ao uso do carbono, nós simplesmente prejudicaríamos o crescimento.

Em segundo lugar, nós podemos observar também que essa abordagem é politicamente falha pelo simples fato de que países diferentes possuem metas muito diversas e todas as nações acharão difícil reduzir emissões a um grande custo doméstico para ajudar um pouco o mundo daqui a cem anos.

Isso é particularmente óbvio em países como a China e a Índia, que têm dependido do carbono como motor de um crescimento que está retirando milhões de pessoas de uma situação de miséria.

A lacuna entre as nações desenvolvidas e as subdesenvolvidas quanto a esta questão constitui-se no empecilho político para que se negocie um substituto de sucesso do Protocolo de Kyoto. A China e a Índia serão os maiores emissores de gases causadores do efeito estufa do século 21, mas os dois países ficaram isentos do Protocolo de Kyoto por terem emitido muito pouco durante o período de industrialização do Ocidente.

Há alguns argumentos para que a China e a Índia concordem em instituir limites para emissões de carbono - e razões convincentes para que resistam às pressões para a adoção de tais limites.

Os modelos climatológicos revelam que, pelo menos durante o restante deste século, a China na verdade terá um benefício líquido com o aquecimento global. Embora o aquecimento global vá provocar problemas no país, as temperaturas mais elevadas farão aumentar a produção agrícola e melhorarão a saúde da população chinesa. O número de vidas perdidas durante ondas de calor aumentará, mas a quantidade de mortes prevenidas no inverno crescerá muito mais rapidamente: o aquecimento terá um efeito bem mais drástico nas temperaturas mínimas do inverno do que nas temperaturas máximas do verão.

Alguns indivíduos na Europa sugeriram que os países ricos pagassem as nações desenvolvidas para garantir que estas participassem de um acordo para a redução das emissões de carbono. Deixando de lado o fato de que esse dinheiro poderia ser gasto de forma bem melhor, não se sabe se os contribuintes dos países mais desenvolvidos estariam dispostos a transferir dezenas, ou até centenas, de bilhões de euros para o mundo em desenvolvimento, para projetos de benefício limitado.

Em terceiro lugar, a abordagem atual é tecnologicamente deficiente. Nós carecemos dos substitutos adequados para o carbono que queimamos atualmente. O uso de combustíveis fósseis - embora extremamente criticado - continua sendo absolutamente vital para o nosso desenvolvimento, prosperidade e sobrevivência. Tentar taxar as emissões de carbono sem criar alternativas energéticas substitutas é algo que simplesmente deixaria o planeta em uma situação pior.

Promessas fantásticas com pouca ou nenhuma chance de serem cumpridas
A demanda global por energia dobrará até 2050. Falta ainda muito para que fontes alternativas de energia estejam prontas para o uso generalizado. Em um estudo de julho de 2009 para o Centro de Consenso de Copenhague, Isabel Galiana e Chris Green, da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, demonstraram o tamanho do desafio tecnológico. Eles observaram que uma redução de três quartos das emissões de carbono até 2100, com a manutenção de um crescimento razoável - uma meta um pouco menos ambiciosa do que a do G8 - exigiria que as fontes de energia não baseadas em combustíveis fósseis fossem duas vezes e meia maiores em 2100 do que o nível de consumo global de energia em 2000, uma quantidade impressionante. Se continuarmos na nossa rota atual, o desenvolvimento tecnológico estará muito longe de ser suficientemente significativo para tornar as fontes de energia que não são baseadas em carbono competitivas em relação aos combustíveis fósseis em termos de preço e efetividade.

Green e Galiana examinaram a situação atual da energia não baseada no carbono - incluindo nuclear, eólica, solar e geotérmica - e descobriram que, juntas, as fontes alternativas de energia nos forneceriam menos da metade do que seria necessário para que atingíssemos um patamar estável de emissões de carbono até 2050, e apenas uma fração minúscula daquilo que é necessário para a estabilização até 2100. A tecnologia simplesmente não estará pronta em termos de estabilidade e capacidade de ajuste. Em muitos casos, ainda existe uma necessidade de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias energéticas básicos. Nós não estamos sequer próximos de alcançar o ápice da necessária revolução tecnológica que foi iniciada. E não nos devemos esquecer de que as futuras gerações não nos julgarão pela escala das nossas ambições, mas sim por aquilo que nós de fato realizarmos.

Neste momento, os políticos estão fazendo cada vez mais promessas fantásticas que têm pouca ou nenhuma chance de serem cumpridas. Vejamos, por exemplo, o Japão. Em junho, aquele país comprometeu-se a reduzir em 8% até 2020 os níveis de gases causadores do efeito estufa em relação aos índices de 1990. Conforme observou em um estudo o cientista Roger Pielke Jr., do Centro de Pesquisas de Políticas Tecnológicas e Científicas, o cumprimento dessa promessa exigiria a construção de nove usinas nucleares novas e o aumento da utilização delas em um terço, a construção de mais de um milhão de novas turbinas eólicas, a instalação de painéis solares em quase três milhões de residências, dobrando a percentagem de novas casas que atendessem aos rigorosos padrões de isolamento térmico, e o aumento das vendas de automóveis "verdes" de 4% para 50% das vendas totais de carros.

Isso seria um esforço hercúleo, especialmente para uma nação que já foi um exemplo mundial em termos de eficiência energética. Mas o plano japonês foi altamente criticado ao ser apresentado. Quando o novo primeiro-ministro do Japão prometeu uma redução bem maior, de 25%, ainda que não contasse com nenhuma maneira visível de cumprir a promessa, ele foi sonoramente aplaudido. Belas palavras são mais valorizadas do que metas realistas.

Um investimento de 53 bilhões de euros só impediria uma hora de mudança climática
A nossa atual abordagem para resolver o problema do aquecimento global - focada primariamente na quantidade de carbono que tentaríamos reduzir por meio de impostos, em vez de em como tornar isso tecnologicamente possível - coloca o carro adiante dos bois.

A resposta mais efetiva seria aumentar drasticamente as verbas públicas para pesquisas e desenvolvimento de fontes de energia não baseadas no dióxido de carbono. Em vez de tornarmos os combustíveis fósseis mais caros, precisamos tornar a energia alternativa mais barata.

Serão necessários investimentos anuais em pesquisas e desenvolvimento da ordem de 66 bilhões de euros (R$ 169 bilhões). Isto é uma quantia 50 vezes maior do que aquilo que o governo gasta atualmente, mas é apenas uma fração do custo proposto para a redução das emissões de carbono. Green e Galiana, os acadêmicos da Universidade McGill, descobriram que, em termos econômicos, cada dólar investido evitaria um dano climático no valor de 11 euros (R$ 28).

Nós não podemos confiar na iniciativa privada. Assim como ocorre com a pesquisa médica, muitas das necessárias descobertas inovadoras no setor energético não gerarão recompensas financeiras significativas, de forma que atualmente não existe nenhum incentivo forte para o investimento privado nessa área.

Um aumento drástico de financiamentos públicos resolveria vários dos problemas políticos com a abordagem adotada em Kyoto. Haveria uma probabilidade bem maior de que nações em desenvolvimento como Índia e China adotassem uma rota de inovação mais barata, inteligente e benéfica.

Taxas de carbono poderiam desempenhar um importante papel secundário no apoio à pesquisa e ao desenvolvimento. Green e Galiana propõem que a taxação do carbono fique inicialmente limitada a uma pequena taxa (digamos, de US$ 5 por tonelada) para o financiamento de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias energéticas. Eles sugerem que, com o passar do tempo, dever-se-ia permitir que esta taxa subisse no sentido de estimular o desenvolvimento de tecnologias alternativas efetivas e acessíveis.

É importante que os investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico sejam dedicados à criação de novas tecnologias alternativas, e não ao simples aperfeiçoamento das atuais tecnologias ineficientes. Um exemplo deste último caso é a Alemanha, que paga uma fortuna para reduzir muito pouco as emissões de carbono por meio do apoio à energia solar. Esse apoio custa 43 centavos de euro (R$ 1,10) por kWh, o que é equivalente a gastar 716 euros (R$ 1.834) para a redução de cada tonelada de carbono emitido. Mas o custo de cada tonelada em termos de danos climáticos é de cerca de quatro euros (R$ 10,24).

O custo disso é fenomenal - cerca de 53 bilhões de euros (R$ 135,73 bilhões) pelos painéis solares instalados de 2000 a 2010 -, mas o efeito máximo será o adiamento do aquecimento global em apenas uma hora, no final do século. Essa tolice incrivelmente dispendiosa é um exemplo de política que gera uma sensação agradável, mas que não tem efeito concreto.

Os governantes deveriam abandonar as problemática negociações para a redução de emissões de carbono e concordar em investir em pesquisas e desenvolvimento de tecnologias alternativas no nível que se faz necessário.

Desde que os políticos prometeram pela primeira vez reduzir as emissões de carbono, no Rio de Janeiro, em 1992, nós desperdiçamos quase 20 anos sem fazer nenhum progresso significativo na nossa tentativa bem intencionada, mas basicamente irrealista, de diminuir essas emissões. Não temos mais tempo a perder com uma resposta criticamente deficiente ao aquecimento global.

terça-feira, dezembro 08, 2009

COP15 - Fique por dentro

Abertura...




Atenção ao Yvo de Boer, aos 2:08...



E a como crianças, criativas que são, respondem facilmente aos estímulos... Porque não mobilizar as crianças da sua comunidade? Além disso, elas tenderão a educar seus pais...

Se você é daqueles que acredita na farsa do aquecimento global, leia este artigo da Lúcia Malla pra descobrir que, ao contrário do que pregam aqueles que alimentam a teoria da conspiração - Climategate - , o aumento de CO2 na atmosfera não causa apenas aumento nas temperaturas, mas outros danos irreparáveis...


E da BBC pra você...

UN hits back at climate sceptics amid e-mails row

The UN's official panel on climate change has hit back at sceptics' claims that the case for human influence on global warming has been exaggerated.

The Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) said it was "firmly" standing by findings that a rise in the use of greenhouse gases was a factor.

It was responding to a row over the reliability of data from East Anglia University's Climatic Research Unit

Leaked e-mail exchanges prompted claims that data had been manipulated.

Last month, hundreds of messages between scientists at the unit and their peers around the world were put on the internet along with other documents.

Some observers alleged one of the e-mails suggested head of the unit Professor Phil Jones wanted certain papers excluded from the UN's next major assessment of climate science.

Professor Jones, who denies this was his intention, has stood down from his post while an independent inquiry takes place.

In a statement, Professor Thomas Stocker and Professor Qin Dahe, co-chairmen of the IPCC's working group 1, condemned the act of posting the private e-mails on the internet, but avoided commenting on their content.

They went on to point to a key finding that states: "The warming in the climate system is unequivocal.

"[It] is based on measurements made by many independent institutions worldwide that demonstrate significant changes on land, in the atmosphere, the ocean and in the ice-covered areas of the Earth.

"Through further independent scientific work involving statistical methods and a range of different climate models, these changes have been detected as significant deviations from natural climate variability and have been attributed to the increase of greenhouse gases."

They added: "The body of evidence is the result of the careful and painstaking work of hundreds of scientists worldwide.

"The internal consistency from multiple lines of evidence strongly supports the work of the scientific community, including those individuals singled out in these e-mail exchanges."

The row comes ahead of the Copenhagen climate summit which starts on Monday.

Professor Jean-Pascal van Ypersele, vice-chairman of the IPCC, said it was no coincidence the information was released in the run-up to the summit.

He claimed unnamed conspirators could have paid for Russian hackers to break into the university computers to steal the e-mails.

He said the theft was a scandal and was "probably ordered" to disrupt the confidence negotiators have in the science.

Earlier, Climate Change Secretary Ed Miliband told the BBC he would be "very surprised" if there had been any wrongdoing on the part of the East Anglia University scientists.

"We're in a moment when the world is about to make some big political decisions," he said.

"And there will be people who don't want the world to make those big decisions and they are trying to use this in part to say somehow this is all in doubt and perhaps we should put the whole thing off.

"Well, I just think they're wrong about that."

Prime Minister Gordon Brown said the scientific evidence was "very clear" and called doubters a "flat Earth group".

He said: "There is an anti-change group. There is an anti-reform group. There is an anti-science group, there is a flat Earth group, if I may say so, over the scientific evidence for climate change."

'Open and transparent'

Meanwhile, the Met Office said it would publish all the data from weather stations worldwide, which it said proved climate change was caused by humans.

Its database is a main source of analysis for the IPCC.

It has written to 188 countries for permission to publish the material, dating back 160 years from more than 1,000 weather stations.

John Mitchell, head of climate science at the Met Office, said the evidence for man-made global warming was overwhelming - and the data would show that.

"So this is not an issue of whether we are confident or not in the figures for the trend in global warming, it's more about being open and transparent," he told the BBC.

The Met Office said it had already planned to publish the material long before the row and denied reports that government ministers had tried to block the publication.