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quarta-feira, março 17, 2010

Happy St. Patrick's Day


Hoje tinha outras coisas pra contar... Mas como um pedacinho de mim é irlandês (uma tatatataravó por parte de mãe, o quadro do retrato dela está lá na sala da minha mãe), e eu AMO a Irlanda e todas as coisas irlandesas de paixão - inclusive a cerveja, rsrsrs - não podia deixar de fazer esta homenagem ao dia mais irlandês de toda a Irlanda. Dia de São Patrício, ou St. Patrick.

Patrick era um galês (do País de Gales), que aos 16 anos foi capturado por rebeldes irlandeses e levado prisioneiro através do Mar da Irlanda. Passou 6 anos solitários com suas ovelhas. Terminados estes 6 anos, Patrick ouviu a voz de Deus, dizendo-lhe que era hora de voltar ao País de Gales, e ele se libertou e se foi. Chegando em seu país, novamente teve uma visão de um anjo que lhe disse que deveria voltar à Irlanda e e pregar o Cristianismo ao povo de lá. Após 14 anos estudando para se tornar padre, retornou à Irlanda, onde passou os próximos 30 anos construindo igrejas e pregando o Catolicismo, até sua morte, estimada em 460 D.C.

St. Patrick está enterrado, acredita-se, na Irlanda do Norte, num lugar chamado Downpatrick. Contradição, uma vez que a Irlanda do Norte hoje faz parte do Reino Unido, e portanto é protestante...

Muitos mitos cercam a história do Santo irlandês, o mais famoso deles o de que ele baniu todas as cobras e serpentes da Irlanda. Na verdade, nunca houve espécie nenhuma de cobra nativa da Irlanda, mas se credita o mito a uma metáfora... As cobras representariam as práticas pagãs, que foram desaparecendo enquanto a Igreja Católica foi se instalando. O trevo, grande símbolo irlandês, era usado por St. Patrick pra explicar a Santíssima Trindade, e como ela poderia existir como elementos separados da mesma entidade. Já a cor verde não tem nada a ver com St. Patrick. Ela faz parte da bandeira irlandesa, e seus milhares de descendentes espalhados pelo mundo a elegeram para atestar sua "irlandesidade".

Entretanto, os irlandeses não foram sempre tão fãs de vestir a cor verde. No folclore irlandês, a cor era considerada de má sorte, porque era a cor favorita das criaturas mágicas - especialmente dos leprechauns. Aqueles que usassem muito a cor poderiam ser levados por eles. Muitos não acreditam neles, mas a maioria jura que se você passear ao longo de uma estrada calma do interior, é possível ouví-los rindo às margens da estrada...

O dia 17 de março foi o dia escolhido para ser dedicado à St. Patrick, e antes uma celebração restritamente religiosa, hoje o dia representa uma celebração de todas as coisas irlandesas. Em Dublin, todos os anos, sempre há um grande desfile, quase como um Carnaval, com blocos e tudo o mais. É feriado no país todo, e a partir da uma da tarde é impossível conseguir lugar em qualquer pub dublinense. Em 2006 eu estava lá. Pegaria um vôo de volta pro Brasil no dia seguinte, e creio que não é preciso dizer que foi o pior vôo da minha vida, dado o tamanho da ressaca. Afinal, when in Dublin, do like the dubliners...

Em NY acontece uma grande parada, bem como em Boston (a cidade mais irlandesa dos EUA) e Chicago, onde até o Rio Chicago chega a ser tingido de verde todos os anos.



Então, agarre seu trevo, use uma camiseta verde e beba uma Guinness, Murphy´s, Beamish ou Kilkenny, e se estiver nos Estadou Unidos uma boa Sam Adams também serve,
ouvindo música irlandesa autêntica, The Dubliners, com "Dirty Old Town"...


quinta-feira, setembro 24, 2009

Feliz 250!

Hoje, a cerveja mais famosa - e mais deliciosa - do mundo completa 250 anos de idade.

Clique no cartaz para ler artigo em inglês, extraído do Google News.

Faz apenas 3 anos que meio (buááááááá´) que eu estive bem ali, onde tudo começou, em Dublin, na cervejaria conhecida como St. James Gate.

Em 1752, Arthur Guinness herdou 100 libras esterlinas de seu padrasto. Investiu o dinheiro e eventualmente abriu sua primeira cervejaria no interior. Em 1759, foi à Dublin e arrendou o terreno de 4 acres em St. James Gate por 9000 mil anos (isso mesmo, 9 MIL anos), pela bagatela de 45 libras ao ano! Dez anos mais tarde, o primeiro carregamento da porter Guinnes foi exportado para a Inglaterra. O negócio ia bem até 1775, quando o xerife de Dublin foi mandado à nascente de onde Arthur obtia a água da fábrica para cortar seu uso. Arthur os esperou com machado em punho. Em 1784 os direitos de uso da nascente foram cedidos à Guinness por 8975 anos - o cara era bom de lábia...


Arthur e sua esposa tiveram 21 filhos. Daí as frases clássicas usadas nos cartazes-propaganda de Guinness nas décadas de 30 em diante: "Guinness is Good for You" (Guinness faz bem à você), "Guinness for Strength" (Guinness para força). Infelizmente, apenas 10 dos filhos deles chegaram à idade adulta. E herdaram o império fundado pelo pai, que morreu em 1803.


Por volta de 1820 a cerveja passou a ser exportada para colônias européias no Caribe (Trinidad, Barbados), e depois disso chegou à América... Mais de 100 anos depois, a empresa batiza seu primeiro vapor, o S.S. Guinness.

Ao longo dos anos, a cervejaria passou a ser produzida em diversos países. Há variações do mesmo tema, para atender demandas locais. Por exemplo, no Caribe, África e Ásica, existe a Foreign Extra Stout, que é mais forte e mais amarga que a original. Os caribenhos (isso eu não pesquisei não, isso eu vi e vivi todos os dias por 9 anos, nos crew bar dos vários navios onde trabalhei. E quando digo caribenhos, incluo da Jamaica, Trinidad, St vincent & the Grenadines, Dominica, Dominican Republic, Haiti, Barbados, e ainda o povo da América Central - Honduras, Nicarágua, Costa Rica) adoram esta versão, e acreditam que ela seja afrodisíaca... Dizem, naquele inglês quebrado, com o sotaque de cada ilha "It's good for the wood" (É bom para a "madeira", se é que me entende!).

Aliás, existe também um outro ditado "Once you go black, you never go back". Algo como "Uma vez que você vai de preto, você nunca mais volta atrás". Os caribenhos e centro-americanos todos muito orgulhosos de suas raízes africanas, dizem isso em sentido dúbio - se é que você ainda me entende! Eles o usam para a Guinness e para eles mesmos!

Enfim, em Janeiro de 2006 estava eu em Dublin por uma semana, à espera do namorado (o irlandês, não o Lars) que ainda estava embarcado. Conheci a cidade toda, entre elas a fábrica de St James Gate, que hoje, além de ainda produzir o ouro negro, mantém um museu, loja (ENORME!) e um bar chamado Gravity, que fica no topo de uma das chaminés. É um dos pontos mais altos da cidade, e tem vistade 360 graus. Eu perdi as fotos, lá mesmo na Europa, brincando com minha câmera, entediada num trem. Até chorei, pois TODAS as fotos de Dublin estavam ali... Naqueles tempos o Daniel ainda não tinha postado as dicas de recuperar dados perdidos em cartão de memória! MAs voltando ao assunto - uma vez em Dublin, é visita obrigatória, ainda mais se você, assim como TODO irlandês, aprecia a marvada.

Uma curiosidade sobre esta cerveja maravilhosa... Consumacom moderação. Não pelo teor alcóolico, que é super dentro do normal, mas pela quantidade de reações químicas que ela provoca no seu organismo, que o fará expelir gases dos mais fedorentos do mundo! Como eu sei disso? Porque, infelizmente, eu - e várias outras pessoas - cheirei muito pum irlandês dentro de pubs irlandeses! Deixa eu explicar melhor (e se você não tem senso de humor para escatologia, suma-se daqui, pois vai ficar pior!): naqueles idos de 2006, a lei anti-fumo tinha acabado de entrar em vigor na Irlanda. Os irlandeses não podiam mais fumar nos pubs, gerando assim um ar mais puro, certo? Não! Porque a fumaça dos cigarros mascarava o cheiro do pum de Guinness... A coisa é notória por lá, e é piada por parte dos irlandeses - ao menos por parte dos muitos que EU conheci!

Vou ficar pior, já que bateu a inspiração, e as memórias me estão vindo à tona numa velocidade que eu não estou conseguindo conter! Escrevo tão rápido quanto penso, o que num caso como esse, pode ser um terror, e eu posso acabar eventualmente perdendo meus 16 leitores (12seguidores mais a família, né!).

Então, a família do namorado irlandês era de uma cidadezinha perto de Galway, no oeste da Irlanda. O irmão mais novo dele vivia em Dublin com a namorada espanhola. Foi com eles que me hospedei naquela semana, enquanto aguardava Leo desembarcar (eu saí do navio uma semana antes, compreende?) pra irmos pra Galway. A família, tradicionalmente católica ferrenha, fez com que dormíssemos em quartos separados. Sem trauma, os irlandeses sáo mesmo fervorosos. Então, até saímos pra beber (Guinness), mas na volta, dormíamos em quartos separados. Depois de unsdias, fomos à Limerick, cidade mais ao sul, onde Leo estudou, pra encontrar os amigos de facu dele. Aí sim, dormimos num hotel. E já na primeira noite, Pascal e Connor (quer nomes mais irlandeses?) foram nos encontrar. Ficamos ali, no pub do hotel mesmo. Mandamos várias pints (se diz páints, e é aquele copão de cerveja de quase meio-litro). Várias MESMO. E depois fomos dormir na cama de casal, lógico. E no meio da noite, meio de ressaca, acordo com um fedô dos infernos. Achei que fosse o esgoto do banheiro, e o nariz aqui deu aquela investigada básica. De volta do banheiro, pude notar que o cheiro não vinha de lá. Adivinha de onde? SIM, debaixo do edredon! Do Leo!!! Fiquei P da vida, e mudei pra cama de solteiro. Ele acordou, me viu lá do outro lado, e não entendeu nada. Contei à ele o motivo, o resultado foi uma das gargalhadas mais longas que já ouvi. A resposta (irlandesa) dele: Ai, eu esqueci de avisar. Guinness faz isso com a gente, é normal depois de uma noite no pub...

Agora, imagina o meu dilema... Amar uma cerveja tanto, tanto, tanto, mesmo sabendo que ela te apodrece as entranhas.... Apenas concluí que o melhor era consumir com moderação - e controlar o consumo do Leo!!!

A Irlanda produz outras stouts também boas (Murphy's e Beamish), mas nada, nadica nesse mundo como uma Guinness. Arthur Guinness, saúde!

PS: esse post foi escrito quando recebi newsletter sobre o assunto, e foi programado pra ser publicado quinta-feira. Espero lembrar de todas as asneiras que escrevi. Auto-exposição não pode ficar pior que isso,pode? Mas eu dei várias risadas escrevendo e lembrando. Espero dar mais quando o ler já publicado.

PS2: Hoje vi o post ainda em rascunho e dei um update com a notícia do Google News. Que self-vergonha!

domingo, março 19, 2006

Updating

Ok, ok, eu sei que estive absolutamente relapsa com esta página, mas é dificil manter tudo em dia.

Não escrevi nada sobre meu contrato passado, mas realmente o que importa é que eu e Leo vamos firme, e nós dois nos voluntariamos para abrir o novo navio da Royal Caribbean, o Freedom of the Seas (acessem o site e deem uma olhada, 20 mil toneladas maior que o Navigator, 100 pés mais longo, e com novas e imbatíveis atrações). Achamos que seria bom mudar de ares, e obviamente abrir o maior barco do mundo deve adicionar algo no currículo. Mas, o mais importante, bastante dinheiro, pois no primeiro ano o barco e disputadíssimo, vive lotado, e não há promoções... Sorry, sem visitas no Freedom até o ano que vem.

Saí de férias no meio de janeiro e fui para a Irlanda, conhecer a famiíla do Leo. Primeiro fiquei uma semana em Dublin, na casa do irmão do Leo - eu fiz sign-off uma semana antes dele. Para quem conhece a famosa infame anedota da Índia, tenho a dizer que esta experiência foi muito mais prazerosa. De Dublin fomos a Galway, a cidade natal dele, na costa oeste. Conheci a familia, amigos, e viajamos pela Europa, fazendo o roteiro que sempre quis: Budapeste, na Hungria, passando rapidamente pela Eslováquia só para adicionar um país a nossas listas, depois Viena, na Áustria, Praga, na República Tcheca, e finalmente Paris.

A viagem foi ótima, muita neve começou a cair em Budapest - ah, que lindo Budapest, e o caminho de trem de lá para a Eslováquia foi branquinho, branquinho. Em Bratislava ficamos apenas 6 horas, esperando o próximo trem. Foi suficiente para ver a cidade com 10cm de neve, comer num restaurante trendy e tomar vinho eslovaco, ou a sommelier aqui não sossega, e sentar na estação de trem e tomar várias Staropramen e Budvar... Chegamos em Viena à noite. O albergue era ótimo. Saímos para jantar e no dia seguinte fomos passear. Em um dia deu pra ver muita coisa. Exaustos, pegamos o trem pra Praga no dia seguinte. Já o albergue de Praga não era tão legal, mas deu pro gasto. Passamos a maior parte do tempo na rua de qualquer jeito.

De Praga tomamos um avião para Paris. E foi fabuloso. Notre Dame, Sacre Couer, Louvre, Orsay, Versailles, enfim, fizemos muito com nosso tempo. Passei meu aniversário lá, comendo um prataço de frutos do mar crus. Num bistrô fenomenal. Comi muito bem, aliás, exceto pelo dia em que resolvemos economizar e comer um almoço furreca numa dessas lojinhas turcas de kebab. Tive uma baita intoxicação alimentar com sanduiche de queijo, pode?

De Paris voltamos a Irlanda de Ryan Air - se estiver na Europa, ainda com dinheiro contado, Ryan Air na cabeça. É baratíssimo. Descemos em Shannon, mais perto de Galway. E então ficamos uns dias em Galway e depois fomos para Limerick, onde Leo tinha feito faculdade, um pouco mais ao sul. Alugamos um quarto numa residência de estudantes, por umas duas semanas. Saiu barato. Conheci lugares incríveis, como os Cliffs of Moher e o Bunratty Castle, no condado de Clare. Para quem não conhece a Irlanda, recomendo. Minha passagem estava marcada para dia 18 de março, então dia 16 fomos para Dublin e ficamos na casa do tio do Leo, para eu poder assistir a Parada de Saint Patrick. Foi fantástico. E pra ajudar, uma amiga irlandesa louca do navio tambem estava lá... Voei no dia seguinte com a maior ressacado mundo, afinal, os irlandeses quase não bebem!!!

Enfim, fico aqui no Brasil até dia 1 de abril, quando embarco para Miami, e de lá para a Finlândia (Turku). Devemos estar por lá umas 2, 3 semanas, e depois faremos tours com imprensa e agentes de viagem pela Europa. Atravessaremos o Atlântico, ficaremos um tempo por Boston e NY e depois, de volta ao bom e velho Port of Miami.

Juro que dessa vez vou tentar manter as coisas mais atualizadas.

Bye now...









(Budapest, margem do Danubio; Cliffs of Moher, costa sudoeste da Iralanda; Praga)
(Notre Dame, Paris; parada de St. Patrick, Dublin)