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quinta-feira, setembro 24, 2009

Feliz 250!

Hoje, a cerveja mais famosa - e mais deliciosa - do mundo completa 250 anos de idade.

Clique no cartaz para ler artigo em inglês, extraído do Google News.

Faz apenas 3 anos que meio (buááááááá´) que eu estive bem ali, onde tudo começou, em Dublin, na cervejaria conhecida como St. James Gate.

Em 1752, Arthur Guinness herdou 100 libras esterlinas de seu padrasto. Investiu o dinheiro e eventualmente abriu sua primeira cervejaria no interior. Em 1759, foi à Dublin e arrendou o terreno de 4 acres em St. James Gate por 9000 mil anos (isso mesmo, 9 MIL anos), pela bagatela de 45 libras ao ano! Dez anos mais tarde, o primeiro carregamento da porter Guinnes foi exportado para a Inglaterra. O negócio ia bem até 1775, quando o xerife de Dublin foi mandado à nascente de onde Arthur obtia a água da fábrica para cortar seu uso. Arthur os esperou com machado em punho. Em 1784 os direitos de uso da nascente foram cedidos à Guinness por 8975 anos - o cara era bom de lábia...


Arthur e sua esposa tiveram 21 filhos. Daí as frases clássicas usadas nos cartazes-propaganda de Guinness nas décadas de 30 em diante: "Guinness is Good for You" (Guinness faz bem à você), "Guinness for Strength" (Guinness para força). Infelizmente, apenas 10 dos filhos deles chegaram à idade adulta. E herdaram o império fundado pelo pai, que morreu em 1803.


Por volta de 1820 a cerveja passou a ser exportada para colônias européias no Caribe (Trinidad, Barbados), e depois disso chegou à América... Mais de 100 anos depois, a empresa batiza seu primeiro vapor, o S.S. Guinness.

Ao longo dos anos, a cervejaria passou a ser produzida em diversos países. Há variações do mesmo tema, para atender demandas locais. Por exemplo, no Caribe, África e Ásica, existe a Foreign Extra Stout, que é mais forte e mais amarga que a original. Os caribenhos (isso eu não pesquisei não, isso eu vi e vivi todos os dias por 9 anos, nos crew bar dos vários navios onde trabalhei. E quando digo caribenhos, incluo da Jamaica, Trinidad, St vincent & the Grenadines, Dominica, Dominican Republic, Haiti, Barbados, e ainda o povo da América Central - Honduras, Nicarágua, Costa Rica) adoram esta versão, e acreditam que ela seja afrodisíaca... Dizem, naquele inglês quebrado, com o sotaque de cada ilha "It's good for the wood" (É bom para a "madeira", se é que me entende!).

Aliás, existe também um outro ditado "Once you go black, you never go back". Algo como "Uma vez que você vai de preto, você nunca mais volta atrás". Os caribenhos e centro-americanos todos muito orgulhosos de suas raízes africanas, dizem isso em sentido dúbio - se é que você ainda me entende! Eles o usam para a Guinness e para eles mesmos!

Enfim, em Janeiro de 2006 estava eu em Dublin por uma semana, à espera do namorado (o irlandês, não o Lars) que ainda estava embarcado. Conheci a cidade toda, entre elas a fábrica de St James Gate, que hoje, além de ainda produzir o ouro negro, mantém um museu, loja (ENORME!) e um bar chamado Gravity, que fica no topo de uma das chaminés. É um dos pontos mais altos da cidade, e tem vistade 360 graus. Eu perdi as fotos, lá mesmo na Europa, brincando com minha câmera, entediada num trem. Até chorei, pois TODAS as fotos de Dublin estavam ali... Naqueles tempos o Daniel ainda não tinha postado as dicas de recuperar dados perdidos em cartão de memória! MAs voltando ao assunto - uma vez em Dublin, é visita obrigatória, ainda mais se você, assim como TODO irlandês, aprecia a marvada.

Uma curiosidade sobre esta cerveja maravilhosa... Consumacom moderação. Não pelo teor alcóolico, que é super dentro do normal, mas pela quantidade de reações químicas que ela provoca no seu organismo, que o fará expelir gases dos mais fedorentos do mundo! Como eu sei disso? Porque, infelizmente, eu - e várias outras pessoas - cheirei muito pum irlandês dentro de pubs irlandeses! Deixa eu explicar melhor (e se você não tem senso de humor para escatologia, suma-se daqui, pois vai ficar pior!): naqueles idos de 2006, a lei anti-fumo tinha acabado de entrar em vigor na Irlanda. Os irlandeses não podiam mais fumar nos pubs, gerando assim um ar mais puro, certo? Não! Porque a fumaça dos cigarros mascarava o cheiro do pum de Guinness... A coisa é notória por lá, e é piada por parte dos irlandeses - ao menos por parte dos muitos que EU conheci!

Vou ficar pior, já que bateu a inspiração, e as memórias me estão vindo à tona numa velocidade que eu não estou conseguindo conter! Escrevo tão rápido quanto penso, o que num caso como esse, pode ser um terror, e eu posso acabar eventualmente perdendo meus 16 leitores (12seguidores mais a família, né!).

Então, a família do namorado irlandês era de uma cidadezinha perto de Galway, no oeste da Irlanda. O irmão mais novo dele vivia em Dublin com a namorada espanhola. Foi com eles que me hospedei naquela semana, enquanto aguardava Leo desembarcar (eu saí do navio uma semana antes, compreende?) pra irmos pra Galway. A família, tradicionalmente católica ferrenha, fez com que dormíssemos em quartos separados. Sem trauma, os irlandeses sáo mesmo fervorosos. Então, até saímos pra beber (Guinness), mas na volta, dormíamos em quartos separados. Depois de unsdias, fomos à Limerick, cidade mais ao sul, onde Leo estudou, pra encontrar os amigos de facu dele. Aí sim, dormimos num hotel. E já na primeira noite, Pascal e Connor (quer nomes mais irlandeses?) foram nos encontrar. Ficamos ali, no pub do hotel mesmo. Mandamos várias pints (se diz páints, e é aquele copão de cerveja de quase meio-litro). Várias MESMO. E depois fomos dormir na cama de casal, lógico. E no meio da noite, meio de ressaca, acordo com um fedô dos infernos. Achei que fosse o esgoto do banheiro, e o nariz aqui deu aquela investigada básica. De volta do banheiro, pude notar que o cheiro não vinha de lá. Adivinha de onde? SIM, debaixo do edredon! Do Leo!!! Fiquei P da vida, e mudei pra cama de solteiro. Ele acordou, me viu lá do outro lado, e não entendeu nada. Contei à ele o motivo, o resultado foi uma das gargalhadas mais longas que já ouvi. A resposta (irlandesa) dele: Ai, eu esqueci de avisar. Guinness faz isso com a gente, é normal depois de uma noite no pub...

Agora, imagina o meu dilema... Amar uma cerveja tanto, tanto, tanto, mesmo sabendo que ela te apodrece as entranhas.... Apenas concluí que o melhor era consumir com moderação - e controlar o consumo do Leo!!!

A Irlanda produz outras stouts também boas (Murphy's e Beamish), mas nada, nadica nesse mundo como uma Guinness. Arthur Guinness, saúde!

PS: esse post foi escrito quando recebi newsletter sobre o assunto, e foi programado pra ser publicado quinta-feira. Espero lembrar de todas as asneiras que escrevi. Auto-exposição não pode ficar pior que isso,pode? Mas eu dei várias risadas escrevendo e lembrando. Espero dar mais quando o ler já publicado.

PS2: Hoje vi o post ainda em rascunho e dei um update com a notícia do Google News. Que self-vergonha!

quinta-feira, julho 02, 2009

Homossexualidade não é mais ilegal na Índia

Ao abrir o computador hoje, a primeira notícia que me chamou a atenção foi essa...

"A decisão reverte uma lei de 148 anos que havia sido herdada do tempo em que o país era uma colônia britânica e que qualificava sexo entre indivíduos do mesmo gênero como 'um atentado contra a natureza'." fonte: Uol Leia a matéria na íntegra aqui.

Imediatamente me ocorre, como sempre ocorreu ao pensar no puritanismo da Índia, como a colonização britânica ferrou com a Índia - um país onde a sociedade já era segmentada por causa da religião (as castas), e que piorou quando os ingleses trouxeram seus princípios morais e os impuseram aos "selvagens". Tenho certeza que a questão do sexo virar tabu veio daí. Afinal de contas, a Índia é o país do Kama Sutra, um manual de amor e sexo...

Quando eu estava na Índia, meu namorado indiano me levou ao Prince of Whales Museum, onde pudemos ver esculturas e pinturas dos séculos 9 e 10, até os dias atuais. E comentei com meu namorado "Nossa, que engraçado, nas esculturas e quadros muito antigos tem muita nudez! E depois vai desaperacendo, nos quadros mais recentes todos já estão mais vestidos"... E o ex responde, tão igenuamente "Não, Cami, na verdade nunca houve nudez - as esculturas estão erradas...". E eu "Quem disse isso?" e ele "A professora da escola!" Morri de rir, por dentro, porque rir na cara seria ofensa, mas olha só a que ponto a lavagem cerebral chegou! Prova da cultura ancestral indiana ser mais "liberal", digamos assim, são os templos de Khajuraho... Veja por si...


Ao se aproximar dos detalhes nos entalhes e esculturas das construções...


(todas as fotos de Khajuraho daqui)

Então alguém aí me responde se faz sentido imaginar que os indianos sempre foram pudicas? Pra mim é óbvio que não... Há alguns anos li um livro chamado "O Asceta do Desejo", que conta a história do escritor Vatsyayana, queescreveu o Kama Sutra, e como diz o nome do livro, era um asceta, pessoa que abre mão de todo desejo físico com o objetivo da realização espiritual! Enfim, se um dia surgir a oportunidade de por as mãos no livro, é uma leitura deliciosa, que eu recomendo. E que te fará entender como era o comportamento sexual da Índia em tempos bastante remotos... Naquela época, inclusive, eunucos cuidavam de harém, e há relatos de as moças do harém, pelo fato de o Rei, ou o dono daquele harém não poder dar atenção à todas, se divertiam entre si.


O Asceta do Desejo

Na verdade o "excesso de pudor" pode ter começado com a chegada dos muçulmanos nos séculos 11 e 12, e depois vieram os portugueses (e o catolicismo) no século 16. Holandeses e franceses também estiveram por lá, até a chegada dos ingleses a partir de 1612. Apenas em 1858 o total domínio inglês foi consolidado. Faça as contas até a declaração da independência da Índia (eu ajudo: 1947!) e veja quantos séculos de imposição cultural, social e econômica...

Algo me diz que a homossexualidade ser tabu e virar proibição por lei tem dedo de inglês, 'cês não acham não? Mais uma coincidência - na Jamaica (são as pessoas mais homofóbicas que conheci nestes 9 anos de tripulante) também dá cadeia! Então ninguém se assume, ou precisa sair do país para poder viver com dignidade. Resquício inglês, eu aposto!

Mas o que me deixou muito chateada foi, depois de ter lido no Uol, encontrar o post no blog INDI(A)GESTÃO através do blog da Lu (Lu, seu blog é como jornal pra mim, e tem vários blogs que acompanho através do seu). Não pelo post, mas pela forma como a autora coloca... "Se isto eh algo para se celebrar ou para se chorar, fica a cargo de cada um de voces [sic]" Como assim, cara pálida? Independente dela ser contra ou a favor (e se quisesse manter neutralidade JAMAIS deveria ter usado as palavras que usou), todos tem que entender o fato como um enorme passo na luta pelos Direitos Humanos e igualdade social, num país onde a desigualdade é tamanha, e ainda por cima reenforçada pela religião...

Ainda é possível que se volte atrás com a decisão, que não está agradando aos grupos religiosos (sempre eles, a praga que assola o mundo!!!). Que a Índia consiga manter esta vitória, e que consigam reverter a situação do HIV, que tem se espalhado com rapidez...

Aliás, pesquisando para o post, achei uma matéria sobre o Museu do Sexo em Mumbai, que na verdade é um chamariz para campanhas de prevenção de HIV. Adorei! Leia aqui...

terça-feira, junho 12, 2001

Voltei...

Pessoal

Antes de mais nada quero esclarecer a alguns que se confundiram... Eu não fui casar na Índia não, fui apenas visitar meu namorado e assistir ao casamento da irmã dele.

Bem, a Índia é um país de contrastes, etc, etc, como todos já sabem, com a diferença de que eu pude viver muita coisa que turista não vive: participar do pré, durante e pós cerimônia de casamento, visitar diversas casas de várias classes sociais, viver na periferia, que á a parte desgraçada de Mumbai, e o melhor - andar de trem de subúrbio.

Não preciso nem dizer que rolou um puta choque cultural entre a mãe de meu namorado e eu, mas ao contrário do que acontece com indianos, meu namoradao maravilhoso ficou do meu lado... E nossa relação ficou fortalecida. Sem contar detalhes mais sórdidos, porque inclusive eu ainda não os digeri, havíamos resolvido tentar voltar juntos para o Splendour. Uma vez que ele não conseguiu voltar porque a Royal não o aceitou de volta, decidimos que eu voltaria e ele tentaria outro barco. Já tinha ate a passagem para Veneza, quando numa briga inflamada com a mãe o bichinho resolveu vir embora comigo para o Brasil. Já tínhamos a passagem, só faltava o visto.Como íamos mesmo para New Delhi, tava fácil. [Nota da autora alguns anos depois: o que o desgraçado do indiano queria mesmo era escapar da horrível família dele, mas na hora H não foi macho o suficiente pra peitar... Depois de um ano da separação, em 2003, o cabraainda me ligou no Brasil, implorando pelamordedeus pra vir morar comigo. Mandei-lhe à merda]

Pegamos o avião para Delhi (na hora de dar tchau para a sogra, a mulher desembestou a chorar porque disse que sabia que ele estava fugindo comigo para sempre, tudo isto porque ele estava levando o passaporte dele!!! Louca de pedra, nós saindo só com uma malinha, enquanto eu deixava toda a minha bagagem e meus dolares pra trás???). No dia seguinte fomos para Agra, para visitar o famoso Taj Mahal. No caminho, ele resloveu me contar que o tio dele (que faz as vezes do pai, que faleceu), ao ser consultado sobre este "novo" passo que ele queria dar, disse a ele que o melhor seria ir cumprir ao menos mais um contrato num navio para saldar sua dívida. E eu perguntei que divida era esta (até então não sabia). Pois é, a família foi TÃO LEGAL com ele que, além de gastar TODO o dinheiro que ele tinha juntado durante todos os anos de navio, AINDA O FEZ SE ENDIVIDAR NUMA NOTA PRETA... Resultado, tive que concordar. E num momento idiota de iluminação, disse "Não volto mais para o navio! Acabe seu contrato que eu te espero no Brasil!". Como sou cretina... [Nota da Autora em 22/mar/2004: foi ai que eu cometi um erro... Deveria ter voltado para o Splendour - talvez estivesse lá ate hoje, me poupando tanto contratempo...]

Ficamos assim decididos, voltamos a Mumbai e foi um tal de cancela passagem... Ao menos conseguimos toda a grana de volta. A mãe dele pirou de vez, o astral tava péssimo entre eu e a sogra, e resolvi vir embora. Depois de duas frustradas tentantivas de embarque - se o Brasil é desorganizado, o que é a India então? Parei uns três dias na África do Sul, aproveitei para fazer um mini-safári e ir visitar Sun City. Foi legal, deu para espairecer...

Agora cá estou eu de volta, desempregada, procurando emprego, o que aliàs parece estar extremamente difícil. Liguei ate para o Laurent e ele mesmo me disse isso. Ja mandei uns currículos, e o negócio é esperar.

O marido, como anda de saco cheio da família e detesta a Índia (para viver, é claro!) disse que se até o final de junho nao conseguisse emprego, viria para cá. Eu o encorajei, achando que, com nossos curriculos e experiência, seria mais fácil.

Mas o lance agora é assim: esta segunda tenho uma entrevista com um novo agente de navios - quem tiver interesse me escreve que eu passo o telefone do cara. Ele contrata para várias empresas de navio, e não só brasileiros como estrangeiros. Já arquitetei um plano: se ele puder agenciar meu marido tambem, chamo ele, e ai vamos de novo juntos para um outro navio. Porque no pais do apagão, agora, num da pé!!! O jeito é encher o colchão lá fora e depois torrar aqui.

E se tudo der errado, ai eu jogo nas mãos de Deus. E neste meio tempo, se alguém precisar de uma domestica de luxo...

Beijos e até o proximo capítulo...
Cami Camélia

quarta-feira, maio 09, 2001

A India é...

Pessoas, aqui vai um breve relato sobre minha estadia neste pais asiático chamado Índia... Posso dizer que, depois de chegar aqui, eu entendi tudo... Tudo significa o comportamento dos indianos que eu conheci no navio, tudo significa a gama de diferentes reações das pessoas que vem de férias...


Um país que te toca a pele e a alma com a mesma intensidade, e mesmo assim quando você vezes se pergunta se gostou ou não (até agora) nao há resposta! Strange.

Tudo aqui é muito pobre e sujo... Andar de trem de subúrbio, uma experiÊncia pela qual a maioria de turistas por sorte não passa) causa náusea. As pessoas dentro do trem fedem, e claro, debaixo de um calor super seco de 42 graus (pois é, moçada, eu vim no verão), um ar tão poluído que só se acredita após limpar as orelhas... As favelas ao longo do trilho fedem - peixe, merda, miséria, e das janelas podemos ver criancinhas brincando nos esgotos. Não muito diferente do Brasil, vocês devem estar pensando. Pois bem, acreditem-me, a Índia faz Salvador parecer Buenos Aires, São Paulo parecer Manhattan, Rio de Janeiro idêntica a Paris, se é que vocês me entendem. Talvez porque nós, paulistanos "bem nascidos" passemos a vida muito isolados da realidade da periferia. A Índia e é um choque. Dá nojo na maioria das vezes.

Mas aí vem a religiosidade, as cores dos sarees e suridaars das mulheres nas ruas, os templos hindus por todos os lados, as muçulmanas com seus trajes negros e rostos cobertos destoando de tudo, as vacas nas ruas, os sabores da comida...

Difícil!

Com minha "família" tá indo tudo bem. Não havia razão para tanta duvida. Estão um pouco atarefados com as coisas do casamento nestes dias, mas ja deu até para me levar às compras. Precisam ver meu saree dourado que comprei para o casamento. Já fui ate a praia (um lixo o Arabian sea) e a um parque aquático.





Enfim, nada mais a dizer. Saio daqui direto para Veneza, onde pela 3a vez embarco no Splendour, para uma temporada na Grécia e Turquia. Pelo visto, sem o marido, que não esta conseguindo voltar parta o barco. Resolvemos então que eu devo aproveitar a bocada mais uma vez e fazer mais alguma grana, enquanto ele trabalha em outro barco/cia. Depois vou para o Brasil e espero por ele lá...

Que os 300 milhões de divindades hindus me ajudem.

Beijos
Cami

quarta-feira, março 08, 2000

Curiosidades & Pornografia

Acharam que eu ficar falando de pornografia, né? Não tem nada disso não, fica pra imaginação de vocês. Vou falar sobre curiosidades inúteis que aprendi sobre outras culturas, como a indiana, por exemplo...

Vocês sabiam que a Índia é um país muito indiano? Piadas a parte... Não importa qual das 127 religiões que eles seguem e 956 línguas eles falam (outra piada!) uma coisa eles tem em comum - não se faz, EM HIPÓTESE ALGUMA, sexo ANTES do casamento. Prá quem pensa que eles adoram AQUILO só porque é o país do Kama Sutra, estão muito enganados. O Kama Sutra é uma lenda religiosa que transmite ensinamentos de amor. Dizem eles.... Enfim, normalmente a noite de núpcias será um desastre, já que é a primeira vez dos dois. Imagino que desastre, ainda por cima porque a grande maioria dos casamentos na Índia ainda são arranjados. Eles acreditamque o amor vem depois, com a convivência. Horrível, eu acho. Mesmo em pleno ano 2000 (para os hindus, muito maisque 2000), na Índia as mulheres ainda vão a praia de roupas e trajes típicos, mesmo entrando na água e tudo! Vivem cobertas. Os casamentos acontecem em geral por volta dos 20 e 25 anos de idade.

Já imaginaram um rapagão de 25 anos virgem? Então, os mais apressadinhos tem suas iniciações sexuais com prostitutas, mas dizem que elas são tão baratas e sujas que não dá coragem. E asde luxo, só marajá pode pagar.

Pintado o quadro da realidade da Índia, aí vem a explicação do motivo pelo qual comecei este post, antes que vcs se (ou me) perguntem.

Imagine estes rapazes pegando um avião pela primeira vez na vida, indo parar direto num navio cruzeiro que roda por praias muito turisticas... Vão a praia pela primeira vez deste lado do mundo e vêm as mulheres de bíquini, como só haviam visto em publicações proibidas.... Prase ter uma ideia, os indianos vao a praia do Caribe de jeans. E aí eles começam a pensar NAQUILO, e só NAQUILO... Descobri recentemente que pornografia rola solta no navio, mesmo no alto escalão. Há uma suspeita troca de fitas cassete na cozinha diariamente. E foi assim que cheguei a este assunto, pois cada vez que via alguém com um vídeo ia logo perguntando qual filme, pra saber se poderiam me emprestar depois. Várias vezes ouvi como resposta "Pretty Woman"... E não entendia pq eles gostavam tanto deste filme. Até que um dia, meu chefe, um hondurenho, estava do meu lado quando aconteceu. E perguntei a ele, "Chief, qual é a história com este fime?". E meu chefe rolou de rir e me respondeu em espanhol que era filme pornô, por isso eles ficavam sem graça quando eu perguntava! AH, TÁ!!!!!!!!!

Ainda não terminou... Dentro de todo este clima propício a rapazes "imaginativos", somam-se bordéis espalhados pelas ilhas. Afinal, onde tem marinheiro tem puteiro... Então muitos destes indianos acabam "se iniciando" nesses ESTABELECIMENTOS. No meu departamento tem um rapaz mais novo que eu, magrinho, feinho, baixinho, de bigodinho. O nome dele é Raj. Ultimamente ele anda se assanhando com as garçonetes. Sempre que pintava alguma no nosso balcão com um pedido, ele corria na frente de todos para atender, ficava olhando praelas, cheio de saliências. Ontem ele tava mais calminho pois tava meio gripado.

Hoje - estavamos em Aruba - ele estava de folga a tarde, e a noite apareceu pra trabalhar mais serelepe do que nunca, faceiro que só. Ninguém teria sabido de nada, mas imagina a velocidade de fofoca-spread, famosa Rádio Peão... Um garçon indiano contou pra outro que tinha encontrado o Raj no puteiro de Aruba. Em menos de 15 minutos, a cozinha + salão inteiros estavam sabendo. E olha que é gente a beça... TODO MUNDO parou no nosso balcãopara dar uma zoadinha no cara, até as garçonetes, especialmente as do Leste europeu que não tem papas na língua. No começo eu gargalhei também, mas depois fiquei com dó do pobre Raj... Até marcaram uma festinha no crewbar depois do serviço pra comemorar o primeira vez do Raj. Pode?????????

Me desculpem aqueles que acham o assunto de mau gosto, mas é só não ler...