Faz apenas 3 anos que meio (buááááááá´) que eu estive bem ali, onde tudo começou, em Dublin, na cervejaria conhecida como St. James Gate.
Em 1752, Arthur Guinness herdou 100 libras esterlinas de seu padrasto. Investiu o dinheiro e eventualmente abriu sua primeira cervejaria no interior. Em 1759, foi à Dublin e arrendou o terreno de 4 acres em St. James Gate por 9000 mil anos (isso mesmo, 9 MIL anos), pela bagatela de 45 libras ao ano! Dez anos mais tarde, o primeiro carregamento da porter Guinnes foi exportado para a Inglaterra. O negócio ia bem até 1775, quando o xerife de Dublin foi mandado à nascente de onde Arthur obtia a água da fábrica para cortar seu uso. Arthur os esperou com machado em punho. Em 1784 os direitos de uso da nascente foram cedidos à Guinness por 8975 anos - o cara era bom de lábia...
Em 1752, Arthur Guinness herdou 100 libras esterlinas de seu padrasto. Investiu o dinheiro e eventualmente abriu sua primeira cervejaria no interior. Em 1759, foi à Dublin e arrendou o terreno de 4 acres em St. James Gate por 9000 mil anos (isso mesmo, 9 MIL anos), pela bagatela de 45 libras ao ano! Dez anos mais tarde, o primeiro carregamento da porter Guinnes foi exportado para a Inglaterra. O negócio ia bem até 1775, quando o xerife de Dublin foi mandado à nascente de onde Arthur obtia a água da fábrica para cortar seu uso. Arthur os esperou com machado em punho. Em 1784 os direitos de uso da nascente foram cedidos à Guinness por 8975 anos - o cara era bom de lábia...

Arthur e sua esposa tiveram 21 filhos. Daí as frases clássicas usadas nos cartazes-propaganda de Guinness nas décadas de 30 em diante: "Guinness is Good for You" (Guinness faz bem à você), "Guinness for Strength" (Guinness para força). Infelizmente, apenas 10 dos filhos deles chegaram à idade adulta. E herdaram o império fundado pelo pai, que morreu em 1803.


Por volta de 1820 a cerveja passou a ser exportada para colônias européias no Caribe (Trinidad, Barbados), e depois disso chegou à América... Mais de 100 anos depois, a empresa batiza seu primeiro vapor, o S.S. Guinness.
Ao longo dos anos, a cervejaria passou a ser produzida em diversos países. Há variações do mesmo tema, para atender demandas locais. Por exemplo, no Caribe, África e Ásica, existe a Foreign Extra Stout, que é mais forte e mais amarga que a original. Os caribenhos (isso eu não pesquisei não, isso eu vi e vivi todos os dias por 9 anos, nos crew bar dos vários navios onde trabalhei. E quando digo caribenhos, incluo da Jamaica, Trinidad, St vincent & the Grenadines, Dominica, Dominican Republic, Haiti, Barbados, e ainda o povo da América Central - Honduras, Nicarágua, Costa Rica) adoram esta versão, e acreditam que ela seja afrodisíaca... Dizem, naquele inglês quebrado, com o sotaque de cada ilha "It's good for the wood" (É bom para a "madeira", se é que me entende!).
Aliás, existe também um outro ditado "Once you go black, you never go back". Algo como "Uma vez que você vai de preto, você nunca mais volta atrás". Os caribenhos e centro-americanos todos muito orgulhosos de suas raízes africanas, dizem isso em sentido dúbio - se é que você ainda me entende! Eles o usam para a Guinness e para eles mesmos!
Enfim, em Janeiro de 2006 estava eu em Dublin por uma semana, à espera do namorado (o irlandês, não o Lars) que ainda estava embarcado. Conheci a cidade toda, entre elas a fábrica de St James Gate, que hoje, além de ainda produzir o ouro negro, mantém um museu, loja (ENORME!) e um bar chamado Gravity, que fica no topo de uma das chaminés. É um dos pontos mais altos da cidade, e tem vistade 360 graus. Eu perdi as fotos, lá mesmo na Europa, brincando com minha câmera, entediada num trem. Até chorei, pois TODAS as fotos de Dublin estavam ali... Naqueles tempos o Daniel ainda não tinha postado as dicas de recuperar dados perdidos em cartão de memória! MAs voltando ao assunto - uma vez em Dublin, é visita obrigatória, ainda mais se você, assim como TODO irlandês, aprecia a marvada.
Uma curiosidade sobre esta cerveja maravilhosa... Consumacom moderação. Não pelo teor alcóolico, que é super dentro do normal, mas pela quantidade de reações químicas que ela provoca no seu organismo, que o fará expelir gases dos mais fedorentos do mundo! Como eu sei disso? Porque, infelizmente, eu - e várias outras pessoas - cheirei muito pum irlandês dentro de pubs irlandeses! Deixa eu explicar melhor (e se você não tem senso de humor para escatologia, suma-se daqui, pois vai ficar pior!): naqueles idos de 2006, a lei anti-fumo tinha acabado de entrar em vigor na Irlanda. Os irlandeses não podiam mais fumar nos pubs, gerando assim um ar mais puro, certo? Não! Porque a fumaça dos cigarros mascarava o cheiro do pum de Guinness... A coisa é notória por lá, e é piada por parte dos irlandeses - ao menos por parte dos muitos que EU conheci!
Vou ficar pior, já que bateu a inspiração, e as memórias me estão vindo à tona numa velocidade que eu não estou conseguindo conter! Escrevo tão rápido quanto penso, o que num caso como esse, pode ser um terror, e eu posso acabar eventualmente perdendo meus 16 leitores (12seguidores mais a família, né!).
Então, a família do namorado irlandês era de uma cidadezinha perto de Galway, no oeste da Irlanda. O irmão mais novo dele vivia em Dublin com a namorada espanhola. Foi com eles que me hospedei naquela semana, enquanto aguardava Leo desembarcar (eu saí do navio uma semana antes, compreende?) pra irmos pra Galway. A família, tradicionalmente católica ferrenha, fez com que dormíssemos em quartos separados. Sem trauma, os irlandeses sáo mesmo fervorosos. Então, até saímos pra beber (Guinness), mas na volta, dormíamos em quartos separados. Depois de unsdias, fomos à Limerick, cidade mais ao sul, onde Leo estudou, pra encontrar os amigos de facu dele. Aí sim, dormimos num hotel. E já na primeira noite, Pascal e Connor (quer nomes mais irlandeses?) foram nos encontrar. Ficamos ali, no pub do hotel mesmo. Mandamos várias pints (se diz páints, e é aquele copão de cerveja de quase meio-litro). Várias MESMO. E depois fomos dormir na cama de casal, lógico. E no meio da noite, meio de ressaca, acordo com um fedô dos infernos. Achei que fosse o esgoto do banheiro, e o nariz aqui deu aquela investigada básica. De volta do banheiro, pude notar que o cheiro não vinha de lá. Adivinha de onde? SIM, debaixo do edredon! Do Leo!!! Fiquei P da vida, e mudei pra cama de solteiro. Ele acordou, me viu lá do outro lado, e não entendeu nada. Contei à ele o motivo, o resultado foi uma das gargalhadas mais longas que já ouvi. A resposta (irlandesa) dele: Ai, eu esqueci de avisar. Guinness faz isso com a gente, é normal depois de uma noite no pub...
Agora, imagina o meu dilema... Amar uma cerveja tanto, tanto, tanto, mesmo sabendo que ela te apodrece as entranhas.... Apenas concluí que o melhor era consumir com moderação - e controlar o consumo do Leo!!!
A Irlanda produz outras stouts também boas (Murphy's e Beamish), mas nada, nadica nesse mundo como uma Guinness. Arthur Guinness, saúde!
Ao longo dos anos, a cervejaria passou a ser produzida em diversos países. Há variações do mesmo tema, para atender demandas locais. Por exemplo, no Caribe, África e Ásica, existe a Foreign Extra Stout, que é mais forte e mais amarga que a original. Os caribenhos (isso eu não pesquisei não, isso eu vi e vivi todos os dias por 9 anos, nos crew bar dos vários navios onde trabalhei. E quando digo caribenhos, incluo da Jamaica, Trinidad, St vincent & the Grenadines, Dominica, Dominican Republic, Haiti, Barbados, e ainda o povo da América Central - Honduras, Nicarágua, Costa Rica) adoram esta versão, e acreditam que ela seja afrodisíaca... Dizem, naquele inglês quebrado, com o sotaque de cada ilha "It's good for the wood" (É bom para a "madeira", se é que me entende!).
Aliás, existe também um outro ditado "Once you go black, you never go back". Algo como "Uma vez que você vai de preto, você nunca mais volta atrás". Os caribenhos e centro-americanos todos muito orgulhosos de suas raízes africanas, dizem isso em sentido dúbio - se é que você ainda me entende! Eles o usam para a Guinness e para eles mesmos!
Enfim, em Janeiro de 2006 estava eu em Dublin por uma semana, à espera do namorado (o irlandês, não o Lars) que ainda estava embarcado. Conheci a cidade toda, entre elas a fábrica de St James Gate, que hoje, além de ainda produzir o ouro negro, mantém um museu, loja (ENORME!) e um bar chamado Gravity, que fica no topo de uma das chaminés. É um dos pontos mais altos da cidade, e tem vistade 360 graus. Eu perdi as fotos, lá mesmo na Europa, brincando com minha câmera, entediada num trem. Até chorei, pois TODAS as fotos de Dublin estavam ali... Naqueles tempos o Daniel ainda não tinha postado as dicas de recuperar dados perdidos em cartão de memória! MAs voltando ao assunto - uma vez em Dublin, é visita obrigatória, ainda mais se você, assim como TODO irlandês, aprecia a marvada.
Uma curiosidade sobre esta cerveja maravilhosa... Consumacom moderação. Não pelo teor alcóolico, que é super dentro do normal, mas pela quantidade de reações químicas que ela provoca no seu organismo, que o fará expelir gases dos mais fedorentos do mundo! Como eu sei disso? Porque, infelizmente, eu - e várias outras pessoas - cheirei muito pum irlandês dentro de pubs irlandeses! Deixa eu explicar melhor (e se você não tem senso de humor para escatologia, suma-se daqui, pois vai ficar pior!): naqueles idos de 2006, a lei anti-fumo tinha acabado de entrar em vigor na Irlanda. Os irlandeses não podiam mais fumar nos pubs, gerando assim um ar mais puro, certo? Não! Porque a fumaça dos cigarros mascarava o cheiro do pum de Guinness... A coisa é notória por lá, e é piada por parte dos irlandeses - ao menos por parte dos muitos que EU conheci!
Vou ficar pior, já que bateu a inspiração, e as memórias me estão vindo à tona numa velocidade que eu não estou conseguindo conter! Escrevo tão rápido quanto penso, o que num caso como esse, pode ser um terror, e eu posso acabar eventualmente perdendo meus 16 leitores (12seguidores mais a família, né!).
Então, a família do namorado irlandês era de uma cidadezinha perto de Galway, no oeste da Irlanda. O irmão mais novo dele vivia em Dublin com a namorada espanhola. Foi com eles que me hospedei naquela semana, enquanto aguardava Leo desembarcar (eu saí do navio uma semana antes, compreende?) pra irmos pra Galway. A família, tradicionalmente católica ferrenha, fez com que dormíssemos em quartos separados. Sem trauma, os irlandeses sáo mesmo fervorosos. Então, até saímos pra beber (Guinness), mas na volta, dormíamos em quartos separados. Depois de unsdias, fomos à Limerick, cidade mais ao sul, onde Leo estudou, pra encontrar os amigos de facu dele. Aí sim, dormimos num hotel. E já na primeira noite, Pascal e Connor (quer nomes mais irlandeses?) foram nos encontrar. Ficamos ali, no pub do hotel mesmo. Mandamos várias pints (se diz páints, e é aquele copão de cerveja de quase meio-litro). Várias MESMO. E depois fomos dormir na cama de casal, lógico. E no meio da noite, meio de ressaca, acordo com um fedô dos infernos. Achei que fosse o esgoto do banheiro, e o nariz aqui deu aquela investigada básica. De volta do banheiro, pude notar que o cheiro não vinha de lá. Adivinha de onde? SIM, debaixo do edredon! Do Leo!!! Fiquei P da vida, e mudei pra cama de solteiro. Ele acordou, me viu lá do outro lado, e não entendeu nada. Contei à ele o motivo, o resultado foi uma das gargalhadas mais longas que já ouvi. A resposta (irlandesa) dele: Ai, eu esqueci de avisar. Guinness faz isso com a gente, é normal depois de uma noite no pub...
Agora, imagina o meu dilema... Amar uma cerveja tanto, tanto, tanto, mesmo sabendo que ela te apodrece as entranhas.... Apenas concluí que o melhor era consumir com moderação - e controlar o consumo do Leo!!!
A Irlanda produz outras stouts também boas (Murphy's e Beamish), mas nada, nadica nesse mundo como uma Guinness. Arthur Guinness, saúde!
PS: esse post foi escrito quando recebi newsletter sobre o assunto, e foi programado pra ser publicado quinta-feira. Espero lembrar de todas as asneiras que escrevi. Auto-exposição não pode ficar pior que isso,pode? Mas eu dei várias risadas escrevendo e lembrando. Espero dar mais quando o ler já publicado.
PS2: Hoje vi o post ainda em rascunho e dei um update com a notícia do Google News. Que self-vergonha!