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sábado, janeiro 16, 2010

Uma foto, mil palavras?

Tá aí uma imagem que eu jamais poderia imaginar ver tão cedo...

Clinton, Obama e Bush na Casa Branca

Pena que só tragédias são capazes de reunir pessoas tão diferentes como esses três, com interesses também bem diferentes... Claro que a diplomacia, a política e os interesses políticos, e não apenas a boa vontade e coração abertos, pesam numa cena como essa. Mas que é de tremer nas bases, isso é...

Enquanto isso, ainda há desaparecidos e milhares de desabrigados no RS e no Vale do Paraíba. E a Gisele Bundchen doou 1,5 milhões de dólares pro Haiti. E a terra dela, como fica? Os conterrâneos dela?

Antes que alguém se manifeste, já avanço: sou tanto a favor de ajudar o Haiti e seu povo que já dei minha pífia contribuição. Assim o fiz também por São Luís do Paraitinga. A comoção com a catástrofe é inevitável, ainda mais com a mídia se estapeando pelas imagens e relatos mais chocantes. Exatamente por isso, os brasileiros não tem recebido a ajuda da qual tanto precisam. Os haitianos também precisam, mas acho que a imprensa brasileira tinha a obrigação ter mais compaixão pelos seus, ao invés de enviar repórteres carniceiros pra Port-au-Prince. Vi uma matéria no Jornal Hoje de hoje que me encheu de vergonha, a repórter se estapeando com a população pra tentar tomar uma imagem de uma vítima presa nos escombros, enquanto o soldado brasileiro das Forças de Paz da ONU mandava os haitianos calarem a boca, em francês, mas permitia que a repórter quase pisasse em cima da vítima pra obter sua imagem. Carniceiros oportunistas, isso é o que eles são.

Façam-me o favor!

E numa linha mais positiva, os navios da Royal já começaram a desembarcar suprimentos em Labadee... Leia mais aqui, com fotos e tudo.

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Pensar no Haiti é muito difícil...

... porque, ao contrário de milhões que assistem ao aftermath pela TV e se penalizam, nós, ex-tripulantes da Royal Caribbean que visitavam a ilha regularmente, temos outros sentimentos. Ao menos eu tenho.

Primeiro, frustação por não poder ajudar de maneira concreta, por não fazer mais parte da equipe. Segundo, por lembrar da condição de miséria extrema que pude presenciar com estes olhinhos da minha cara. E se era difícil num vilarejo que tem investimento e infra-estrutura um pouco mais próxima do adequado, imagine na capital e periferia... Uma visão dantesca me vem à mente, é até difícil pensar nisso.

O engraçado é que este pobre país vive assim há décadas - senão séculos - e só quando a natureza ataca sem aviso é que as atenções do planeta se voltam à ilha...

Escrevi um post sobre o Haiti no fim do ano passado, lembrando do Natal de 2008, quando nós do Freedom of the Seas levamos presentes às crianças de Labadee... As histórias que ouvi nos meus 4 meses de trabalho mais direto com os haitianos e gerentes da propriedade da Royal, e as cenas que vi, são coisas que jamais se esquece. Jamais.

Por isso criei forças pra escrever este post, mesmo sem a menor vontade de escrever, pois estamos enfrentando a nossa própria perda. Aquela gente precisa muito de ajuda. E me dá orgulho de saber que o governo brasileiro pode ajudar com dinheiro e mantimentos...

E a própria Royal Caribbean está ajudando, enviando doações e mantimentos para uma organização que os recebe em Labadee e distribui às áreas necessitadas. Independence of the Seas já está levando uma parte, e mais mantimentos serão embarcados no Liberty e no Navigator of the Seas. Quem recebe as doações de alimentos é uma entidade chamada Food for the Poor. Vários fornecedores de produtos alimentícios da Royal Caribbean estão colaborando com arroz, feijão, água, leite em pó e outros enlatados em geral.

Existem várias outras formas de ajudar - infelizmente à distância, se ó pode ser financeiramente, se você puder. Visite a seção Impact your World no site da CNN e veja por onde.

Mas não se esqueça jamais, que bem aqui no seu país, há gente precisando de ajuda também. Angra dos Reis, Ilha Grande, o Rio mesmo, e o sul e nordeste do país, e São Luís do Paraitinga, cidade histórica no Vale do Paraíba. As vidas de milhares de pessoas foram alteradas pela força das tempestades, e a ajuda que estão recebendo não é suficiente. Antes de pensar no Haiti, pense em seu próprio povo. A Cruz Vermelha de São Paulo informa ter apenas 15 voluntários ajudando a Defesa Civil. Pra contribuir com a CV, clique aqui. A CV do Rio informa quais os Estados que necessitam de doações. A Defesa Civil de São Paulo solicita voluntários pra São Luís do Paraitinga.

E, numa outra nota, quero agradecer de coração ao apoio de todos os amigos virtuais - e de carne e osso - no momento que atravesso com minha família. As boas vibrações que emanam é de grande ajuda... Fico aqui no BR até dia 19, e não sei se consigo voltar com o blog na mesma movimentação de antes, mas eu tô na área...