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domingo, abril 19, 2009

Dias atarefados, mas nem tanto...

Cheguei na quarta passada. Quinta Lars foi trabalhar, e na sexta não. Então tiramos o dia para resolver as coisas, digamos assim, urgentes.

Todo imigrante quando chega na Noruega tem até sete dias para se apresentar a Polícia local, que é na verdade quem emite o visto. Até então tinha viajado com uma carta do Real Consulado Norueguês, que por sinal não foi nem mostrada em nenhum aeroporto. Tinha até comprado um seguro viagem no Brasil, por medo de ser "devolvida", mas o oficial de imigração em Paris abriu meu passaporte bem na página onde já haviam carimbos de entrada e saída da França, e carimbou. Nem peguntou nada.

Chegamos a Polícia com a tal carta, o policial perguntou se tínhamos fotos. Tivemos que sair prá tirar as fotos (que ficaram horríveis!!!). Ao retornar, entregamos o passaporte e a foto, e em 15 minutos recebemos de volta com o visto colado. O visto diz "Oppholdstillatelse ", ou autorização de residência. O policial explicou que ele me dá os mesmos direitos e deveres em qualquer país que faz parte do acordo Schengen. Perguntamos sobre o exame de tuberculose, e o policial disse que eu receberia uma carta com maiores instruções. Também explicou que devemos casar em 6 meses a partir da data em que o visto foi emitido. Recebemos também uma carta com regras e direitos.

Ainda falta muita coisa pra resolver, mas já foi um começo.

No final de semana, foi tempo de visitas. Na sexta feira a tarde jantamos com a sogra. A refeição principal do dia aqui na Noruega, o middag, é em geral as 4 da tarde (ao menos na família Hareide). O pessoal em geral toma café da manhã, e na hora do nosso almoço é o que eles chamam de lunsj, que é um lanche, normalmente café com sanduíche, ou até mesmo uma salada. E então, quando as pessoas voltam pra casa do trabalho, é o middag. O middag de sexta-feira com a sogra foi bacalhau fresco (torsk) cozido, com fígado e ovas, servido com batatas cozidas e pão sueco. Vinho riesling alemão acompanhando, já que era sexta-feira. Para o café, o irmão do Lars com a esposa e os filhos vieram visitar, e já aproveitaram prá convidar a gente pro jantar de sábado. Sexta a noite o fiel escudeiro do Lars veio em casa, assistimos um filme ("Tudo o que você queria saber sobre sexo mas tinha medo de perguntar", do Woody Allen) e bebemos algo.

Sábado de manhã arrumei mais um pouco das minhas coisas, e a tarde fomos na loja da Cruz Vermelha, onde a sogra (Marit) é voluntária. As pessoas doam objetos pra loja, e o lucro das vendas vai pra Cruz Vermelha. A quantidade de roupas e louças é imensa. As vezes se acha jogos inteiros de jantar por uma bagatela. Compramos umas quinquilharias de cozinha. De lá fomos a loja de eletrodomesticos escolher um processador de alimentos, que vamos comprar com uma grana que ganhamos de presente de casamento. Achamos um dentro das nossas possibilidades, que vem com liquidificador e tudo. Segunda feira voltaremos, pois precisamos primeiro trocar os euros no banco.

E de lá fomos jantar. Peixe, destes de cara feia, que vivem no fundão do mar (em inglês, Atlantic Monk fish). Estou adorando tanto peixe, a maioria de carne branca e firme, do jeito que eu gosto... A noite, Tor Erik veio nos visitar de novo. Beber em casa fica bem mais em conta do que sair... Duas cervejas e uma dose de vodka, ou seja, uma rodada de rodada de bebidas para nós três, no bar da cidade, fica por volta de nok 240, ou seja, uns R$80. Então, é melhor em casa.

Domingo foi a vez de nós convidarmos a mãe do Lars para o jantar. Fizemos perna de alce (dos que o Lars caçou) assada com molho de vinho. Foi a primeira vez comi não-peixe desde que cheguei. Até fiz sobremesa. A sogra ficou feliz, diz que Lars vai ficar saudável, já eu como salada de verduras cruas todos os dias. Eles não tem o hábito, mas quando faço, acaba! Comprei um pé de alface que vem no vaso, e se quiser você "cria" ele na cozinha, num pratinho com água.

E no Domingo a noite fomos para a casa de um outro amigo do Lars, e assistimos "O dia em que a terra parou" novo, com o Keanu Reeves. Uma b**** , comparado ao original, de 1951, dirigido por Robert Wise (assista ao discurso final aqui).

E assim voou meu fim-de-semana. Segunda feira o Lars não trabalha, então poderemos resolver outras questões de documentos, procurar a escola para pedir informações, etc. Por enquanto sigo morrendo de frio, a temperatura ainda não foi acima de zero desde que cheguei. Aparentemente eu trouxe a onda de frio...

sexta-feira, abril 17, 2009

Jeg er i Norge!!! (Estou na Noruega!!!)

Cheguei!!!!!!!!!! E tá frio demais...

Começando com a viagem em si. Avião 777-200 da AirFrance ABARROTADO. Não tinha prá onde fugir prá se esticar. Um jovem casal francês sentado ao meu lado. Serviço de bordo deles é outra história, prá quem tá acostumado com os comissários velhos e mal-humorados da American Airlines... Até champagne prá classe turistica eles servem. Desta vez fui mais esperta e resolvi, ao fazer o check-in on-line, solicitar refeição vegetariana. Estava sentada no fundão do avião e fui a primeira aser servida! E a comida, um nojento hamburguer de soja,caiu melhor que acomida normal, que sempre me deixa com azia. Regado a champagne, desceu legal. Sobremesa, só frutas. Meu estômago não pesou - precisome lembrar de fazer isso com mais frequência. Assisti ao filme Marley & Eu, e não conseguia conter as lágrimas no final do filme. E quando achei que ia conseguir dar uma dormidinha, alguém perto de mim começa a soltar umas bufas cabulosíssimas... E foi assim o vôo todo. Quando ficava feio demais eu fugia para o banheiro. Não dormi a viagem inteira. Acabei assistindo outro filme, "The Yes Man", com Jim Carrey. Muito ruim, mas um relaxador de cérebro.

10 horas de filmes e gases fedidos depois, chegamos em Paris. Meu café da manhã também foi vegetariano. Tinha muito queijo minas, e comi tudo, como se fosse a ultima refeição, pois sabe-se lá quando verei queijo minas outra vez... Engraçado como a gente as vezes sente falta por antecipação!

Vi a cidade toda e a Torre Eiffel do avião. Deu muita vontade de sair prá passear. Vontade essa que passou assim que tentei achar o hotel no labirinto que é o Aeroporto CDG. Posso dizer que sou uma expert em aeroportos grandes - Miami, Dallas FW, JFK, Chicago O´Hare, Madrid, Heatrow... Mas este ganhou. E com a mochila pesada nas costas, piorou. Cheguei ao hotel Ibis Roissy quase uma hora depois do desembarque. Eles também oferecem preço por hora, uma mão na roda para quem, como eu, só queria tirar uma soneca.

O quarto eraquase do tamanho de uma caixa de sapato, mas limpo. O banheiro era menor que o das nossas cabines nos navios! Por quase uma hora tentei acessar o Wi-Fi, e não consegui. Reslvi dormir. Assim que peguei no sono, o alarme de incendio do hotel disparou. Susto, levantei, me vesti, será que devo juntar tudo ao descer? Me dei conta de que estava no oitavo andar, resolvi esperar. Abri a porta do quarto e dei de cara com um indiano correndo, e perguntei o que acontecia. Ele disse que era um alarme falso, mas mesmo assim todos deveriam descer ao lobby. Deixei tudo no quarto eme juntei ao indiano. Quando chegamos na escada de incendio, os elevadores voltaram a funcionar e o alarme parou em seguida. Voltei ao quarto. Dormi por algumas horas, mas não descansei. Resolvi voltar ao ternimal, quem sabe fazer um lanche, namorar umas vitrines de vinhos... Mas então, peguei o maldito trem para o lado errado, fui parar no terminal 1 quando deveria ter ido ao 2 (SIM, o 3 fica NO MEIO!!!). Toca voltar tudo. Tinha duas horas para o check-in. Como do lado de fora do security check não tinha nada interessante, resolvi entrar. E no embarque não tinha nada além de umas máquinas "cê se serve-se" de café e um quiosque com uns sandubas desbotados. Peguei uma revista Madame da AirFrance, li inteira, ouvi música no iPod, fiz um people-watch básico e de repente já era hora de embarcar para Oslo. Sentei na janela, e desta vez uma casal idoso de noruegueses do meu lado. Ao ouvir o burburinho em norueguês ao meu redor, deu um frio na barriga, pois me dei conta que ainda vou apanhar muito pra aprender o maldito idioma.

Bem , o Sr. norueguês sentado ao meu lado tinha um bafo que nem a maior onça-pintada do Pantanal deve conseguir alcançar. Já tava quase oferecendo Altoids que tinha na bolsa. Mas tudo bem, é por pouco tempo, pensei.

Ao sobrevoar o aeroporto Gardemoen-Oslo, notei que ainda havia neve na área. Já eram 9 da noite e ainda estava aquele lusco-fusco de fim de tarde. Temperatura de 2 graus. Caraca!!!!!

O aeroporto de Oslo é praticamente "cê se serve-se" (desculpem, não resisto a esta piada nunca!). Você vai a um terminal eletrônico, entra o numero de sua reserva, a maquina imprime o cartão de embarque e as etiquetas de bagagem. Então vc vai ao balcão só jogar a mala (digo A MALA porque em toda a Europa, vôos domésticos permitem apenas uma bagagem de 20 kg). A moça me pergunta se estou viajando só, respondo sim. "Oh, vc tem muito excesso de bagagem!" Respondi que sabia. Entreguei o cartão de crédito, fui cobrada NOK1400 (mais de R$300), mas tudo bem. Eu já sabia. Meu embarque estava em cima da hora, corri para o portão.

O vôo SAS para Bodø não estava lotado, sentei na janela outra vez. Ao meu lado estava vazio, mas no corredor sentou-se um senhor bem gordo, com uma suvaca de uma semana! Peguei meu álcool em gel (hand-sanitizer, hábito adquirido depois de muitos anos exposta as bactérias e vírus de passageiros de navio) e espalhei bem. O cheiro do gel mascarou o CC. quando o avião decolou, o tio dormiu, de braços abaixados...

Fui ouvindo musiquinha. Tinha fome (nos voos domesticos a comida E bebida são pagos). Quando o avião se aproxima de Bodø, ele o faz pelo mar. No horizonte ainda havia uma faixa laranja -avermelhada de luz solar, e dava pra distinguir a água do mar e as ilhas - centenas de ilhas. Algumas com luzinhas, pois são habitadas, outras escuras. E quando o avião se posicionou para pousar, vi as maravilhosas montanhas ao redor da cidade, que acabam no mar. Então pensei em todo o curso da viagem, e concluí não importam os perrengues, pois a chegada foi maravilhosa. Vai ver foi uma onda de azar que precede a onda de sorte e felicidade que me espera, I hope!

Lars e seu fiel escudeiro Tor Erik estavam me esperando no saguão. Um frio da porra!

Chegamos em casa - naturalmente sem Tor Erik - fiz um lanchinho e fomos dormir, pois Lars trabalharia as 6 da manhã no dia seguinte. Acordei atrapalhada, já era dia e Lars ainda dormia. Achei que ele estava atrasado. Olhei o relógio, eram 4 da manhã...

segunda-feira, abril 13, 2009

Chegou a hora!

Depois de tanta ansiedade, finalmente chegou a hora... Amanhã embarco no voo AirFrance 455 para Oslo via Paris, e depois SAS 4126 de Oslo para Bodø. Chego lá 23:45 da noite de quarta feira... Haja traseiro pra ficar sentado, pois além das horas de voo propriamente ditas, tenho 10 horas de espera no aeroporto Charles de Gaule.

Tinha até pensado em dar uma passeada por Paris, mas com o mochilão nas costas com computador e tudo, mais casacos, e as horas de voo atacando os musculos do meu corpo... Trem até a Garre du Nord, depois um metrô, sei não... Vou ver se acho um hotel perto do aeroporto, se for caro dar uma descansada, pelo menos o lobby é mais confortával que o do aeroporto... Quando fui de Miami a Dublin em 2006, tive um layover de 12 horas em Chicago, e havia um Hilton praticamente dentro do aeroporto... Me cobraram uma tarifa de day-use, 56 dólares por 6 horas de estada. Deu pra dormir e até tomar banho. Vamos ver se os franceses tem a mesma praticidade!

Este fim-de-semana foi cheio de despedidas... Na quinta-feira, a última saída girls-only com a Camila. Na sexta, churrasco na Maria Alê (e Guaíba), com o Edu e Camila.
No sábado, foi a vez dao familião, num mega-almoço em Campinas, da casa onde passei um pedação da minha infância. Família dos dois lados, com direito a aluguel de carro grande pra viajar de SP até lá... No Domingo, almoção de Páscoa em casa, que foi uma pausa prá arrumação de malas. E hoje, segunda-feira, véspera de viagem, ainda NÃO estou com tudo pronto... Duas malas com até 23 kg é o que me permite a AirFrance. Mas óbvio que não vai dar...

Estou saindo de casa as 5 horas da tarde prá levar uma última caixinha ao Correio...

Não gosto muito de despedidas, porque fico chorosa. Estou muito acostumada a ir e vir, mas dessa vez o ir será muito mais longo, e não se sabe ainda quando acontecerá o próximo vir... Snif! Vou sentir saudades... Especialmente das pessoas queridas que sempre fizeram parte do meu dia-a-dia!

A proxima vez que escrever, será já da Noruega...

Eu lhes rogo, quando quiserem ir visitar, é só avisar! Visitem mesmo!!!




quinta-feira, abril 09, 2009

Despachando a mudança

Bom, a novela de conseguir o visto já foi narrada... Quando recebi a notícia de que o visto tinha sido aprovado, comecei a correr atrás das coisas. Em primeiro lugar, os documentos. Precisava transferir minha carteira de motorista do MS pra SP, e renová-la. Com a carteira brasileira, é possível dirigir na Noruega por até um ano, prazo no qual a carteira deve ser transferida. Ou seja, você faz alguns exames, tem algumas aulas, paga uma grana, mas não é tão sofrido assim. Se você optar por viajar sem a carteira brasileira e deixar pra tirar uma nova lá burrice... Primeiro, o preço, altíssimo. Segundo, já imaginou fazer todos os cursos em norueguês? Vai levar o dobro do tempo.

Depois, toca correr atrás dos documentos prá casar. Lars foi até o Folkregister de Bodø perguntar, pra ter certeza de que eu sairia daqui com tudo certo. Na Noruega, são necessários certidão de nascimento (via recente), um atestado de estado civil (para solteiros) ou averbação de divórcio (divorciados), e atestado de antecedentes criminais. Hoje no estado de SP é possível tirar o atestado pela internet. Depois de providenciados os documentos, achar um tradutor que fizesse o serviço rapidamente, e achei um na internet. Em três dias tudo pronto (o link está na lista de links), eles ficam ao lado do Shopping Higienópolis, em SP. Tive que pegar as traduções dos três documentos e reconhecer firma no cartório, senão o MRE (Itamaraty) não reconhece os documentos. Depois mandei todos os documentos prá Brasília, para a mesma empresa que usei quando fui tirar o visto (link também na lista de links). Menos de uma semana, tudo em ordem. Também aproveitei pra traduzir todos os históricos escolares, desde o primeiro grau até a faculdade. Nunca se sabe quando vamos precisar, e este serviço de tradutor que utilizei tinha o preço mais em conta - pesquisei mais de um.

A carteira de motorista ficou pronta antes do prazo (leva até 21 dias úteis pra transferir de estado), e vai comigo na carteira.

Então resolvi marcar médicos, que obviamente pediram exames laboratoriais... Dentista também, pois não quero sobrecarregar o Lars chegando lá... ainda não sei exatamente como funciona o sistema de saúde deles, então não custa estar com tudo em dia...

E a pior das providências... Como mandar minhas coisas??? Veja bem, tive 6 meses prá pensar nisso, mas sempre fica pro último minuto. O que eu fui fazendo aos poucos foi me livrar dos supérfluos. Vendi vários livros e CDs pra um sebo, doei outros, dei outros... Esvaziei meus guarda-roupas, deixando só o necessário. Náo comprei praticamente NADA de roupa e sapato neste tempo, o que só iria piorar o problema. Então, pesquisando transportadoras e UPSs da vida, cheguei a conclusão que que o melhor seria utilizar os correios. Utilizando a modalidade econômica, 20 kg custam R$296,00. Leva até 30 dias úteis para chegar. Mandei 4 caixas, num total de R$800,00. Ainda assim sobrou coisa a beça... Não sei se vai caber tudo na mala não...

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Retrospectiva 2008

Feliz 2009! Não posso deixar de colocar um post comemorando o ano que entrou já bastante auspicioso para mim - creio eu! E também quis analisar o ano que passou, pois faz um tempo que não olho prá trás...

Passei as festas do ano passado a bordo do Freedom, junto com o Lars, comemorando minha promoção para F&B Administrative Assistant (ou Assist. Administrativa de Alimentos & Bebidas), e estava feliz de, pela primeira vez durante todos os anos de navio, poder passar o Ano Novo sem estar atrás do balcão servindo os passageiros. Não que não tenha me divertido pacas fazendo isso, inclusive porque todos nossos misdemeanors (por exemplo, encher a lata de Perrier Jouet "emprestada", como nas fotos abaixo, com Lars, e com os parceiros de crime, no Reveillon de 2006/2007) eram perdoados.
Mas foi bom botar meu uniforminho de officer e assistir a passagem de ano tomando uma taça de champagne que eu comprei, e não "peguei emprestada"! E depois o ano começou com tudo...










Janeiro a mil, e eu embarcada desde maio de 2007. Minha data de férias saiu, para fevereiro. Iria de férias junto com o Lars pela primeira vez! Também tive que dizer adeus a grandes amigos que nos deixaram para ir abrir o Independence of the Seas, a Cláudia, o Nanton e o Gerson, companheiros de Freedom desde os primeiros dias. Antes da partida, porém, pudemos comemorar meu aniversário juntos no jantar mais caro de todos os tempos, para nós, claro, no El Botín em San Juan, Puerto Rico. E este momento também marca o ano.









Em fevereiro fiquei em Miami 1 semana para um treinamento (ADOREI!), e no resto das férias fui para a Noruega conhecer a cidade, a família e a vida do Lars. Frio pra burro, mas foi genial! Nos divertimos pacas. Fotos alguns posts abaixo. Já tinha visitado países frios e com neve, mas aquilo foi o maior tanto de neve que já tinha visto... Então o sonho das férias acabou e tive que voltar ao trabalho, só para ter mais uma surpresa. Resolveram me promover de novo, desta vez para Assistant Bar Manager, posição que eu já vinha tentando conseguir há algum tempo. De repente, já tinha até minha própria cabine.

E os 4 meses de contrato foram um tanto conturbados, pelo fato de haver uma máfia de indianos infiltrada no negócio! E dois deles estavam doidinhos pra me derrubar. Mas como Deus é pai e meu santo é mais forte que os 300 milhões de deuses deles (ver um, post antigo de maio de 2001), eles não conseguiram. Por outro lado, me senti muito util e muito querida por minha equipe. Trabalhamos muito duro, mas nosdivertimos muito duro também, apesar de a vida no navio ter se ternado cada vez mais sem graça, devido a politica do álcool estar cada vez mais reforçada e de a vigilância ter aumentado. Passamos a fazer nossas festas mais fora do navio que dentro, e um de nossos lugares preferidos era Cozumel.

E um dia, conversando sobre o futuro, Lars me diz que não tem vontade de continuar nos navios, que tinha outras ofertas de emprego na Noruega, e me disse que gostaria que eu fosse viver com ele lá. Pensei por um momento, disse que sim e em julho entreguei minha carta de demissão, e o Lars também. Mais uma vez iriamos sair de férias ao mesmo tempo. Daí em diante foram muitas despedidas - por vezes dolorosas, mas como já havia comentado, tantos anos de navio, num ambiente de rotatividade imensa de pessoal, a gente aprende a endurecer o coração.

Cheguei em São Paulo dia 24 de agosto, e cancelei os planos todos de férias quando vi os preços de passagem. Fui correr atrás da minha ida definitiva para a Noruega. E descobri que as coisas seriam bem menos fáceis do haviamos imaginado. Comecei a correr atrás dos documentos em meados de setembro. E também resolvi aprender norueguês, já que estava aqui sem fazer nada. Encontrei uma professora particular fantástica. Procurei algum trabalho, sem sucesso. Além do que, Lars tinha planos de vir ao Brasil em Novembro, então não ia adiantar arrumar trabalho. E resolvi me matricular na academia para perder osquilos extras ganhos por causa das orgias gastronômicas em Cozumel e St. Maarten, e também no Freedom. A saga dos documentos para o visto para a Noruega ficarão para um post separado.

Em outubro fui a João Pessoa visitar meu amigo François, francês, amigo desde os tempos de Navigator of the Seas. Foi ótimo para dar uma relaxada. E na volta continuei com a vidinha besta - malhação, aulas de norueguês, e muita navegação na Internet. Então Lars me deu a ótima notícia de que viria passar o Natal e Reveillon aqui no Brasil. Já fui correndo fazer planos de viagem, e fiquei no aguardo, malhando, aprendendo norueguês e correndo atrás da papelada para o visto...


Em Dezembro uma semana antes do Lars chegar eu consegui ir ao Consulado Norueguês no Rio... # meses depois... E na semana seguinte ele chegou. Estávamos há 4 meses separados, o maior tempo que já passamos longe.

Levei o Lars passear no centro de sampa, Mosteiro São Bento, subir no Edifício do Banespa, almoçar no Mercadão, andar pela 25 de março no caos antes do Natal, Pátio do Colégio e Catedral da Sé. Ele conheceu meus amigos, foi levado a uma feijoada (coitado, em pleno verão), e então partimos para o Pantanal. Fomos visitar a Caiman, onde trabalhei há anos atrás. Passamos por Aquidauana, e chegamos na fazenda. Churrasco pantaneiro no café, almoço e jantar. Fomos fazer trilha, andar a cavalo debaixo de chuva, avistamos vários animais,alguns bem raros de se ver, passeamos de lancha no Rio Aquidauna, fomos ao baile de Natal dos funcionários da fazenda, encontrei muita gente do passado, foi genial. Na volta para Campo Grande paramos em Miranda e eu pude rever vários velhos amigos. Em Campo Grande Lars se divertiu tirando foto no orelhão de tuiuiú...






















Foi muito divertido. Voltamos pra São Paulo na véspera de Natal, que foi passado com meu familião na casa de uma das tias... Lars sobreviveu a uma família grande e barulhenta, e ainda adorou o fato de poder estar com roupas de verão em pleno Natal... Próximo passo, Paraty, onde passamos o Ano Novo, que foi até bem simples... Jantamos no restaurante Thai Brasil, em restaurante fantástico no Centro Histórico, na mesma rua do nosso hotel, e enchemos a cara de caipiroska de melancia com hortelã chamada Melancolia... Saímos de lá muito felizes o jantar e fomos ver a queima de fogos da beira do rio.


Abrimos uma cerveja (não tínhamos champagne!) e celebramos o fato de não estarmos trabalhando no navio, mas brindamos em homenagem a todos os nossos amigos que ainda estão nos navios... Depois do fim da muvuca, demos uma volta pela cidade e fomos dormir, pois tinhamos um passeio de barco no dia seguinte... E no dia 2 fizemos um passeio de Jeep pelas cachoeiras e alambiques de cachaça em Paraty. Foi ótimo... Vídeozinho do Lars escorregando na Pedra do Escorrega...


Dia 3 pegamos um onibus rumo ao Rio. Chegamos e já fomos direto ao Leblon, e caminhamos até Ipanema. Mostrei a Rua Vinicius de Morais pro Lars. Dia 4 foi dia de Corcovado e Pão de Açúcar. Na volta fomos tomar várias cervejas ecomer sanduíche de pernil no Bracarense, um dos pé-sujos mais famosos do Rio. De noite ainda tivemos força para mais cerveja no Devassa de Botafogo, depois de jantar na Cobal no Humaitá. Dia 5 levei o Lars ao Maracanã. Chovia horrores no Rio, mas ele estava nas nuvens. Na volta nos perdemos um pouco no centro, mas logo tomamos um bus pro Leblon, pra beber e comer bolinho de bacalhau, desta vez no Jobi.










Dia 6 infelizmente viemos embora, e dia 7 ainda levei Lars para Campinas para fazer um tratamento de canal e depois almoçar na minha tia e conhecer a casa onde passei grande parte da minha infância. E ontem ele foi embora...






Engraçado é que relendo este post, parece que não foi tanta coisa que aconteceu... Mas encerrar meu namoro de quase 9 anos com a Royal Caribbean foi muito grande coisa, inclusive considerando que minha carreira estava aonde eu queria. Porém resolvi seguir meu coração e viver este amor, que veio tão inesperadamente. Vai uma fotinho de despedida, em frente ao Freedom em St Maarten, e o Freedom chegando em Nova Iorque para ser batizado em 2006.

O que tem me matado é ficar sem trabalhar, mas tenho me ocupado como posso. Só me resta esperar, agora, o tal visto sair e correr pro abraço, começar a vida nova num lugar muito distante e diferente. Mas aos olhos dos outros, é isso mesmo que eu vim fazendo a vida toda, trabalhando no navio, vida que parece tão exuberante e excitante para os outros. Não me queixo, afinal, foram 47 países e mais de 88 cidades visitadas. Fora as oportunidades incríveis de férias espetaculares só proporcionadas com o dinheirinho suado ganho no navio, de gorgeta em gorgeta...

Agora, as vésperas de completar 35 anos de idade, me sinto orgulhosa pelas minhas opções de vida. A festa tá só começando... E vamo que vamo, rumo a 2009, de tropeço a tropeço com alguns acertos no caminha a gente chega lá!