Como hoje é segundona de folga, é dia de ver todas as bobagens na web... Essa não pude deixar de dividir.
Ah, e antes que eu me esqueça, já que sempre recebo comentários falando da minha paixão pelo mar, pelos navios, pela Royal, sei lá, deixando BEM CLARO... Trabalhar em navio = viajar de graça, receber em cash sem pagar imposto, conhecer gente do mundo todo, fazer milhões de amigos, ir pra casa ao fim de um contrato com dinheiro no bolso suficiente pra lhe proporcionar férias na Califórnia ou na Ilha de Páscoa ou Cuba (no meu caso, os 3!) se você é solteiro e mora com a mama (eu de novo!), mas também: JAMAIS dormir uma noite de sono de mais de 6 horas, morar abaixo do nível da água sem janela, tomar banho numa água que dá alergia, engrossa a pele e derruba os cabelos após um - ou vários - contrato(s), num banheiro onde você jamais conseguirá abrir os dois braços ao mesmo tempo, chegar a beira do alcoolismo, ver seus melhores amigos daquele mês sendo largados num porto qualquer porque violaram alguma regra estúpida da companhia, ouvir, semana após semana, as mesmas perguntas cretinas dos passageiros, seja sobre sua vida pessoal ou sobre o navio ("Qual elevador vai pra frente do navio?", sim, EU OUVI ISSO!!!), dividir cabine com uma sujeita que vc não escolheu (este blog está recheado de relatos sobre todas as minhas memoráveis roomies), comer a MESMA comida dia sim, dia também por 6 meses ou mais, ser acordado no meio da maior ressaca por uma sirene pavorosa e ser obrigado a vestir seus salva-vidas, correr pro seu posto de emergência e apodrecer e derreter no deck por 1 hora ou mais em algum lugar terrivelmente quente do Caribe, TODA SANTA SEMANA... Ainda por cima, aprender a dirigir um barco salva-vidas e ter que pular no mar pro seus amiguinhos aprenderem a resgatar um homem ao mar... Então, resumindo, não, não quero voltar. Vivi um período muito bom, tão bom que TODO ex-tripulante cogita voltar, e eventualmente volta (eu voltei 3 vezes!), só pra descobrir que, de longe, era mais glamouroso do que realmente é.
E quanto ao mar, eu ainda o vejo todos os dias...
Mas o Oasis é outra história! Não dá pra não ficar impressionado, mesmo que cruzeiros não sejam asua praia...
Chegou! O Oasis of the Seas chegou finalmente à sua casa, em Port Everglades, Florida. Fucei esta internet por umas boas horas... Achei finalmente uma alma bondosa que postou um belo vídeo. O mais interessante de Port Everglades é que o navio entra no canal bem próximo à praia, e parece que ele tá indo direto em direção à areia. Confesso que dei uma choradinha. Afinal, este foi um projeto do qual se fala dentro da Royal Caribbean International há seis anos. Houve momentos em que chegamos a duvidar que ele aconteceria, por causa das dificuldades econômicas que esta industria feroz vem enfrentando - mas mesmo assim não deixa de crescer.
Quando participei da inauguração do Freedom, era history in the making, afinal, era o maior navio do mundo em 2006. Depois vieram dois irmãos, Liberty e Independence - ofuscados hoje apenas por seu primo Oasis, magnânimo, único e impossível de ser alcançado pela concorrência. O Queen Mary 2 já havia sido deixado pra trás - e por milhares de toneladas - pelo Freedom e seus irmãos. Hoje as outras companhias não tem conseguido financiamento pra fazer nada igual. Achei um outro vídeo interessante da CBS News que fala em como eles precisam agir pra manter esses navios lotados o ano todo...
E é uma indústria predadora, exploradora - de mão de obra E de passageiros, corporativa que é - e que se diz preocupada com o ambiente, mas ainda produz máquinas desse tamanho movidas a diesel! Imagina a quantidade de combustível fóssil... E mais... Pensam que essa indústria contribui com algum tipo de pesquisa ou suporta alguma empreitada na linha de combustíveis verdes? Nã-não.... Eles apoiam fundações que cuidam de criancinhas com câncer, pra ficarem bem bonitinhos aos olhos da imprensa e de nós, pobres turistas potenciais.
Deixando isso de lado, não tenho como deixar de me emocionar ao assistir esse vídeo. Porque um lado meu gostaria muito de estar ali. Chorei um tiquinho ao ver a tripulação toda nos decks, com bandeirinhas da RCI, mas adorei ver as bandeiras da Jamaica e Trinindad & Tobago - lembrei das festas de indepedência de cada país (imagina quantas serão num navio deste tamanho, com 2100 tripulantes?). Chorei ao pensar em todos os meus amigos que estão ali naquele momento - Jonjon, Nádia, Fnu, Apit, Julian, Marie, George, Elena, Wayan, Naomi, Gianluca e tantos outros...
Hoje um ciclo se encerrou para eles e para a RCI. Para nós, pequenos mortais, essa notícia não afeta nossa vida em andica de nada. E o kiko, deve ter gente se perguntando... Mas isso aí acima povou meus pensamentos e sonhos por 5 anos. E agora, sonhamos com nosso cruzeiro, pois eu não sossego enquanto não vir com meus olhinhos. Aceito doações natalinas, depois mando o número da conta, tá?
E uma pontinha de orgulho - dá uma zoiada nos 7 minutos e 2o de vídeo mais ou menos.
E quando o Capitão toca o apito, meldeus, meu coração para! Lembro de tantos sail-aways em Curaçao, Veneza, St Maarten, Rio de Janeiro, Miami mesmo, Cozumel, St. Thomas, San Juan, Aruba, Key West, Montevideo, Barcelona, Sicília, La Valleta, Hamburgo, a saída de Turku, na Finlândia com o Freedom, e taaaaantos outros portos com cenários de enlouquecer... Mesmo depois de 8 anos, sempre que pude corri prum deck pra ver o navio partindo e a buzina apitando...
Oasis, me aguarde! Here we go!!! Someday...
Curiosidade - o Oasis foi construído com 15 decks (mais que isso e não passa debaixo da Storebælt bridge), mas vai até o 16 porque o 13 foi eliminado. Agora, responda-me: que dia é hoje? Sim, eles retiraram o deck 13, mas chegaram em casa dia 13/11! Tá certo que foi sem querer - atrasaram por causa do mau tempo no Atlântico Norte. Mas é auspiciosoou não?
Perdão, mil desculpas, não consigo responder comentários, quanto menos fazê-los nos seus bloguetos, mas eu não consigo sair do mode êxtase com o show do a-ha. Eu não sou mais a mesma pessoa... ´Ceis me desculpem! Mas acho que é uma fase passageira! Depressão pós-show, assim diz o povo fãzaço do a-ha lá no Orkut... E como esse blog é "uma conversa minha para comigo mesma", tô tentando expurgar essa coisa que entranhou "nimim" desde o Sábado. E não consigo parar de ouvir o Hunting High and Low. De volta a 1986 (o álbum é de 85, mas tenho certeza que chegou ao Brasil - ou ao meu meio! - em 86...).
E Raquel, fia, cê tá louca?????????????? Tens uma fota com o Morten e não quer me mostrar? Ó que eu vou aí buscar a força, cê num tá entendendo! Mostra, please, porfa!!!! Vou fazer campanha! Não só mostra, mas conta tudinho, como vc conseguiu uma fota com o Morten!!! Faça a boa ação do dia!
E essa musiquinha chiclete num sai de mim... Nem essa nem And You Tell Me...
Ontem à noite, em Bruxelas... Olha o Mags dançando!
E outra coisa que não me sai da cabeça - o Oasis. Tenho fuçado muito os preços, mas por enquanto continuam fora da nossa realidade. As cabines mais baratas estão todas vendidas até 2011... Mas queria ir agora pra encontrar amigos e ex chefes. Por exemplo, o Raimund Gschaider, austríaco, foi meu Hotel Director no Navigator of the Seas e também no start up do Freedom of the Seas. Todas as pessoas que aparecem na tela junto dos chefs trabalharam comigo - João Mendonça, F&B Manager, de Portugal, o Chef Executivo Marco da Austrália... Affffff! Amanhã eles chegam em Port Everglades. Os helicópteros da imprensa americana já estão sobrevoando o tempo todo...
Gente boa, tenho estado ausente um cadinho sim. Primeiro, porque tenho andado de sacão cheio de internet. Tudo cansa minha beleza, inclusive a falta generalizada de assunto - que leva várias pessoas a tratar do mesmo assunto, já esgotado pela mídia e por todos os blogs. Afffff! Para o mundo que eu quero descer... Ao invés da mini-saia da Uniban (Ô, SACO!), alguém vai escrever um artigo sobre Copenhagen e o clima, ou sobre qualquer, QUALQUER outra coisa?
Minha parada diária obrigatória na net é o site do Oasis mesmo. Tô achando o máximo a gente poder acompanhar a travessia do ponto de vista do Capitão Bill, o boneco de cera! Eu costumava chamá-lo assim durante a abertura do Freedom. Porque na verdade, o Capitão que navega o bicho mesmo também tá lá, a bordo, na surdina. Colocam Bill ali porque ele é bonitão, o inglês dele é perfeito (ao contrário do inglês do Capitão Carlos, argentino, e Capitão Erik, norueguês, que também pilotavam o Freedom).
No caso do Freedom, quando saímos da Finlândia levou um mês e pouco pra chegar em Miami, pois paramos dias em Hamburgo, depois Oslo, depois Southampton (Inglaterra), depois Boston, depois NY - onde 25 helicópteros nos sobrevoaram enquanto passeávamos exibidos pelo Hudson River. Uma edição do Today Show com a Katie Couric foi gravado ao vivo à bordo... E então houve o batismo, e aí finalmente chegamos em Miami em junho!
No caso do Oasis parece que tão guardando o melhor pra cerimônia de batismo, evento beneficiente que vai angariar fundos para a Fundação Make-a-Wish, como já disse aqui.
Mas o que tô rindo aqui é que o povo lá tá ralando a beça - e o mar tá reviradíssimo! Até o vídeo de ontem, Capitão Bill dizia que o tempo e o mar estavam bons com os penhascos brancos de Dover ao fundo, na travessia do Canal da Mancha. Hoje, em pleno Atlântico, o mar tá péssimo. Tenho uma foto minha no deck do FR durante a travessia, deixa eu achar a bicha...
A jaqueta-uniforme ( que fazia com que fossemos facilmente identificados pelas ruas de Turku) e a camiseta verde pavorosa da Heineken, já que nossos uniformes só embarcaram em Boston! Mas olha aí acima, o Atlântico norte se comportando bem (e o fez durante os 6 dias de trevessia). E olhe aqui o Atlântico norte pro Oasis...
Bom, desculpem aos que não estão interessados no Oasis, mas gente, fala sério, não dá pra não ficar de queixo no chão com um navio desses, mesmo que você nunca tenha visto um, né não?
Fora o Oasis, tenho tido overdose de Animal Planet, e assistido filmes, e a nova série do Jamie Oliver que estreou ontem na tv norueguesa - Jamie's Road Trip, nos Estados Unidos.
Falando em filme, esse fim de semana que passou assisti "500 days of Summer" - acho que no portuga ficou "500 dias com ela". Fui atrás porque a Bel já tinha falado nele, e muito bem. Amei, um chick flick (filme de mulherzinha, em inglês) dirigido por um homem, com seus tão peculiares pontos de vista, e com os papéis tradicionais nesse tipo de filme totalmente invertidos. O rapaz é o romântico incurável enquanto a mocinha é a cínica da história... Um filminho muito do divertido, com uma trilha sonora ESPETACULAR!!! Recomendo extremamente! Corra! Mas só depois do Tarantino, hein?
Então, hoje arrumaremos malinha pra nossa tão esperada ida a Oslo amanhã cedo - mas só depois de embalar e guardar no freezer a carne de alce que Lars acabou de sair pra ir buscar. Foi o último alce da temporada que, graças ao deus protetor dos alces, encerrou dia 31.
Reportes de Oslo apenas na volta e depois que sobrar tempo - porque na volta, vai ser lelê, lelê direto, por causa do fim de semana de folga. Mas antes preciso contar um pouco da saga com a Embaixada Brasileira. Havia ouvido - i.e., lido - muita gente falando mal deles e do serviço que prestam. Pois bem, vejam o que me aconteceu...
Entrei no site pra ver como poderia fazer pra dar entrada no meu novo passaporte - já que mudei de nome, e o velho vai expirar em abril mesmo, o que fez com que meu visto noruga só fosse concedido até fevereiro, mas essa é outra história... Então, entrei no site, pra levantar o que precisava pra passaporte, registro do casamento e matrícula consular. Acho uma mensagenzinha dizendo que o telefone está sendo reestruturado (???????), e que para informações, poderia mandar e-mail. Então li tudo sobre estes três itens. Descobri que se mandasse toda a documentação pelo correio, poderia depois marcar dia para ir pessoalmente assinar o registro de casamento.
Mandei um e-mail perguntando se poderia ir dia 6 de novembro. 15 minutos (!!!) depois recebo resposta - mande primeiro os documentos. Ao receber, veremos se há pendências, e aí sim marcamos hora. Lá fui eu atrás de toda a papelada - levou uma horinha na verdade pra juntar tudo, copiar o que precisava ser autenticado na Polícia, tirar foto, etc. Mandei tudo na terça-feira passada. Na sexta recebi um e-mail dizendo que faltava um documento relativo ao casamento, e que eu poderia mandá-lo por e-mail. Assim fiz, umas duas horas depois de ter recebido o e-mail. E, em plena sexta feira, às 14:45 (o expediente encerra às 15 horas), recebi o último e-mail, confirmando que eu tinha poderia passar para retirar os documentos (passaporte e certidão de casamento) qualquer dia a partir do dia 5/11. Acreditam nisso? Quanta rapidez e competência! Isso é pra quem acha que nosso país é o fim do mundo. Tá certo, a Embaixada fica na Noruega, mas o corpo diplomático é brasileiro, né não???? Pra quem adora chamar o Brasil de meleca. Taí um grande cala-boca!
Então, sexta, depois de amanhã, vou buscar meu passaporte novo e minha certidão brasileira de casamento! E sabadão, a-hasar no show no Spektrum, conhecer a brasucada fã do a-ha do Orkut - detalhe, eu tenho H-O-R-R-O-R de Orkut... A única comunidade de que participo mesmo é a do a-ha, porque é mais forte do que eu... Vai entender... Mas vai ser ótemo conhecer as meninas e menino (o César, que vem da Itália) que como eu, tem o a-ha como a trilha sonora de suas vidas!
Ah, e por último... Se você deixou um comentário aqui e eu não respondi, perdão, mas a preguiça impera. Eu chego lá... E continuo visitando os bloguinhos listados aí quanto pinta novidade. Se não deixei comentário, é pelo mesmo motivo, tá? Eu chego lá!
Em 2006 eu fiz essa passagem com o Freedom. Como o FR só tem 15 andares, passamos com mais de 5 metros de folga. O Oasis tem 16 andares... Detalhe - e a chaminé que retrai, gentem??? E com o Freedom passamos de dia.
Essa ponte é um dos fatores limitantes para a construção de navios desse lado do mundo. Saindo da Finlândia todos TEM que passar debaixo dela. Olha que cena maravilhosa, o navio todo iluminado. Atenção para o Capt. Bill explicando a manobra radical pra fazer o navio abaixar mais dentro da água pra poder passar - com muito pouca folga!!! Os gritos vem dos 2 mil sortudos tripulantes! Que emocionante... Buááááá, queria estar lá! Será que a Borboleta Sueca assistiu lá da casa dela????
Na foto, o maior navio do planeta deixando o estaleiro em Turku, na Finlândia. Pra quem quiser acompanhar a travessia do Atlântico, do ponto de vista da ponte de comando, acesse diariamente o site oficial. Aqui vai o primeiro vídeo. Ontem a noite eles passaram debaixo da Storebelt Bridge. Quero ver o vídeo...
Mais notícias fresquinhas, mas do outro front... Ao ver o vídeo e os winentenders bem pequeninhos lá no fundo, "beservando" tudo... Olha, confesso que uma grande parte de mim queria estar lá nesse momento. E é por momentos assim que um tripulante em geral tem muita dificuldade em deixar de ser tripulante - vejo meus amigos todos que abriram o FR comigo, váááááááários estão no OA nesse momento, mesmo após ter jurado NUNCA MAIS abrir um navio. Se você for forte o suficiente pra largar este vício (eu e Lars até agora estamos nos saindo muito bem até!) e for pelo lado mais racional, 5400 (que vai chegar perto de 6 mil, pois 5400 é apenas com dupla ocupação... Muitas cabines acomodam mais de 2 pessoas!) passageiros enchendo o saco da gente 24 horas por dia? No, Thanks! Really, no! Mas que mexe com algo dentro de mim que é mais forte que eu, isso mexe!
No site oficial, é possível ver num mapa a localização do Oasis em tempo real. Eles acabaram de sair de Turku, pois eu vi no Facebook da Naomi que ela já não conseguia mais ver a doca da escotilha da cabine dela... INVEJAAAAAAAAAA! Ah, e antes que eu me esqueça. Captain Tor Olsen foi meu primeiro capitão... Ele era o Capitão do Splendour no meu primeiro contrato, em 1999. Ele chamava os tripulantes pelo nome! Agora é Marine Operations, que chique!
Ontem, os executivos da Royal Caribbean assumiram o comando do Oasis of the Seas, ou seja, fizeram um último pagamento, assinaram o cheque numa cerimônia na ponte de comando (eu sei porque com o Freedom eu servi champagne na ponte nessa data!), e a RCI passa a ser finalmente a dona do navio. Até então, ele oficialmente ainda era propriedade do estaleiro. Amanhã eles deixam o estaleiro em Turku, navegam em direção ao Báltico passando debaixo da Storebelt Bridge (que liga a Dinamarca à Suécia) com alguns metrinhos de folga, e de lá atravessam o Atlântico em direção a Fort Lauderdale, porto que o navio-monstro chamará de lar (Home Port). Para quem ainda não sabe o que é o Oasis, aqui está uma pequena amostra.
Meus amigos que estão a bordo não cansam de se surpreender com ele. É o maior objeto flutuante já construído, tem 225 mil toneladas (contra as 152 mil da classe Freedom), transportará 5400 hóspedes em 2700 cabines, sendo acomodados e paparicados por 2 mil triuplantes. Se você acha que já viu algo parecido, esqueça. Nenhum navio no planeta tem a mesma majestade. Aliás, você poderia pegar um navio como o Majesty of the Seas, colocar em cima do Freedom of the Seas, e o Oasis ainda é maior que isso.
Só os barcos salva-vidas comportam 370 pessoas. Afff, os de 150 já eram f.... Tô só imaginando as simulações de embarque de salva vidas, num calor de 35 graus em Cozumel... HAUHAUAHUAHAUHA...
Além das atrações que são marca registrada da RCI, como parede de escalada, pista de patinação no gelo e simulador de ondas para surf (o Oasis tem duas), ele ainda traz uma tirolesa que desliza através de decks, o conceito de vizinhanças, sendo uma delas o Central Park e a outra a Boardwalk, simulando as passarelas de Atlantic City ou Coney Island, com carrossel e tudo. Há um bar que sobe e desce três andares (aí está uma foto roubada do Facebook do Jonjon, com parte da equipe provavelmente testando o bicho).
Em inovações para a tripulação, há uma maior quantidade de cabines single - menos gente precisará dividir cabine, apesar de eu já ter lido gente postando que a cabine é um ovículo. E nas cabines duplas, há duas televisões, uma em cada beliche. Assim o Zé que chegar do trabalho e quiser ver tv não precisa acordar o outro zé que já estiver dormindo... Outra foto roubada, dessa vez do Facebook do Apit.
Essa é uma cama de beliche, com cortina e tv, fazendo um perfeito ninho de privacidade. Eu e Lars rolamos de rir - mas e se os caras quiserem ver tv juntos? HUAHSUAHAUAHUAHAUHA.
Amanhã ele parte, como já disse, e em 11 de novembro embarca seus primeiros passageiros - acredito que só convidados, agentes de viagem e imprensa. A cerimônia de batismo acontecerá, entretanto, apenas em 30 de Novembro, num evento de angariação de fundos para a Fundação Make-a-Wish, que realiza desejos de crianças diagnosticadas com doenças fatais/terminais. Os "ingressos" para a cerimônia estão sendo vendidos a partir de 750 dólares por pessoa - e para aqueles que desejam continuar a viagem até Labadee, a ilha particular da Royal no Haiti, pagam apenas a bagatela de 650 doletas. Pois é, além de revolucionária, ainda é humanitária... Pena que é muito mais marketing do que qualquer outra coisa. Taí uma indústria que cresce a qualquer custo...
Mas enfim, eu e Lars estamos doidos pra fazer um cruzeiro nele. Mas vai ter que ficar pra depois, pois tá tudo esgotado pelo primeiro ano. Só sobraram as cabines ultra caras (50 mil coroas tá bom prá você?). Então, esperemos até o Allure of the Seas ser inaugurado ano que vem, quando os preços do Oasis despencarão. Enquanto isso, vamos de Hurtigrute mesmo!
Eu estava embarcando pela primeira vez num navio - o Splendour of the Seas, da Royal Caribbean. Em Boston... Depois de aventuras pelo Chile. Os primeiros posts desse blog contaram todas essas histórias - e eu às vezes me surpreendo ao reler, acho coisas que já estavam querendo atravessar as margens pro esquecimento... E no final das contas, são 10 anos de blog - na época acho que não existia blog ainda, e eu mandava aqueles e-mails gigantes pro povo saber de mim... Depois é que eles foram passados pro blog (graças a um professor meu da faculdade que havia impresso TODOS aqueles e-mails, e um dia me deu o calhamaço de volta!) Nossa, o tempo passa, véi!
Onde está Wally? Meu primeiro emprego num navio...
Da cozinha pro bar - a famigerada jaqueta pink e os uniformes do Champagne Bar
Da Royal Caribbean pra Carnival Cruise Lines, curta passagem pelo Fascination e pelo Carnival Victory...
Em 2004 de volta à Royal Caribbean - graças ao Bom Gosto mudaram os uniformes. Dessa vez, Navigator of the Seas.
Navigator of the Seas wine tenders
E a fabulosa experiência de abrir o Freedom of the Seas na Finlândia...
Passando embaixo da Storebelt bridge - que liga a Suécia à Dinamarca...
E depoisdo Freedom, uma passagem relâmpago pelo Grand Mistral, da Iberojet - aliás, essa passagem rápida foi mais como férias mesmo!
O legal das 4 semanas (!!!) no Mistral: a brasileirada gente boa e os portos maravilhosos
E de volta ao Freedom, e minhas 3 últimas promoções
E nossa penúltima noite a bordo do Freedom, fomos convidados para a mesa do Capitão... Fechando a carreira, em 24 de agosto de 2008, com chave de ouro...
Pra quem não notou, esse post foi mais uma auto-conversa... Uma celebrção, o fechamento de um capítulo da vida que já ficou pra trás. Acho que só interessa a mim... Será que eu devia ter avisado isso no começo?
Caraca, eu troquei de uniforme à beça nesses anos...
Esses dias de trabalho tem trazido também reflexão... Fui enganada no que dizia respeito à minha descrição de cargo, mas ainda assim hoje assinei o contrato. Enquanto lavava panelas, fazia sopa de pacote ou passava asiprador de pó no restaurante, pensava: "Olha eu aqui, 35 anos de idade, nessa situação..." Sim, porque o diabinho do ombro é, entre outras coisas, o diabinho da auto-sabotagem. E se um dia eu consigo afogá-lo, no outro ele aparece de novo.
Pois é, me formei na faculdade de hotelaria, e enquanto todos perseguiam A CARREIRA na hotelaria, fui fazer o curso de Chef. Me formei, e fui trabalhar - já como gerente - no Pantanal. Cansei, e resolvi ir atrás do sonho abandonado da cozinha. Sim, num navio da Royal Caribbean, mais precisamente o Splendour of the Seas. E me vi, um belo dia, picando alface e brigando com jamaicanos por causa de pratos! E pensei que não precisava daquilo... Daí mudei pro departamento de bar. E depois de um tempo também pensei que não precisava daquilo. Então saí da vida de navio e fui trabalhar novamente em SP como gerente de hotel. E de lá voltei ao mesmo emprego no Pantanal. E de lá voltei pros navios, pois era onde meu coração estava!
E nessa brincadeira, anos se passaram. Tenho colegas de faculdade (poucos, a maioria dos 60 da classe abandonou a profissão) que subiram muito, e hoje tem cargos bonitinhos como mandava o figurino da faculdade. Mas eu, eu estava trabalhando no navio, conhecendo o mundo. (47 países, mais precisamente! E esnobando sim, afinal, consegui ralando muito!). Até que finalmente achei um espaço dentro da profissão que me fez feliz como nunca - o mundo dos vinhos. Me matei de estudar com livros pra iniciantes, e depois fui aumentando o grau de profundidade, passando a almoçar e jantar as Wine Spectator que recebíamos toda semana. Fui pra Argentina de férias visitar vinícolas. Nas férias seguintes, fui pro Napa Valley fazer curso no CIA e conhecer a indústria mais a fundo.
Então me voluntariei pra ir abrir o Freedom of the Seas, novo navio da Royal - isso em 2006, pois a nova criança é a do vídeo lá do começo do post! Lá conheci o Lars. Após 3 anos com muito sucesso como Wine Tender, me ofereceram uma promoção e resolvi aceitar. No total, foram três promoções dentro de um ano. Parecia que todo o investimento - nos estudos, e do tempo - finalmente estava retornando. De cozinheira a Assistant Bar Manager, oficial de 2 barras e meia, com cabine só pra mim... Se tivesse insistido, talvez após um ano eu fosse Bar Manager... Carreirão e dinheirão. Contratos de 4 meses e 2 de férias. Bonus anuais e férias pra onde eu quisesse, sempre com dinheirão no bolso. Isso é o mais tentador, pois possibilita a realização de vários sonhos.
Ao invés disso, por amor e por acreditar que seria o melhor, larguei tudo aquilo pra imigrar pra Noruega. Foi opção minha, e muito bem pensada. Queria essa vida tipo "quero uma casa no campo". Colher frutinhas silvestres no verão, pescar o próprio peixe, comer a carne que o marido caça, um dia ter um jardim fabuloso, um forno de pizza de barro e uma churrasqueira pra queimar lenha de verdade, fazer a própria linguiça... EU ESCOLHI SER IMIGRANTE numa terra onde eu não falo a língua. EU ESCOLHI abandonar a carreira promissora no navio!
Preciso me lembrar disso quando estiver lá, passando aspirador de pó no restaurante e achando que aquilo está aquém de mim. Porque eu me saboto muito, sempre foi assim. Eu deveria estar pulando de alegria por ter arranjado um trabalho, e ainda por cima na minha área... Seria, se eu tivesse arranjado um trabalho como sommelier, ou ainda como F&B Manager, que é o que sou qualificada pra fazer. Ao invés disso, recolho pratos sujos de um restaurante de hotel, monto e desmonto buffets e salas de reuniões... Sim, eu poderia fazer o que minha chefe faz, e muito melhor, pois tenho não só a qualificação como a experiência. Mas como disse Cláudia num comentário desse post, são poucos os estrangeiros que conseguem, muito menos os que conseguem trabalhar em suas áreas. Me pergunto se um engenheiro aceitaria trabalhar como faxineiro, se fosse só o que ele conseguisse.
Mas aí, como sempre aparece uma fadinha, hoje conheci uma filipininha que trabalha no hotel. Sorrisão de filipina de orelha a orelha. Pra quem é familiar, "I'm prom the Pilipine", já que na língua deles, tagalo, não existe o som do f, e eles falam como p. Eu e Lars amamos filipinos (a equipe dele era toda filipina!), e alguns dos momentos mais doces e sublimes nesses anos de navios foram passados na companhia de filipinos. Então, a filipina do hotel me fez lembrar de todos os filipinos dos navios - no Freedom, de 1400 tripulantes, 350 mais ou menos eram filipinos - que tem diplomas universitários e acabam trabalhando como faxineiros, copeiros, barboys, e vão subindo aos poucos... Jonjon, um chefe meu (amava ele) tinha mandando um filho e uma filha pra escola de medicina e outro pra ser piloto de avião. Os orgulhos dele! Jonjon tem 40 anos de idade, 20 de carreira em navios, começou como copeiro na cozinha, hoje é Assistant Bar Manager. Ele vai abrir esse navio aí do vídeo. Aliás, ele abriu todos os navios da Royal desde o Splendour mais ou menos... E se eu e Lars estivéssemos ainda na Royal, provavelmente estaríamos indo abrir o Oasis também. Afinal, todo ser vivente que já trabalhou ou tomou um cruzeiro morreria de curiosidade pra ver essa maravilha ao vivo. E foi com medo que isso acontecesse conosco - não conseguir mais parar com essa vida de marinheiro - que eu e Lars decidimos jogar âncora. Então, é por isso que estou aqui passando aspirador de pó no restaurante, e sorte minha que ao menos isso eu consegui. E ao invés de conhecer o Oasis trabalhando nele, Lars e eu tomaremos noso primeiro cruzeiro nele. E graças ao meu emprego lavando panelas e fazendo sopa de pacote, isso será possível! Então, tudo tem seu porque, e se você beservar minha vidinha, perceberá que ando, ando, mas acabo voltando ao mesmo lugar. Está na hora de mudar esse ciclo.
(eu com alguns de meu filipinos queridos na festa de Natal do Freedom Bar Team, e Lars com os dele no Natal do Freedom Electrical Team, tudo em 2007)
Não tenho nenhuma aspiração em fazer carreira nesse hotel. Meu sonho aqui na Noruega é trabalhar no Vinmonopolet, a minha Disneylândia. Cercada por arte e beleza o dia todo! Sonhando com cada pedacinho de terra em que cada uvinha que foi usada pra fazer o néctar em cada garrafa cresceu! E ainda por cima ser funcionária pública, pois TODAS as lojas Vinmonopolet da Noruega pertencem ao governo! E vamo que vamo, fazendo o ciclo se completar. Da cozinha ao bar ao vinho, de volta à cozinha, e então de volta ao vinho!
Outra beservação: Esse post foi mesmo um desabafo, uma maneira de calar o diabinho. Pode ser que ele magicamente seja deletado, e logo.
Hoje acordei atacada... Mal saí do quarto e já fui fazer uma geléia das duas caixas de framboesas que comprei ontem. Então, eu tinha que ir ao Kulturhus (Casa de Cultura) comprar ingressos pro Parken festival, no final de agosto. Queríamos apenas pro sábado, pra ver Royksopp e Bigbang, mas os ingresso de um dia só já estavam esgotados. Só que chovia horrores. Avisei Lars que não dava pra ir à pé - é aqui ao lado de casa.
Então, me deu a louca e resolvi fazer faxinão. Faço uma vez por semana, mas sempre deixava a cozinha por último. Dessa vez comecei pela cozinha. Ficou linda! De almojantar fiz arroz e feijão, ainda por cima comi com farinha... Dilícia...
E ontem recebi um e-mail do hotel onde fiz a primeira entrevista de emprego. Ela - a gerente de A&B (perdão, Alimentos & Bebidas) me pedia referências. Então mandei a ela 4 números, sendo um do escritório da Royal Caribbean em Miami. Sabia que ali ela não seria atendida pra isso, mas enfim...
Hoje ela mandou outro e-mail dizendo que contactaria as referências pela tarde. Eu estava mesmo pensando nisso, porque ia começar a escrever pras referências avisando que eu havia dado os telefones deles. Acabei me distraindo e deixei pra depois, sacumé a procrastinação... Às 5 da tarde toca o telefone, e era ela, a gerente, perguntando se eu ainda queria o emprego. Disse que obviamente sim, e ela perguntou se eu poderia começar esse sábado, e eu disse que claro! Agora eu su a mais nova kokk (cozinheira) do Hotel Grand Bodø... Nessas alturas já mandei a escola pras cucuias, vai ter que ficar pro ano que vem. Agora tenho que conciliar o trampo com meus aluninhos... Mas estamos muito felizes aqui em casa. Pensamos que seria mais difícil...
E quem deu um empurrãozinho foi meu último chefe na Royal, com quem trabalhei 2 anos. As referências dele foram sensacionais, de acordo com a gerente. Valeu, Emmanuel. Um dia ainda vamos tomar mais Don Julio e Jagershots juntos... Abaixo, ele mesmo, com Mariana, minha "filha" no Freedom, em meu último contrato, e a minha festinha de despedida com o time todo! Pra marcar a passagem de capítulo!
Ontem tinha pedido ao Lars prá fazermos hoje alguma atividade física,uma caminhada na montanha, andar de bike... Isso se o sol saísse! Então, enquanto tomávamos café (frokost) o telefone tocou. Era um amigo do Lars nos convidando para passar o dia no chalé dele, que fica numa ilha em frente à cidade, e portanto somente acessível de barco. O dia tava bonito, o convite foi perfeito!
Como todos já sabem, não tenho medo de água - barcos, mar aberto, tudo muito familiar para mim. Tomas, o amigo de Lars, havia checado a previsão do tempo, tudo parecia bem - tempo bom, vento bom, sem tempestades a caminho. Afinal, há um pedaço de mar aberto entre o porto de Bodø e a ilha de Landegode. Lars estava preocupado com minhas roupas, se estavam quentinhas o suficiente. E eu, com a mente pregada em barco, sol, mar do Caribe, a baía da Ilha Grande... Já imaginam, né?
Então,chegando no porto, o vento tava geladíssimo. Entendi o porque da preocupação do Lars. Mas eu tava quentinha, de ceroula, protetor de pescoço, gorro, ea boa e velha jaqueta da Royal caribbean, feita para o frio da Finlândia... Enquanto embarcavamos as coisas no barco, um navio da Hurtigruten (o Polarlys - luz polar) entrava na baía de Bodø e apitava.
Disse pro amigo do Lars que este era um som muito familiar prá mim. Alias, que água, barcos, nunca me meteram medo. Mas ali parada no pier, estava pensando em quão fria aquela água estaria, e que água fria sim me metiamedo. Por um momento me lembrei de todos os treinamentos de emrgência dos navios, de regras de sobrevivência, e especialmente do último treinamento que fiz no Freedom, logo antes de vir embora, de comandante de barcos salva-vidas. Aqui neste link tem um vídeo engraçado sobre ele...
Então, com todos estes pensamentos que passaram em minha cabeça como um relâmpago, entramos no barquinho e lá fomos... O passeio começou muito bem, apesar do vento absolutamente congelante. E de repente, saímos da baía em direção ao mar aberto, e o mar estava reviradíssimo - pro tamanho do barco, claro. Ondas enormes pegando a gente de frente. Juro por Deus que nunca tive tanto medo... Mas pelo simples pensamento de que se algo acontecesse, não adiantaria nadar, mesmo que houvesse terra relativamente próxima, pois a água gelada nos mataria em minutos. Eu sei que quem não tem experiência no mar deve estar me achando exagerada, mas por quase 10 anos fui treinada para sobreviver no mar caso algo acontecesse, e sempre ouvi - inclusive de médicos - que hipotermia mata rápido.
MAs o pior passou, depois de uns 40 minutos chegamos a uma baía na ilha, e o mar dentro de baías émais calmo... E quando chegamos, a vista foi essa:
Mas o chaé do Tomas ficava mais além, o lugar da foto acima era só o pier... Então Lars me fez calçar um coturnão dele, pois poderia haver lama. O vento tava gelado, mas a água tão transparente e verde... Oh, os truques que nossa mente nos prega... Se eu estivesse num lugar tropical, não me custaria muito prá pular numa água assim. É como se esquecessemos que a água é fria! E eu sou aquariana, e apesar de meu elemento ser o ar, a água exerce sobre mim uma forçade atração inexplicável.
Então caminhamos uns poucos metros, e a visão foi essa:
Tomas e a família usam este chalé mais no verão, por motivos quase óbvios - é muito frio!!! Então depoisda caminhadinha chegamos ao chalé, e eu fui olhar a parte de trás... Então achei isso - e realmente, não pudecrer nos meus olhos...
Uma praia caribenha ou tahitiana em pleno Pólo Norte??? E foi uma certeza que tive - que valeu o passeio difícil de barco prá chegar neste lugar! Que por sinal, aposto, poucos seres humanos viram...
Fomos até lá com Tomas para ajudá-lo a encher a hot tub (banheira de água quente) dele. Tivemos que esticar uma mangueirona, e ele bombeou água do mar. Medimos a temperatura da água - era de 8 graus na superfície! Terminados os trabalhos, comemos morangos portugueses que Tomas levou, e aprontamos tudo para voltar. A volta foi muito mais tranquila, pois as ondas nos pegavam por trás. E quando chegamos novamente na baía de Bodø, o sol brilhava novamente.
Por sorte antes de encontrarmos Tomas no porto na ida, paramos na Vinmonopolet do centro e compramos uma caixade vinho para o fim de semana - depois faço um post sobre vinho em caixa, se alguém estiver se perguntando... Ao chegarmos em casa, tomamos um banho quente e claro, atacamos a caixa de vinho. Tor Erik veio nos visitar e assistimos um programa genial no Travel Channel, chamado "Tall Ship Tales", sobre 45 pessoas que deram uma volta ao mundo num veleiro grande, inspirados na família Schurman do Brasil. O capitão é canadense, de New Foundland. As aventuras deles pelo Pacífico-sul são geniais... Se alguém tiver curiosodade, tem link sobre ele aqui e aqui.
Feliz 2009! Não posso deixar de colocar um post comemorando o ano que entrou já bastante auspicioso para mim - creio eu! E também quis analisar o ano que passou, pois faz um tempo que não olho prá trás...
Passei as festas do ano passado a bordo do Freedom, junto com o Lars, comemorando minha promoção para F&B Administrative Assistant (ou Assist. Administrativa de Alimentos & Bebidas), e estava feliz de, pela primeira vez durante todos os anos de navio, poder passar o Ano Novo sem estar atrás do balcão servindo os passageiros. Não que não tenha me divertido pacas fazendo isso, inclusive porque todos nossos misdemeanors (por exemplo, encher a lata de Perrier Jouet "emprestada", como nas fotos abaixo, com Lars, e com os parceiros de crime, no Reveillon de 2006/2007) eram perdoados. Mas foi bom botar meu uniforminho de officer e assistir a passagem de ano tomando uma taça de champagne que eu comprei, e não "peguei emprestada"! E depois o ano começou com tudo...
Janeiro a mil, e eu embarcada desde maio de 2007. Minha data de férias saiu, para fevereiro. Iria de férias junto com o Lars pela primeira vez! Também tive que dizer adeus a grandes amigos que nos deixaram para ir abrir o Independence of the Seas, a Cláudia, o Nanton e o Gerson, companheiros de Freedom desde os primeiros dias. Antes da partida, porém, pudemos comemorar meu aniversário juntos no jantar mais caro de todos os tempos, para nós, claro, no El Botín em San Juan, Puerto Rico. E este momento também marca o ano.
Em fevereiro fiquei em Miami 1 semana para um treinamento (ADOREI!), e no resto das férias fui para a Noruega conhecer a cidade, a família e a vida do Lars. Frio pra burro, mas foi genial! Nos divertimos pacas. Fotos alguns posts abaixo. Já tinha visitado países frios e com neve, mas aquilo foi o maior tanto de neve que já tinha visto... Então o sonho das férias acabou e tive que voltar ao trabalho, só para ter mais uma surpresa. Resolveram me promover de novo, desta vez para Assistant Bar Manager, posição que eu já vinha tentando conseguir há algum tempo. De repente, já tinha até minha própria cabine.
E os 4 meses de contrato foram um tanto conturbados, pelo fato de haver uma máfia de indianos infiltrada no negócio! E dois deles estavam doidinhos pra me derrubar. Mas como Deus é pai e meu santo é mais forte que os 300 milhões de deuses deles (ver um, post antigo de maio de 2001), eles não conseguiram. Por outro lado, me senti muito util e muito querida por minha equipe. Trabalhamos muito duro, mas nosdivertimos muito duro também, apesar de a vida no navio ter se ternado cada vez mais sem graça, devido a politica do álcool estar cada vez mais reforçada e de a vigilância ter aumentado. Passamos a fazer nossas festas mais fora do navio que dentro, e um de nossos lugares preferidos era Cozumel.
E um dia, conversando sobre o futuro, Lars me diz que não tem vontade de continuar nos navios, que tinha outras ofertas de emprego na Noruega, e me disse que gostaria que eu fosse viver com ele lá. Pensei por um momento, disse que sim e em julho entreguei minha carta de demissão, e o Lars também. Mais uma vez iriamos sair de férias ao mesmo tempo. Daí em diante foram muitas despedidas - por vezes dolorosas, mas como já havia comentado, tantos anos de navio, num ambiente de rotatividade imensa de pessoal, a gente aprende a endurecer o coração.
Cheguei em São Paulo dia 24 de agosto, e cancelei os planos todos de férias quando vi os preços de passagem. Fui correr atrás da minha ida definitiva para a Noruega. E descobri que as coisas seriam bem menos fáceis do haviamos imaginado. Comecei a correr atrás dos documentos em meados de setembro. E também resolvi aprender norueguês, já que estava aqui sem fazer nada. Encontrei uma professora particular fantástica. Procurei algum trabalho, sem sucesso. Além do que, Lars tinha planos de vir ao Brasil em Novembro, então não ia adiantar arrumar trabalho. E resolvi me matricular na academia para perder osquilos extras ganhos por causa das orgias gastronômicas em Cozumel e St. Maarten, e também no Freedom. A saga dos documentos para o visto para a Noruega ficarão para um post separado.
Em outubro fui a João Pessoa visitar meu amigo François, francês, amigo desde os tempos de Navigator of the Seas. Foi ótimo para dar uma relaxada. E na volta continuei com a vidinha besta - malhação, aulas de norueguês, e muita navegação na Internet. Então Lars me deu a ótima notícia de que viria passar o Natal e Reveillon aqui no Brasil. Já fui correndo fazer planos de viagem, e fiquei no aguardo, malhando, aprendendo norueguês e correndo atrás da papelada para o visto...
Em Dezembro uma semana antes do Lars chegar eu consegui ir ao Consulado Norueguês no Rio... # meses depois... E na semana seguinte ele chegou. Estávamos há 4 meses separados, o maior tempo que já passamos longe.
Levei o Lars passear no centro de sampa, Mosteiro São Bento, subir no Edifício do Banespa, almoçar no Mercadão, andar pela 25 de março no caos antes do Natal, Pátio do Colégio e Catedral da Sé. Ele conheceu meus amigos, foi levado a uma feijoada (coitado, em pleno verão), e então partimos para o Pantanal. Fomos visitar a Caiman, onde trabalhei há anos atrás. Passamos por Aquidauana, e chegamos na fazenda. Churrasco pantaneiro no café, almoço e jantar. Fomos fazer trilha, andar a cavalo debaixo de chuva, avistamos vários animais,alguns bem raros de se ver, passeamos de lancha no Rio Aquidauna, fomos ao baile de Natal dos funcionários da fazenda, encontrei muita gente do passado, foi genial. Na volta para Campo Grande paramos em Miranda e eu pude rever vários velhos amigos. Em Campo Grande Lars se divertiu tirando foto no orelhão de tuiuiú...
Foi muito divertido. Voltamos pra São Paulo na véspera de Natal, que foi passado com meu familião na casa de uma das tias... Lars sobreviveu a uma família grande e barulhenta, e ainda adorou o fato de poder estar com roupas de verão em pleno Natal... Próximo passo, Paraty, onde passamos o Ano Novo, que foi até bem simples... Jantamos no restaurante Thai Brasil, em restaurante fantástico no Centro Histórico, na mesma rua do nosso hotel, e enchemos a cara de caipiroska de melancia com hortelã chamada Melancolia... Saímos de lá muito felizes o jantar e fomos ver a queima de fogos da beira do rio.
Abrimos uma cerveja (não tínhamos champagne!) e celebramos o fato de não estarmos trabalhando no navio, mas brindamos em homenagem a todos os nossos amigos que ainda estão nos navios... Depois do fim da muvuca, demos uma volta pela cidade e fomos dormir, pois tinhamos um passeio de barco no dia seguinte... E no dia 2 fizemos um passeio de Jeep pelas cachoeiras e alambiques de cachaça em Paraty. Foi ótimo... Vídeozinho do Lars escorregando na Pedra do Escorrega...
Dia 3 pegamos um onibus rumo ao Rio. Chegamos e já fomos direto ao Leblon, e caminhamos até Ipanema. Mostrei a Rua Vinicius de Morais pro Lars. Dia 4 foi dia de Corcovado e Pão de Açúcar. Na volta fomos tomar várias cervejas ecomer sanduíche de pernil no Bracarense, um dos pé-sujos mais famosos do Rio. De noite ainda tivemos força para mais cerveja no Devassa de Botafogo, depois de jantar na Cobal no Humaitá. Dia 5 levei o Lars ao Maracanã. Chovia horrores no Rio, mas ele estava nas nuvens. Na volta nos perdemos um pouco no centro, mas logo tomamos um bus pro Leblon, pra beber e comer bolinho de bacalhau, desta vez no Jobi.
Dia 6 infelizmente viemos embora, e dia 7 ainda levei Lars para Campinas para fazer um tratamento de canal e depois almoçar na minha tia e conhecer a casa onde passei grande parte da minha infância. E ontem ele foi embora...
Engraçado é que relendo este post, parece que não foi tanta coisa que aconteceu... Mas encerrar meu namoro de quase 9 anos com a Royal Caribbean foi muito grande coisa, inclusive considerando que minha carreira estava aonde eu queria. Porém resolvi seguir meu coração e viver este amor, que veio tão inesperadamente. Vai uma fotinho de despedida, em frente ao Freedom em St Maarten, e o Freedom chegando em Nova Iorque para ser batizado em 2006. O que tem me matado é ficar sem trabalhar, mas tenho me ocupado como posso. Só me resta esperar, agora, o tal visto sair e correr pro abraço, começar a vida nova num lugar muito distante e diferente. Mas aos olhos dos outros, é isso mesmo que eu vim fazendo a vida toda, trabalhando no navio, vida que parece tão exuberante e excitante para os outros. Não me queixo, afinal, foram 47 países e mais de 88 cidades visitadas. Fora as oportunidades incríveis de férias espetaculares só proporcionadas com o dinheirinho suado ganho no navio, de gorgeta em gorgeta...
Agora, as vésperas de completar 35 anos de idade, me sinto orgulhosa pelas minhas opções de vida. A festa tá só começando... E vamo que vamo, rumo a 2009, de tropeço a tropeço com alguns acertos no caminha a gente chega lá!
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