Os 5 dias e 6 noites que passamos no chalé foram de chuva, chuva e mais chuva. Quase emboloramos. Mas entre gotas e outras gotas, sempre sai um solzinho. Se nevasse nessa época, era capazde ter nevado também. A missão, além de relaxar muito no silêncio profundo (exceto pelas quedas d´água, com toda a neve derretendo, e a passarada que praticamente não dá sossego!), era pescar um pouco, construir um deck de madeira na frente do chalé,ver bastante TV ruim, ler nossos livrinhos, enfim, curtir a vida. E apesar da chuva, foi possível fazer praticamente tudo! Porque noruegueses são extremamente adeptos do DIY (Do It Yourself), já que contratar gente pra pintar sua casa ou construir um simples deck de madeira pode quadruplicar o custo da brincadeira, meu maridis é muito prendado! Em dois dias contruiu o deck dele, mesmo debaixo de chuva. Tudo o que eu fiz foi ajudá-lo a carregar a madeira morro acima!
Colocamos o barco na água, depois de Lars ter pintado o casco com uma tinta que protege das agressões do mar. Saímos pescando, e eu fiquei um tempão tentando e NADA. Apenas um sei minúsculo que eu devolvi pra água. Então Lars resolve tentar, e juro, foi ele colocar os anzóis na água e um bacalhau de uns 4, 5 kg mordeu! Foi nosso almoço do dia seguinte, na churrasqueira nova. O povo aqui faz churrasco em churrasqueiras elétricas ou a gás, e como bons brasileiros, sabemos que o sabor não é o mesmo. Então insisti bastante pra comprarmos uma churrasqueira a carvão, e a história é até engraçada... Aqui em casa temos um potão de cerâmica onde jogamos moedas. As moedas que trazemos do mercado quando levamos latas e garrafas PET pra reciclar, troquinho do prórpio mercado, etc. Um dia resolvemos contar por cima e descobrirmos que tínhamos mais de 1500 coroas ali! Pronto, era o dinheiro da churrasqueira! Levamos a moedaiada no banco, eles tem umas máquinas que contam as moedas. Daí você passa seu cartão do banco e a quantia é creditada na conta. Modernidade é outra coisa... Então, na churrasqueira nova assamos bacalhau, alce, salsichas vagabundas que ninguém deveria comer, mas fazer o quê, e também assei mexilhões que catei perto da casa do barco...
Resolvemos voltar na sexta pra poder relaxar um tico. Ontem fizemos uma mega faxina na casa, lavamos todas as janelas pelo lado de fora, limpamos o forno, tudo! E depois fomos na loja de plantas comprar florzinhas, já a primavera finalmente chegou aqui e os canteiros da cidade estão infestados de tulipas em flor. Roxas, vermelhas, amarelas, uma belezura! E tudo em 5 dias, de uma hora pra outra. Comprei campânulas roxas, amores-perfeitos de várias cores, e um amor-perfeito miniatura que é roxo e laranja. Além disso plantei manjericão, orégano, manjerona, dill, salsinha e pimentas. Fiquei louca de vontade de comprar uma arvrinha de groselha, mas se eu der conta dessa mini-horta esse ano, ano que vem compro as groselhas...
O engraçado é que ontem até fez um solzinho e o povo em toda a vizinhança estava do lado de fora, enxadas ou cortadores de grama em punho, todo mundo trabalhando no jardim. Mas como a temperatura ainda oscila entre 5 e 12, ainda não tinha nenhum valente de shorts e regata. Mas logo logo!
Vamos às fotas. E a foto do blog muda com as estações, e para marcar a primavera, nada mais próprio que as ovelhas com seus carneirinhos primaveris!
Para um visual como o acima, nada melhor do que o demonstrado abaixo pra apreciar!
Salsichas vagabundas industrializadas, mas de vez em quando não mata...
Bacalhau secando nos vizinhos de chalé.
Detalhes da praia, onde a areia é coberta totalmente por conchinhas de todos os tipos.
A madeira do deck, que teve que viajar morro acima, no muque!
As cachoeiras formadas pelo degelo
Renas na beira da água, e a gaivota no mar!
E cocô de rena no alto das montanhas - temos um vizinho sami, por isso tanta rena.
A contrução do deck começa, mesmo debaixo de chuva.
O lago onde nadamos há uns verões, ainda congelado no alto da montanha...
E um laguinho no caminho de volta
O deck pronto!
E pra finalizar, o sol nascendo ontem, 1:30 da manhã!