Primeiro, o firma é tirando um sarro, nos idos de antigamente (acho que em alguns locais, São Paulo mesmo, a turma ainda fala), quando o povo falava "festa lá da firma onde trabalho". Bom, acho que não precisava ter explicado, porque tira um pouco a graça. Mas já foi.
Segundo, blåtur, traduzido livremente, seria passeio, excursão (tur) azul (blå). Mas aqui na Noruega (ao menos aqui na minha) a palavra designa um passeio misterioso onde só o organizador sabe o destino, e onde geralmente se vai beber muito. Pode haver pernoite ou não. Pode ser da firma, um grupo de amigos, um vendedor corporativo que leva clientes, etc. Não tem muita definição, desde que envolva passeio + pingaiada.
Pois é, no fim de semana do dia 18, rolou um, lá do meu hotel. O cozinheiro novo e o chefe de manutenção/chefe da brigada de incêndio/supervisor do programa ambiental/recepcionista (pois é, o cara faz tudo isso,e eu acho que eu é que tenho acúmulo de funções, rsrsrs) foram acompanhados por moi, minha chefe, uma garçonete, uma recepcionista e sete camareiras. Quem organizou a bagunça foi minha chefe, portanto só ela sabia onde iríamos. O único aviso que recebemos foi pra nos agasalharmos porque passaríamos o dia ao ar livre.
Nos encontramos na recepção do hotel às 13:30. Fomos saudados com uma vitamina de frutinhas da floresta com Bacardi Razz, só pra elevar os espíritos. De lá fomos em bando à rua, andando em voltas pela cidade. Minha chefe quisdar um mini-perdido na gente, pra ninguém adivinhar o que faríamos. Então subimos pra praça, depois descemos pra Avenida principal, entramos na estação de trem - eu achei mesmo que íamos pegar o trem, talvez pra Fauske... - mas saímos pela lateral. E começamos acaminhar em direção ao porto, onde havia um barco da Hurtigruten ancorado. Pensei que subiríamos nele. Mas não...

No caminho até lá, paradas para lições históricas, o papel do norte da Noruega na II Guerra, e, para meu deleite e emoção, um bando de golfinhos - uns 15, juro! Duro foi fotografá-los.







Terminado esse agradabilíssimo e lindo passeio, que eu nem tinha idéia que existia, voltamos pro hotel, e havia um ônibus nos esperando. Eu sabia que ia rolar um churras, mas não tinha idéia de onde. Aliás, ninguém tinha. O buso rodou um montão de tempo, até finalmente chegar num local chamado Futelva, rio pé, ou pé do rio, rsrsrs... Sim, tem um rio, e numa pequena península há um deck de madeira, e na beirada do rio umas mesas e churrasqueiras. É um parque, um espaço público, muito organizado e limpo. Aliás, uma coisa que eu tiro o chapéu pros norueugueses é a infra pra lazer ao ar livre, sempre limpo, inclusive os banheiros públicos, limpíssimos, e SEMPRE tem papel higiênico, rsrsrs! Ao menos por aqui....
Bom, porque o local era na floresta, estava friozinho. Mas logo acendemos o fogo, nos aconchegamos ao redor dele...


Vou confessar que nessa horaeu estava azul de fome, e sem entender botar muita fé no sentido daquela enrolação toda. E, aodesempacotar todaa tralha, minha chefe se deu conta de que havia esquecido as costeletas de porco no hotel. Fora elas, havia peixe, batatas (não sei o que seria dos noruegueses se não fossem as batatas... Eles gostam mesmo de batata, comem com gosto! Até as filipinas dizem que quase não comem arroz aqui na Noruega, e veja, filipino come arroz 3 vezes por dia. Pra um filipino, uma refeição sem arroz não é refeição. Eles dizem "Rice for Power!" nos navios...), saladas e um papilote de vegetais pra cada um. Mas mesmo assim nosso chefe de manutenção/chefe da brigada de incêndio/supervisor do programa ambiental/recepcionista pegou o carro da minha chefe e foi buscar as costeletas.
O lugar era bem agradável, mas tava friozinho, de modos que enquanto esperávamos, começamos a tomar uma cerveja. Havia vinho tinto e branco, água e café. Mas minha chefe tinha planos para o café mais tarde, mal sabíamos nós. Pra matar o tempo, achamos uns patos (selvagens, mas acostumados com gente) e as meninas começaram a dar pão pra eles (apesar dos meus protestos!) e oscoitadinhos coemçaram a chegar bem perto. Então alguém, acho que o cozinheiro, esfomeado, deu a idéia de assar os patos. Daí surgiram fotos toscas...

Pra sorte dos patinhos, as costeletas chegaram! Então almojantamos, e o vinho foi fluindo, fluinod, no frio que foi aumentando, e o calor do fogo deixando a gente de cara quente, sacomé, lá pelas tantaas tava todo mundo zuzubeim....
Então inventam de ir jogar um jogo! E já estava escurecendo na floresta. Mas montaram um jogo de pauzinhos, nos dividiram em dois times, e tínhamos que atirar pauzinhos pra derrubar os pauzinhos do outro time. Claro, com cérebros embebidos em vinho de qualidade duvidosa, e já no luso-fusco, foi uma tarefa praticamente impossível. Voltamos pro redor da fogueira e lá vieram as rodadas de irish coffee - era pra isso que haviam trazido o café.
Nosso time tava ganhando, mas perdeu aos 46 do segundo tempo...
Bom, porque o local era na floresta, estava friozinho. Mas logo acendemos o fogo, nos aconchegamos ao redor dele...



O lugar era bem agradável, mas tava friozinho, de modos que enquanto esperávamos, começamos a tomar uma cerveja. Havia vinho tinto e branco, água e café. Mas minha chefe tinha planos para o café mais tarde, mal sabíamos nós. Pra matar o tempo, achamos uns patos (selvagens, mas acostumados com gente) e as meninas começaram a dar pão pra eles (apesar dos meus protestos!) e oscoitadinhos coemçaram a chegar bem perto. Então alguém, acho que o cozinheiro, esfomeado, deu a idéia de assar os patos. Daí surgiram fotos toscas...


Então inventam de ir jogar um jogo! E já estava escurecendo na floresta. Mas montaram um jogo de pauzinhos, nos dividiram em dois times, e tínhamos que atirar pauzinhos pra derrubar os pauzinhos do outro time. Claro, com cérebros embebidos em vinho de qualidade duvidosa, e já no luso-fusco, foi uma tarefa praticamente impossível. Voltamos pro redor da fogueira e lá vieram as rodadas de irish coffee - era pra isso que haviam trazido o café.

Então a noite caiu com tudo, e a bebedeira coletiva também. Minha chefe arrancou a roupa e foi de skinny dipping no gélido rio. Coitados dos patos! Acho que ao menos a bebedeira dela teve ter melhorado, mas ela queria que todo mundo fosse nadar, imagina... Eu corri da idéia como gato velho ao ver uma bacia d´água. Mas seguimos ali algumas horas ainda, o céu estava estrelado e belíssimo.
Lá pelas tantas (já passava de meia-noite) começaram a chamar táxis. E minha memória está meio embaralhada a partir daí. Sei que a camareira mais velha mal podia andar e estava pendurada em mim, e em certo momento fomos as duas pro chão. Bati a cara no pedregulho, um horror. Mas, chegamos ao hotel são e salvos.
Lars tinha ido caçar, portanto não dava nem pra pedir pra ele vir me buscar. Eu ainda precisava descobrir como chegar em casa. Sabiamente, resolvi deixar minha bicicleta no hotel. As meninas e o cozinheiro ainda queriam ir pra um bar. Confesso, cheguei até a porta, mas dei meia volta, percebendo que seria uma péssima idéia. Fui pra casa pelo píer, No caminho ainda parei num kebab, porque dormir de pança cheia de álcool e vazia de comida não é uma boa idéia. Todo bebum sabe disso...
Domingão acordei sem saber onde eu estava. Levantei e vim até a sala procurar minha mochila, minha carteira, telefone e máquina fotográfica. Tudo em ordem. Deus protege os bêbados e as crianças, dizem por aí....
Minha resistência ao álcool caiu muito desde que vim morar aqui. Quando vivíamos no navio - assim como TODO tripulante, talvez exceto pelo Capitão, rsrsrs - bebíamos praticamente todos os dias, socialmente. Aqui na Noruega, bebe-se apenas nos finais de semana, quando acontece, e por isso o povo bebe tudo de uma vez. Acompanhá-los é difícil, gera arrependimentos e muita dor de cabeça, ainda mais ao acordar no dia seguinte e ver seu rosto machucado sem lembrar como aconteceu (quando caí no pedregulho, &*%¨$#*). Maaaaaaas, também não quero ser hipócrita e ficar criticando os norugas. Afinal, se trabalha pracarvalho por aqui, lazer, se não for outdoors, é caro, e se esse é o jeito deles (nem todos, mas boa parte) se divertirem, deixa os caras. When in Rome, do like the romans, mas não precisa ser toda vez. Afinal, em um ano e pouco que trabalho no hotel, foi a primeira vez que confraternizei com meus colegas, exceto pelo Natal, onde a Gerente estava presente, tudo foi mais comedido, e eu estava de guarda na manhã seguinte. E vai levar um bom tempo pra eu fazê-lo de novo...
Valeu a pena pela lindeza toda do passeio, pelo pessoal agradabilíssimo que trabalha comigo, e nada que duas aspirinas e vários litros de água não resolvessem... Agora eu sei bem o que é um blåtur...
Lá pelas tantas (já passava de meia-noite) começaram a chamar táxis. E minha memória está meio embaralhada a partir daí. Sei que a camareira mais velha mal podia andar e estava pendurada em mim, e em certo momento fomos as duas pro chão. Bati a cara no pedregulho, um horror. Mas, chegamos ao hotel são e salvos.
Lars tinha ido caçar, portanto não dava nem pra pedir pra ele vir me buscar. Eu ainda precisava descobrir como chegar em casa. Sabiamente, resolvi deixar minha bicicleta no hotel. As meninas e o cozinheiro ainda queriam ir pra um bar. Confesso, cheguei até a porta, mas dei meia volta, percebendo que seria uma péssima idéia. Fui pra casa pelo píer, No caminho ainda parei num kebab, porque dormir de pança cheia de álcool e vazia de comida não é uma boa idéia. Todo bebum sabe disso...
Domingão acordei sem saber onde eu estava. Levantei e vim até a sala procurar minha mochila, minha carteira, telefone e máquina fotográfica. Tudo em ordem. Deus protege os bêbados e as crianças, dizem por aí....
Minha resistência ao álcool caiu muito desde que vim morar aqui. Quando vivíamos no navio - assim como TODO tripulante, talvez exceto pelo Capitão, rsrsrs - bebíamos praticamente todos os dias, socialmente. Aqui na Noruega, bebe-se apenas nos finais de semana, quando acontece, e por isso o povo bebe tudo de uma vez. Acompanhá-los é difícil, gera arrependimentos e muita dor de cabeça, ainda mais ao acordar no dia seguinte e ver seu rosto machucado sem lembrar como aconteceu (quando caí no pedregulho, &*%¨$#*). Maaaaaaas, também não quero ser hipócrita e ficar criticando os norugas. Afinal, se trabalha pracarvalho por aqui, lazer, se não for outdoors, é caro, e se esse é o jeito deles (nem todos, mas boa parte) se divertirem, deixa os caras. When in Rome, do like the romans, mas não precisa ser toda vez. Afinal, em um ano e pouco que trabalho no hotel, foi a primeira vez que confraternizei com meus colegas, exceto pelo Natal, onde a Gerente estava presente, tudo foi mais comedido, e eu estava de guarda na manhã seguinte. E vai levar um bom tempo pra eu fazê-lo de novo...
Valeu a pena pela lindeza toda do passeio, pelo pessoal agradabilíssimo que trabalha comigo, e nada que duas aspirinas e vários litros de água não resolvessem... Agora eu sei bem o que é um blåtur...