segunda-feira, outubro 25, 2010

Campanhas pros outros - nada a ver com as eleições presidenciais

Hoje estou aqui pra fazer campanha pra duas pessoas queridas e duas causas nobres. Por partes...

1) À todos os brasileiros que vivem hoje na Europa, se ainda não sabem sobre a eleição para o Conselho de Representantes Brasileiros no Exterior, ela acontece entre 1 (primeiro) e 9 de novembro. Vota-se pela internet. Porque votar? Qual o papel do Conselho? Segundo o site do Itamaraty, "o Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior (CRBE) é o conjunto de 16 brasileiros radicados no exterior eleitos por voto eletrônico e que manterão uma interlocução entre os brasileiros que vivem fora do país e o Governo brasileiro. A representação será regional, havendo 4 representantes para cada uma das seguintes regiões geográficas: 1. Américas do Sul e Central; 2. América do Norte e Caribe; 3. Europa; e 4. Ásia, Oriente Médio, África e Oceania." e "O CRBE atuará como mecanismo de diálogo entre as comunidades brasileiras no exterior e o Governo brasileiro. Auxiliará o MRE na preparação das Conferências “Brasileiros no Mundo”, acompanhará a implementação das demandas contidas na Ata de Reivindicações dos brasileiros no exterior e assessorará o MRE na definição de políticas em favor das comunidades brasileiras no exterior."

De modos que se você se estabeleceu fora do Brasil, tem família - inclusive com crianças - deve saber dos perrengues que um expatriado sofre, pois os laços com o Brasil ainda existem e às vezes a burocracia só dificulta nossa vida. Estou falando de detalhes como Imposto de Renda, situação eleitoral, questões de dupla cidadania ou mesmo o trânsito com crianças quando de passagem pelo Brasil. É fabulosa a idéia de o Governo querer estreitar as relações com seus expatriados e mostrar que dá valor mesmo àqueles que deixaram a terrinha.

Minha amiga Claudia, que vive em Trondheim, quem eu ainda não conheço pessoalmente mas já conheço há tempos, xeretanto os espaços virtuais dela, e nos últimos meses em longas e deliciosas conversas telefônicas, é candidata, e eu vou votar nela. E peço a você, leitora que vive nas Oropa, especialmente aqui na Noruega, se ainda não tem candidato, faça o mesmo... É na defesa dos seus interesses.

Pra votar, acesse o site no período indicado.

2) Minha outra amiga Tietta, essa de carne e osso, que foi companheira de guerra nos tempos de Pantanal e hoje vive em Bonito, tem um blog lindo sobre observação de aves, que ano passado ganhou o prêmio TopBlogs na categoria sustentabilidade. Por isso, peço a ajuda de meus 4 leitores (ou seriam 3?) pra dar aquela votadinha básica no blog dela, leva dois minutinhos. Assim ajudamos o blog a repetir a façanha e colocamos a observação de aves e o turismo sustentável e responsável em evidência. Acesse por aqui, e já cai direto na página pra votar.

E por fim, dia 31 vote 13! (hauahuahauhauahaua, desculpa, mas não resisti! Eu tenho senso de humor, gentem!)


quinta-feira, outubro 21, 2010

Mil notinhas...

Pois é. Não vou nem culpar a falta de tempo porque seria mentira. Tempo a gente acha. É falta de motivação de ficar escrevendo aqui, nesse tempo negro de eleições. E não é o discursinho ridículo do "odeio política". Aliás, odeio esse argumento. Sempre gostei de eleições. Nasci numa casa de militantes, meus pais me levavam pra comícios desde criancinha, meu pai chegou a fazer greve com outros muitos jornalistas ainda na época da ditadura... Em 1984, então com 10 anos, eu usava uma camiseta com os dizeres "Meu pai nunca votou pra presidente". Lembro da camapanha pras Diretas, lembro de ir com meus pais pra frente do Hospital das Clínicas fazer vigília enquanto Tancredo se aguentava vivo... Fiz questão de tirar título de eleitor com 16 anos. Minha primeira eleição foi pra Governador (aquela em que ganhou o truculento Fleury, que ordenou a invasão do Carandiru...). Fui pra Avenida Paulista em todas as passeatas pro Impeachment do Collor (nunca cheguei a pintar a cara, mas a musa dos cara-pintadas, que saiu estampando tudo que era jornalão na época, estudava na minha escola). Enfim, não me considero nada despolitizada, e atualmente tenho curtido até mais. Que dizer, tinha. É que essa camapnha presidencial está tão sórdida, tão sórdida que me dá náuseas, e pesadelos. Náuseas, porque não passa(va) pela minha cabeça que o brasileiro fosse em geral tão despolitizado. Pra ajudar, o papelzinho a que a nossa grande vem se prestando (sempre se prestou, agora só piorou...).

Pois bem, pra não me alongar, e sem tentar defender o meu ponto de vista político, não entra na minha cabeça que um cara como o Serra consiga tudo isso de voto. E pior, não é nem que é voto pra ele, é só voto contra o Governo. E eu vejo amigos meus de longos anos, que tem ou sempre tiveram coisas em comum comigo, espalhando aquele tipo de calúnia do mais baixo calão... Dizendo coisas que se eu tivesse da boca de um estranho, teria me retirado da conversa, porque não tem nem como discutir. Fico me perguntando COMO PODE as pessoas ainda pensarem daquele jeito (aquele jeito PSDB, quero dizer, rsrsrs) em pleno século 21. Mas, com o pouco de lucidez que me sobra, reflito e vejo que não se pode obrigar as pessoas a pensarem como nós. Cada um tem seu modo de ver as coisas, alguns tem mais capacidade de debate, outros precisam repetir como papagaios aquilo que lêem/assistem na grande mídia parcial para poder acreditar realmente em seus argumentos. É, é difícil mas eu respeito meus amigos e seus pontos de vista, desde que eles respeitem os meus (a grande maioria o faz...). PARÊNTESE A cereja do bolo é mesmo quando essa elite começa a vomitar seu ódio em relação à emergente classe média - como é que a empregada tem 2 (DOIS!) celulares, o porteiro do prédio faz faculdade com ajuda do Pro-Uni enquanto @ filh@ del@ precisa pagar a Uniban (por exemplo...), a faxineira da amiga da prima da tia da vizinha não quer que assine a carteira de trabalho pra poder continuar ganhando Bolsa-Família, neam? É essa gente, eu juro, da qual eu tenho AAAASSSSCCCCCOOOOOOO. E se o Brasil não anda é porque esse bando de FDP que oferece molhar a mão do guarda pra não tomar multa ou usa suas "conexões" pra tirar o filhinho do serviço militar e continua assim fomentando a corrupção e o jeitinho brasileiro ainda mora lá. E reclamam porque o Tiririca se elegeu, que absurdo, mas o Alckmin governador, tudo bem????? Pensa bem, qual a diferença, porra??? FECHA PARÊNTESE discurpeodisabafu e era só isso que eu queria falar sobre as eleições, ou melhor, como as pessoas votam.

Em notas mais positivas... A neve chegou, e pra mim ainda é novidade e eu ainda acho lindo e adoro e prefiro mil vezes ela que a chuva! Num sei se vai ficar, mas começou cedo, alguns disseram. Daí fui procurar aqui no blog e descobri que ano passado começou a nevar aqui nessa mesma época. Hoje o dia tava com uma cara incrível de primavera, o sol nasceu depois das 8:15, e lá prás cinco já está escurecendo. E aproveitando o formidável post do Léo e sua relação com a neve, eu reafirmo que ainda estou nos primeiros estágios e pra mim é novidade. Hoje tive uma primeira vez: a primeira vez que pedalei minha bici na neve. Indo pro trabalho. Marido Lars tem trabalhado com afinco pra "pimp my ride" rsrsrs. Lanterna, cestinha, agora serão pneus de inverno. Sim, também tem pra bicis... E fiquei pensando no cachorro dos nossos cunhados, que viu neve pela primeira vez. Ele tem só 7 meses. É um cão português (em inglês chama-se portugese water dog). Pobre da sogra está com ele há umas duas semanas, os cunhados estão na Espanha...

Outra novidade interessante é que temos uma exilada sérvia fazendo um programa de prática profissional lá no hotel. Ela é ótema. Não fala nadica de inglês. Então a madame aqui está três vezes por semana saindo da zona de conforto, só falando o danado do noruga... Minha chefe está de licença médica até dia 3 de novembro - o pé dela está ruim... Então euzinha fico no lugar dela, chefe por dez dias, com direito a aumento no salário (por 10 dias) e tudo. Pra uma imigrante que não domina o idioma local, é uma pequena vitória. Se minha chefe fosse embora, eu seria a substituta automática. Será que eu mando matá-la? (piadinha de mau gosto, discurpadinivo). Mas enfim, como Danka está em prática profissional (outra hora explico o programa), eu acho que ela tem mais é que praticar mesmo. Então ontem perguntei à ela se na Sérvia se comia muito porco, ela disse que sim. Então soltei um " amanhã você gostaria de cozinhar um prato típico do seu país? Ela deu um sorrisão, disse que tentaria. Hoje chegou com receita escrita e tudo! Passou a manhã inteirinha fazendo um cozidão que ficou uma delícia. Mas a delícia mesmo foi ver a satisfação dela por ter conseguido... Viva os imigrantes!

Minha chefe tá ruim da cabeça, doente do pé (rsrsrs, não resisti de novo!), mas eu também. Semana passada fiquei de licença médica porque machuquei a coluna carregando peso. Fui no Dr. Atepo, ganhei umas drogas poderosas e fiquei de molho. Também teria que fazer uma ressonância, raio-X, raio que o parta, mas até hoje o hospital ainda não me chamou. Pra quem acha que saúde semi-grátis (médico, 50 reais, remédios, mais 50) é sinônimo de qualidade, forget it! Mas em cinco dias tava boa. Até que no sétimo dia dei um mal jeito no ombro. Ia visitar Dr. Atepo de novo, mas aí minha chefe capotou e o hotel ficou num perrengue. Mas terça tava me contorcendo de dor, e lá fui eu, pedi ao Dr. Magic Drugs que me desse algo que me mantivesse de pé até o fim de semana (pois quando a chefe voltar eu vou me tratar direitinho). Aí, gente, ganhei umas drogas que me fizeram sentir-me como Lebowski voando por cima da cancha de boliche. Foi uma mini trip... Mas não resolveu o problema, e os comprimidos que sobraram serão atirados no aquecedor a lenha! Um perigo!

A semana que fiquei de molho foi muito produtiva na minha cozinha de casa. Fiz manteiga, fiz ricota (tudo uma trabalheira, mas fiquei muito orgulhosa dos resultados, posto qualquer hora no Caderninnho), e fiz muito pão. Alguns deram muito certo, outros nem tanto. Mas como eu queria ter o privilégio de me manter sem precisar trabalhar, pra poder ficar em casa experimentando na cozinha! Ô, delícia que é...

E também consegui assistir ao "Whatever Works" do Woody Allen, que eu amei adorei, achei Woody de volta à sua velha fórmula alter ego+mocinha bonitinha inocente+Nova Iorque. E pra quem tem crianças (e pra quem ainda é meio criança tipo eu e Lars) a animação "How to Train Your Dragon". Uma das mais encantadoras dos últimos tempos.

E alguém mais aí tá doido pra ver "The Social Network" ou sou só eu (apesar de já estar esperando muito, muito pouco do filme sobre o criador do Facebook). Fui.

terça-feira, outubro 05, 2010

Não consegui resistir... Retrospectiva!!!

Ontem



e há 25 anos.



Hauahauhauahuashauhuahaua! Como um bom Borgogne, só melhora com o tempo!

Chorando e cantando...

Sim, por causa do a-ha! Ontem, dia 4, eles fizeram um show muito especial em Oslo, na Oslo Konserthus. Foi um show para levantar fundos para uma ONG chamada MercyShips. Eles tem um navio-hospital (acho que mais de um, se não me engano) que atende populações carentes no mundo inteiro, especialmente na África. O site tá lá no link pra quem quiser ver.

O show foi a execução NA ÍNTEGRA do álbum "Hunting High and Low", o álbum de estréia da banda, em 1985. Com canções que não são mais (ou nunca foram) executadas ao vivo, este é um presente precioso pra fã-na-háticos como eu. O show marca os 25 anos de lançamento do álbum... A cereja do bolo: a banda estava acompanhada por 30 músicos da Orquestra Filarmônica de Oslo. Por fim, para surpresa mais surpresística ainda, executaram HHAL E TAMBÉM "Scoundrel Days", o segundo álbum, de 1986, na íntegra e em ordem... Chuif...

Dia 8 de outubro este mesmo show se repete em Londres, no Royal Albert Hall. Tenho duas a-hamigas sortudésimas que estarão lá, a Moniket e a Samantha.

Parêntese: Mônica, vejam só, é irmã da Lúcia Soares. A Lúcia contou à irmã mais nova que lia um blog duma doida por a-ha também. Moniket é mais doida que eu, tanto que se escafedeu lá pra Londres só pra ir ao show! Monica e eu temos descoberto que temos muito mais coisas em comum do que só o a-ha. O resto é história... Já a Samantha, que está morando em Londres, eu conheci na comunidade do a-ha no Orkut. As duas, com mais duas amigas, estão escrevendo um blog sobre as aventuras de se mandar pra Europa atrás da banda amada. Tem um post hilário sobre o dia em que elas pegaram um busão em Oslo e foram até a casa do Morten, as danadas. Vale a visita, e assim eu provo que tem um monte de a-hadoido que nem eu pelo Brasil afora... Acaba parêntese.

Coloco aqui uma musiquitcha difícil de ter vídeo ao vivo, a linda, clássica, melódica e maravilhosa "Here I stand and face the rain", do HHAL. Espetáculo!



A canção-título, com o arranjo orquestrado, afemaria, traz um lenço...



Essa aqui a gente já tinha ouvido ao vivo em Oslo ano passado, com a versão do xilofone mágico do Magão. Ele tá com o bendito xilofone de novo, mas a orquestra dá outra dimensão pra essa musiquinha lindinha...



"Living a boy's adventure tale", in sooooo many waaaaays...



"The soft rains of april", a última música do Scoundrel Days, e consequentemente do show, com a orquestra, pustamerdra, tá lindaaaaaaaa....



Tão gostoso chegar em casa com novidades quentinhas da nossa banda adorada esperando... O que será de nós após o dia 4 de dezembro, quando eles se separam de vez, minha gente?

domingo, outubro 03, 2010

Outono & Bondensmarked

Pra começo de conversa, o Outono desse ano em nada se compara ao do ano passado, em que choveu, choveu, choveu. Assim como no verão. Os dias tem sido azuis, céu quase sem nuvem, e temperatura oscilando entre 4 ou 5 graus pela manhã cedinho e à noite, e 10 e 13 graus nos horários de sol. Nada mau! E por isso, é possível esse ano observar a mudança de cores da vegetação. As árvores estão começando a amarelar e derrubar as folhas. E a prefeitura plantou uns matinhos vermelhos nos canteiros da cidade, fica tudo muito lindo...

O outono também é a época da fartura aqui no Ártico (acho que no norte como um todo). As frutas e verduras amadureceram durante o verão, agora é hora da colheita, é fácil achar cebolas, cenouras, beterrabas, batatas mais fresquinhos. Frutinhas do bosque (groselhas pretas e vermelhas, amoras selvagens, framboesas selvagens, morangos cultivados, framboesas polares e rognebær), além de outras frutas e coisas tipo ruibarbo foram transformados em tortas, geléias e compotas, além de sucos concentrados, e são vendidos nessas ocasiões. Ovelhas, carneiros, e até vaquinhas, e também as renas, passaram o verão engorando nos pastos, e agora é a época do abate. As carnes do outono são mais saborosas, um pecado. Comprei kgs de cordeiro outro dia. Assado, grelhado, guisado, de todo jeito fica gostoso. Além disso, aparecem vários salames e carnes curadas de diferentes tipos. Quando chegar o inverno, os animais são recolhidos, ficam confinados nos celeiros, protegidos do frio, comendo ração e a grama que foi cortada no verão e armazenada em forma de "ovos de trator".


Ontem levantamos, vimos o sol e dia lindo, chequei o calendário e vi que tinha Bondensmarked na Torget (ou feira de fazendeiros na praça)... Lá fomos nós. Estava pequena como sempre aqui em Bodø e, ao contrario de Tromsø, não tinha nada nada de vegetais. Minto. Comprei um maço de couve, mas é uma couve diferente, chama-se grønnkål por aqui. Mas além dela euns maços de ervas frescas, era só. O resto era mel orgânico daqui da região de Sørfold (onde fica o nosso chalézinho), bolos e lefses (uma espécie de panquecona, recheada com várias coisas diferentes) feitos em fazenda, queijos também artesanais, e a supresa desse ano, uma barraquinha da fazenda que faz tudo orgânico e ficaem Kjerringøy. Além de vários tipos de queijos e derivados do leite orgânicos, eles também vendem ovos orgânicos (3o coroas por dúzia, o que é mais barato que compar meia-dúzia de ovos orgânicos no supermercado) e carne de vitela orgânica, já limpa e cortada pra guisados ou bifes, por 500 coroas por 3 kg. Muito barato. A gente deixou o telefone com o pessoal. Eles ligam e avisam quando vem pra cidade, a gente faz o pedido e eles trazem em casa! Pode? Pra terminar o festival de delícias, eles fazem pães também orgânicos, assados num forno a lenha antigo que eles tem na fazenda... Compramos uma focaccia divina, três tipos de queijo de cabra, um pote de mel, a couve...

Brunost, betaost, gradost, lofastost, e mais uns de nomes complicados. Do jeito que eu nem gosto de queijo, afemaria, consegui comprar só 3...



Aqui a barraquinha da fazenda de Kjerringøy. O cartaz pra encomenda de vitela...

Então, sogra ligou e avisou Lars que havia esse fim de semana uma feira muito maior, fora da cidade. Já que o dia estava mesmo lindo e a feirinha da Torget tava xoxinha, fomos dar uma espiada na outra. Mas já na chegada percebemos que iríamos nos arrepender, dada a quantidade de carros parados no estacionamento do local. Acertamos... Não era uma ferinha nem de fazendeiros, nem especificamente de produtos típicos. Porque tinham umas 3 ou 4 barraquinhas peruanas, vendendo produtos de lã de alpaca (WTF???, tão longe!), uma barraca vendendo artigos de couro finlandês que era tanto de couro quanto tênis Nike do Paraguai, um sujeito vendendo artigos usados do Exército, enfim, uma misturança... Além disso, havia um palco com uma banda péssima urrando no microfone. Achamos então a barraca que interessava: Spekemat, ou embutidos e curados, Disneylândia do Salame, se assim preferir. Tinha salames e embutidos de alce, de rena, de porco e vaca, de veado (norueguês, red deer, uma espécie que vive mais ao sul, na região de Trøndelag), e pra nosso total choque, salame de urso...

Uma anta esticou a pata bem na hora da foto... salame...

A carne de urso curtida com whisky single malt escocês Talisker... 2280 coroas por kilo (cerca de R$760,00). O cara nem tava dando amostra, rsrsrs.

Quem come urso, porra? Nem por questão ecológica nem nada, porque se a caça está aberta e o povo mata, que coma, ao menos respeita aquela morte, digamos assim. Mas nunca, jamais ouvi falar dessa...

Depois de comprar mais carne de alce curtida (não sei se já comentei, mas nosso maior projeto pro chalé é fazer um defumador e um forno à lenha...), pra Lars poder "aprender" como faz, pra poder fazer com os alces que ele caça, carne de rena curtida e salame de veado (chama-se hjortepølse e também está à venda num supermercado), fomos olhar uma barraca com itens alimentícios típicos de Norland. Truta fermentada (eca, eca, eca, não deu...), pães e doces de leite, uns queijinhos, e, pra minha surpresa, café! Pensei com meus botões, café típico de Norland??? Nesse mesmo momento, um casal hablando español... Ele latino-americano com aquela carinha de índio andino, ela, européia, falando espanhol com sotaque...

Ele: -Mira, café de Brasil, Nicaragua, Kenia y Colômbia...
Ela: - Si, pero está quemado. No saben hacerlo... Sabe amargo...
Ele: -Son raros estes noruegos... Un pensamiento muy raro...
Os dois: - Hihihihihihi!
E eu: -Hein????
E Lars: -What?
Contei pro Lars, e ele: -Ahn???? Why?

Estranho mesmo... Não compramos nada e fomos já embora dali... Mas eu fiquei muito satisfeita com a compra anterior, na Torget. Cheguei em casa e fiz couve refogada com alho, puré de abóbora, arroz e farofa de ovo pra comer com costeletas de porco. Um sabor abrasileirado num dia de sol no outono ártico.




Só em dias de céu bem limpo se consegue ver este glaciar a partir da cidade. Depois coloco o nome, ele é pequeno...