quarta-feira, abril 28, 2010

They are coming back... 46 days exactly!



Porque todas as outras historinhas de vampiros são infantis perto dessa... Aqui vai o primeiro "minisódio" da terceira temporada... Esses filminhos são um enche-linguiça enquanto o verdadeiro não estréia. Esses clipes não fazem da trama, mas são escritos pelo Allan Ball. Eric e Pam assistindo a testes pra novos dançarinos do Fangtasia... Genial!



E Sonildes fez um lindo post sobre a escravização que a TV nos causa. Eu sou culpada, confesso. Mas como não viciar nesse True Blood, gente?

E também já contei que vou encontrar Sonildes ao vivo e a cores mês que vem? Aguardem!

sexta-feira, abril 23, 2010

Sobre o vulcão islandês e mais umas cosinhas

Eu não cheguei a comentar sobre a erupção do vulcão islandês, primeiro porque a internet fica tão bombardeada sobre o assunto que falar qualquer coisa sobre o mesmo assunto é redundância. E os blogueiros, disseminadores de informação, se adiantam logo em passar informações cruzadas, às vezes erradas, enfim, resolvi dar um tempo, fazendo coisas mais interessantes - pra mim, claro.

Fora o caos aéreo causado pelo vulcão (não vou nem me dar ao trabalho de repetir o nome dele, tá? O islandês é uma língua ancestral que evoluiu pouquíssimo ao longo dos anos, e é complicada pra caramba), outro problema que se apresentou pra mim foi o risco de precisar tirar uma licença do trabalho. Assim, da noite pro dia, todas as conferências e reuniões que aconteceriam no hotel (que é um hotel executivo e vive disso) antes do verão foram canceladas. Assim, foi preciso reduzir o contingente de funcionários a um mínimo. Como somos muito flexíveis, a coisa foi feita de modo que ninguém saísse totalmente prejudicado. E como eu e Lars já havíamos planejado uma semana de férias em maio, eu não precisei (ainda) ser jogada no banco de reserva.

Dizer que agora é rezar pra que o vulcão sossegue me parece bem triste... O que me fica muito evidente nesse momento é a fragilidade do sistema em que nossas vidas se baseiam nesse período da História. Antes da invenção da aviação, um evento dessa proporção talvez difícilmente virasse notícia. A vida seguiria normalmente, desde que esse vulcão fosse assim, digamos, pequeno e calminho. Veja há quantos anos os havaianos convivem com um vulcão ativo e constantemente atirando lava pra fora... Se fosse um vulcão maior e mais furioso, a coisa seria diferente, como já foi no passado, e ainda pode vir a ser. Explico em breve.

Outra coisa que me irrita profundamente é notar o quão as pessoas ainda são ignorantes com relação às questões de mudanças climáticas, aquecimento global, etc. Talvez lobotomizadas pela mídia main-stream propagandista, que bombardeia informações picadas aqui e ali, mas dificilmente vai fundo às questões. Desde o terremoto no Haiti, leio e ouço coisas do tipo "oh, a natureza está em fúria" ou "ah, é o preço que pagamos por não cuidarmos da natureza", e blablabla. Entretanto, terremotos e vulcões são as forças mais arrasadoras da Natureza sim, e não sofrem NENHUMA influência nossa. Ao contrário, nós é quem vivemos à mercê deles. O centro de nosso planeta é uma bola de líquido fervente quentíssimo, que se comporta como quer, de acordo com suas próprias regras. Nós, que conseguimos estabelecer morada na crosta terrestre, a casquinha da bola de fogo, não podemos controlá-la e nem mudar o seu comportamento.

As placas tectônicas se movem, sim! Não existe a teoria de Pangea, quando todos os continentes eram um só? Ou alguém aí já se deu o trabalho de ler sobre a formação das Ilhas Galápagos? Pois é, se sim, saberia que a cada ano que passa o movimento das placas tectônicas é constante, o aparecimento de falhas é iminente, e por aí vai. Com esse grande número de terremotos ocorrendo no mundo quase silmultâneamente (pra idade da terra, meses devem representar frações de segundo), é óbvio que há uma grande movimentação acontecendo abaixo da nossa casquinha. É possível fazer algo pra prevenir isso? N-Ã-O. É mais fácil hoje em dia começar a prever essas coisas e evitar catástrofes com evacuações. Mesmo assim, tregédias continuarão acontecendo, e hoje ao menos a espécie humana sabe onde amarrou seu burro. Ponto final.

Sobre o vulcão... Domingo passado assistimos por acaso a um especial do History Channel chamado A Global Warning? O programa fala dos ciclos naturais de aquecimento e esfriamento do planeta, sobre a adaptação das espécies durante essas mudanças, às vezes cíclicas, às vezes abruptas, causadas por situações inesperadas como.... Erupções vulcânicas, tchantchan!!! E bem nesse momento em que meio planeta para por causa de um vulcãozinho num país do qual se ouve falar muito pouco, eu tomo conhecimento da fato de que há dezenas de vulcões mais poderosos que estão já passados do tempo de erupção, que podem entrar em atividade a qualquer momento, com consequências infinitamente mais desastrosas.

Um deles é o Yellowstone, nos Estados Unidos. Se você nunca ouviu falar, é porque nem o Zé Colméia você assistia quando criança. Yellowstone é um Parque Nacional americano que fica nos Estados do Wyoming, Montana e Idaho. Apesar de a probabilidade do bicho explodir (e esse é um vulcão com uma formação particular, chamada caldera em inglês) ser pequena no momento, SE isso acontecesse, seria praticamente o fim dos tempos como o conhecemos. Se o caos se instala a partir do momento em que aviões não podem voar hoje em dia, imagina no dia em que uma erupção vulcânica seja tão potente que cubra quase todo o planeta em gases e cinzas, por um período relativamente longo, bloqueando a luz solar e mudando as estações, causando grande esfriamento e portanto as colheitas e a produção de alimentos... Pois é. É pra se parar e pensar, enquanto um sujeito acha que a vida dele acabou porque ficou "preso" na Europa sem conseguir voltar pra casa quando bem entende, que poderia sem BEEEEEEM pior. Olhando pra história (antiga e recente) de outros lugares do mundo, é possível prever o que pode acontecer. Pergunte aum irlandês sobre a Grande Fome irlandesa de 1840 representa a eles, uma fome que pouco teve a ver com a miséria que se vê na África hoje em dia... Aí seria possível perceber que perder sua carona pra casa por 10, 15 dias não é tão ruim assim....

E antes que alguém diga, SIM, EU ADORO CUTUCAR FERIDAS... Pense nisso quando soltar seu papinho "vamos salvar a natureza" assim, da boca pra fora!

quinta-feira, abril 15, 2010

Banda norueguesa bem sucedida sempre canta em inglês...

Os motivos já morri de explicar... O mercado norueguês é limitado, apenas 4,5 milhões de consumidores...

Mas essa música (aliás essa banda, o Madrugada) é fabulosa. A banda acabou quando o guitarrista morreu de overdose em 2005. O vocalista, Sivert Høyem, seguiu carreira solo, muito bem sucedida. Esse ano ele ganhou o Spellemann Award, tipo o Grammy da Noruega, na categoria de artista masculino, com o álbum Moon Landing. Fomos ao show dele em fevereiro e estamos felicíssimos de saber que ele volta a Bodø para o Parkenfestivalen em agosto.

E a razão da música assim jogada ao vento é apenas pra marcar um ano de expatriamento... Há um ano desembarquei de mala e cuia nessa terra ártica. E nem pensava que as coisas se acertariam assim tão rápido. Ainda tem umas burrocraciazinhas pra resolver, mas a gente mata um leão a cada dia, não é?

Sem mais blábláblá, apenas curta a música... Eu adoro a voz dele.




Majesty by Madrugada

So am I
Good or bad
The way that things did turn out
I did only make you sad

And we cried and we cried
On the phone
Oh, but in my mind
You were never that all alone

Oh, you were majesty
Your roads were heavy
And your longing was cut from bone

So am I
Am I good or bad
Could only awake your anger
I could only make you mad
Now was that how you showed me
That you were still so young and bold
Anyway those fights did drive me
And I was dying of thirst and I wasn't growing old

Oh, you were majesty
Your ropes were heavy
And your roads were very cold
Oh, oh, oh, majesty

But in my mind
I could still climb inside your bed
And I could be victorious
Still the only man to pass through the glorious arch of your head, o-oh

Oh, you were majesty
Your ropes were heavy
And your cheeks were very red

Oh, you were majesty
Now it's like I said
That spirit, it's now dead

Oh, oh, oh, majesty


segunda-feira, abril 12, 2010

Comerciais

Uma propagandinha legal, que mostra como quem viaja de trem pensa no meio-ambiente. Pena que os trens sejam elétricos até um trecho. A energia usada provém de hidrelétricas, e não de energia nuclear por exemplo. De Trondheim até Bodø (onde termina a estrada de ferro norueguesa) o trem já circula a diesel mesmo... de qualquer forma, é uma estatal que cuida do ambiente. Pena que as viagens sejam tão longas. De Bodø a Trondheim, são 9 horas. De avião, menos de 1...



Outra propaganda genial, acho que a melhor da TV aqui, uma vez que os comerciais em geral são bem ruins... As agências de propaganda daqui precisam de um upgrade urgente... Mas voltando, é uma campanha de um jornal, jornal à lá imprensa marrom, bem sensacionalista, o VG, que não dá pra levar muito a sério. Sérios mesmo, só tem dois, o Aftenposten e o Dagens Næringsliv. Essa campanha do VG tem vários outros filmes ruins, mas esse, ah, é genial! No final, aparece a frase "o dia não é o mesmo sem ele".



E dando um update na história do meu médico, recebi esta semana os resultados de todos os exames que fiz quando fiz minha consulta com Dr. Atepo. Veio uma lista de uma página, com quase tudo normal, e no final duas linhas escritas à mão: "Tudo normal, exceto alergias - gato e poeira. Saudações, Dr. Atepo." E assim se consolida a relação médico-paciente na Noruega. Que saudade da Dr. Priscilla, da Dr. Denise, do Dr. Carlos e de todos os meus outros Drs. no Brasil. Mas é preciso acostumar-me às mudanças, né não?

Estamos planejando uma semana de férias agora antes do verão, pois ele será pesadíssimo pra nós no hotel. Começa a temporada de ônibus de turismo, prática comum na Europa, especialmente na Alemanha. Hordas de velhinhos alemães desembarcarão todos os dias, entre junho e agosto. Segundo uma das recepcionistas, como uma nuvem de gafanhotos, vão passando e levando tudo que vêem pela frente, inclusive talheres e louças se não ficarmos atentos... Se não estiver parafusado, tchau!

Queríamos passar uma semana na Escócia, mas porque vivemos aqui nos cafundós do planeta, no cocoruto do mundo, temos que ir sempre até Oslo pra sair da terrinha. Resolvemos, pela barateada nos custos, dar um pulo na vizinha Suécia, onde nosso suado salário vale mais em função da taxa cambial. O povo aqui vive gritando que tudo na Suécia é mais barato, mas na realidade o dinheiro norueguês vale mais na Suécia. Por isso a horda de suecos que vem trabalhar na Noruega no verão... E já estou me mancomunando com Sonildes pra um churrasquinho pré-verão...

sexta-feira, abril 09, 2010

Que situação...

Alguém postou no Facebook, e assim vai rolando... Olha só a situação da população...


terça-feira, abril 06, 2010

Continuando...

As fotos do feriado... E, a pedido de Tietta, um vídeo/música da primavera norueguesa. Como o pop ATUAL norueguês é quase tosco, e o folk, pior ainda, lancei mão dos clássicos, pois com "crássicos" a gente não erra nunca... Aumentem o som e apreciem "Vaaren" (A Primavera), de Edvard Grieg, enquanto espiam as fotinhas...




brincando na neve - pela primeira vez!

Primeiro boneco de neve

Lars & Mr. Snømann

Mini-iglu iluminado por uma velinha dentro dele

Eis que, do nada, surge uma taturana peluda no meio da neve



O solão de rachar o coco... 5 graus, rsrsrs!





Lars e as casinhas de passarinho

Assando salsicha na fogueira, com Karen, a vizinha



Uouououoô, o pica-pau!

segunda-feira, abril 05, 2010

É Primavera!

Pois é... Me parece que a celebração da Páscoa na Noruega tem mais relação com os antepassados, o povo que originalmente habitava essas terras, do que com a religião em si. A Páscoa coincide com a chegada real da Primavera (oficialmente já havia começado, mas só no papel...), então os símbolos utilizados na celebração remetem à fertilidade - pintinhos e patinhos amarelinhos, e mais recentemente coelhinhos. Após meses de frio e escuridão, o sol voltou com tudo. Aqui pros nossos lados, fez sol todos os dias desde terça passada. Isso foi suficiente pra derreter toda a neve e gelo das ruas e estradas. Pode nevar ainda, mas nada catastrófico. As temperaturas tem permanecido por volta de 4 e 8 graus positivos na nossa região. O sol nasce por volta das 6 da manhã (mas às 4 e meia já está claro) e se põe por volta de 8 e meia da noite (mas até umas 9 ainda tem luz no céu).

Zarpamos para o chalé na quarta. O tempo estava nubladinho e ainda havia muito gelo na estrada. Ao redor do chalé havia neve até os joelhos. Fizemos um boneco de neve, guerra de bolas de neve, enfim, coisas que eu ainda não havia feito. A tapada aqui levou a câmera, mas largou o cartão de memória no computador, por isso as fotos ainda não estão disponíveis, pois foram feitas com a câmera da sogra. Essas poucas aí embaixo foram gravadas na memória enterna da câmera - cabem poucas fotos...









Na quinta feira o sol saiu, exibido, sem cerimônia. E lá fomos nós, esquis e tudo, montanha acima, 1/3 do caminho eu tive que tirar os esquis e caminhar - com neve até as coxas, um puxa dum exercício. Chegamos ao lago - aquele em que nadamos no verão - completamente congelado. Plano, excelente pra esquiar. Dia seguinte já havia muita água acumulada, o que dificulta a prática do esqui. Dessa vez subi e desci montanha de esqui "calçado". Alguns tombaços, nada sério, apenas hilário...

Já no terceiro dia desistimos de ir esquiar, dada a quantidade de água que jorrava montanha abaixo por causa do degelo. Todo o gelo da estrada já havia desaparecido, e os riozinhos que nos abastecem de água no verão já estão se formando. Também foi o dia em que almojantamos línguas de bacalhau fritas... Nada de tão especial, mas gostosas.

A passarinhada está definitivemente de volta, a todo o vapor, bimbando, tratando de achar ninhos. Lars até construiu mais uma caixinha pra eles, que logo após ser pendurada foi prontamente averiguada E ocupada. Ontem pela manhã até um pica-pau nos deu o ar da graça. Há também um casal de alces vagando pelas montanhas, vimos seus ninhos (camas), mas eles são tímidos.

A raposinha do ano passado se foi, substituída por outra com o rabo completamente pelado, uma espécie de sarna que, acredito eu, tenha pego de algum animal doméstico... Lars e sogra avistaram, eu não consegui.

E mesmo com a paisagem ainda completamente coberta por neve - não permanecerá assim por muito tempo, creio eu! Adeus isbrodder, as solas especiais pro gelo - a vida retornou com tudo. E, por isso, concluo eu, talvez a Páscoa seja quase tão celebrada quanto o Natal.

De presente, no Sábado à noite, ao acompanhar as visitas até a portado chalé, fomos surpreendidos por uma Aurora Boreal magnífica. Um céu estrelado tão chocante, que pudemos contar 6 satélites passando em diferentes direções. Um friozinho, suficiente pra congelar a superfície dos baldes cheios de água vinda do degelo do telhado, que a sogra coleta pra limpeza, lavagem de louça, um eventual "banho de gato"... Em três dias, o meio metro de neve que cobria completamente o telhado se foi!

Aqui no Ártico ainda é cedo pra flores e jardinagem - os jardins ainda tem neve, que não deve durar muito mais. Pro final de abril o povo já bota bermudão (apesar de a temperatura continuar por volta dos 5, 10 graus) e começa a trabalhar nos jardins. A televisão se inunda de propagandas de carnes especiais pra churrasco, churrasqueiras em si, e todas as coisas que podem ser feitas sob o sol!

E nós pretendemos botas o Herdis, o barquinho da família Hareide, de volta ao seu habitat natural, a água! E então passaremos a pescar nossos jantares...

Agora é hora de ir trabalhar, acabou-se o que era doce. Pra deixar o emblema da época, uma foto do por do sol de ontem, do jornal local, e uma musiquinha clássica.