quinta-feira, dezembro 09, 2010

The very last hurrah... Será?

Finalmente consegui sentar pra escrever este post... Lá vai!

Na quinta feira passada eu saí do trabalho e quase não me aguentava de ansiedade. Afinal, não é todo dia que alguém se prepara pra ir assistir a sua banda preferida, e menos ainda se prepara pra dar o adeus definitivo a seus ídolos. Lá fomos eu e Lars, e a sogra junto, despencando pro aeroporto de Bodo com destino à Oslo.

Mal posso contar quantas vezes eu imaginei as coisas durante aquele fim de semana em que milhares de fãs do a-ha convergiriam pra capital norueguesa dar seu adeus aos nossos deuses nórdicos. Já havia marcado um encontro com a Fabi, que mora em Oslo, mais o Cesar, que mora na Itália, mais a Silvandra (vinda do Brasil especialmente pro show) e a Ju com o maridón dela, também vindos do Brasil, e no caso destes últimos eu ainda era a portadora dos ingressos, que ela pediu pra enviarem pra minha casa!

Chegando no hotel (depois de nos recuperarmos um pouco do frio, já que fazia -11 graus em Oslo contra 1 positivo em Bodo), a recepcionista imediatamente perguntou se tinhamos vindo pro show do a-ha. Parece que mais de metade de nosso hotel tinha... Nem check-in fizemos direito e já saímos correndo pro encontro, na frente da estação de trem, pra irmos pra mostra do a-ha na Biblioteca Nacional. Esperamos uns 15, 20 minutos e só a Fabi apareceu. Pegamos o ônibus (a sogra junto!) e chegamos no prédio. Na entrada já demos de cara com Cesar. A fila pra entrar no recinto da mostra era de quase uma hora, e só se podia permanecer no local por 20 minutos. Eu tinha esperado horrores dessa tal mostra. Depois de trocar algumas a-hafofocas com Cesar, conhecer outros fãs e tals, entramos eu e Fabi.

A tal exposição ccontinha muitas fotos, álbuns, singles, em vinil, laser vídeo (alguém lembra?) e CD, presentes de fãs pra banda, uma das famosas pulseirinhas do Morten, e num telão passavam vídeos do a-ha, mas nada mais especial que isso. Fiquei bem feliz por não ter pago nada pra entrar ali, se tivesse teria ficado fula! Na saída o marido da Ju me liga dizendo que ele e Silvandra ficaram esperando a gente mais de uma... Na entrada errada... Uma pena! Combinei com ele de passar no hotel deles pra entregar os ingressos (as pessoas na Biblioteca ficavam me encarando tentando ler meu envelope, eu tava com medo que alguém quisesse tomar os ingressos de mim, aquilo valia era ouro, minha gente!). Finalmente os conheci pessoalmente, batemos um papinho até a hora da Fabi ir pro Spektrum. Lars e a mãe já haviam nos abandonado lá na Biblioteca, não quiseram ver a mostra...

Voltei pro hotel pra comer e dar uma descansada, um sono embelezador pra tão esperada fã party. E aí vem um dos momentos em que cabe falar de expectativa... Eu achava que com a cidade lotada de fana-háticos, as pessoas (os fãs) seriam mais amigáveis e interagissem mais umas com as outras. Chegamos pra fila do Foketeateret umas 22:30, antes de acabar o show no Spektrum. Não tinha muita gente na nossa frente. Mas as pessoas não conversavam na fila. Muitos tentaram furá-la, outros ainda vinham desesperados tentar comprar um ingresso, e outros tentaram usar o jeitinho pra passar na frente. As portas finalmente se abriram, entramos, e havia logo na entrada uma mesa com umas camisetas lindas. Eu toquei numa apenas pra olhar, porque teria comprado, quando uma fulana começa a me gritar pra eu tirar a mão que elas eram todas reservadas pra quem comprou antes... Hã? Ah, tá bom, enfia, fia... Já me estragou o clima. Afinal, isso era uma festa, né?

Mais pra frente, uma mesa com uma gincaninha com um a-haquiz pras pessoas se conhecerem melhor. Não funcionou, eu agarantio ;)

Então Lars e eu agarramos nossos drinks e fomos nos sentar numa mesa num cantinho. Aos poucos a festa foi enchendo, e a fauna que habitava aquele lugar foi ficando cada vez mais esqusita! Eu e Lars praticando peoplewatch, nosso esporte favorito. E tinha gente cuspida diretamente dum túnel do tempo, em modelitos anos 80, tipo bota branca e camiseta de lantejoula com chuquinha no alto da cabeça, até sujeitos com a maior de cara de "nem sei quem é a-ha", e eram justamente esses que estavam cantarolando musiquinhas como "Maybe,Maybe". Os irlandeses num canto, os italianos no outro, japoneses em vários cantos, russos aqui, alemães ali, ingleses espalhados por todos os lados. Cadê a interação? Mas mesmo assim rachamos de rir com as camisetas do fãs clubes, os modelitos, os vários níveis de devoção à banda, os que apareceram desfilando suas camisetas vintage do a-ha...

Finalmente Carrol fez sua aproximação. Trocamos telefone via Orkut mas eu nunca a havia visto. Ela reconheceu Lars pela fota do Orkut! Então ela se sentou conosco e ficamos um tempão a-haconversando. E depois de ver que a coisa não sairia muito daquilo, resolvemos ir embora. Saí de lá me sentindo completamente roubada, afinal, foram 285 coroas por cabeça por aquilo. Ao menos foi uma balada em que só tocou a-ha e ninguém achou ruim! Na saída ganhamos um DVD com a coletânea de imagens que estavam passando no telão.

De lá tomamos uns drinks no bar do hotel, e começaram a chegar outros fãs... Fiquei um tempinho batendo papo com uma russa muito doce. A maioria do povo com quem tive contato tinha ido pra mais de um show. A russa tinha ido aos 3 e ainda iria no Sábado. Dizia pro Lars "Tá vendo? Você acha que eu sou doida, é? Eu me contento com um só!" rsrsrs

No sabadão acordamos e logo saímos pra fazer umas últimas compritchas em Oslo. Lá pelas duas da tarde encontei a Márcia, e depois a Carolina (linda, toda barrigudona!) com os respectivos maridos. Depois chegou Carrol com o livro "The Swing of Things" que ela me vendeu. Passamos umas muito agradáveis horas no Hard Rock Café de Oslo (tava tudo entupido de gente na cidade!). E de repente olhei no relógio e PUF! Já era hora de ir andando... Na minha cabeça seria um show muito emocionante... Eu tava cheia de ansiedade mas tentando me segurar.

O jantar do hotel atrasou e não pudemos esperar, saímos sem comer (mas ainda estávamos meio sustentados pelo rango do Hard Rock). A temperatura era por volta de -15 graus. As maçãs do rosto, os pelos do nariz, a saliva nos lábios e a aguinha dos olhos literalmente congelavam! Chegamos no nosso portão de entrada no momento em que abriam as portas. Lá dentro ainda meio vazio. Resolvi parar atrás um pouco, não queria ficar na frentona porque não queria acabar com uma parede viking na frente estragando minhas expectativas. Preferi ver mais de longe, mas com um certo conforto. Ainda mais sabendo que o DVD seria gravado naquela noite... Tava tentando imaginar se teriam alguma carta na manga, uma surpresinha final... Encontrei Cesar lá no meião, batemos um papinho, e ficamos por ali... E o povo foi chegando, chegando, chegando... Olhei ao redor, e pra cima, pra olhar o panorama geral do Spektrum, e já botei olhão numa bandeirona brasileira pendurada láááááááááá na última fileira. Havia bandeiras argentinas, russas, inglesas, irlandesas (isso que eu vi, pois no fim não vi foi muito não!). De repente aquele lugar estava abarrotado, apinhado de gente. Até lá atrás, onde eu estava, estava apertado. E adivinha o que? Uma parece viking daquelas de costas bem largas se plantou BEM NA MINHA FRENTE... O jeito foi relaxar e tentar curtir da melhor maneira possível.

E logo após a introdução maravilhosa, quando começaram "The Sun Always Shines on TV" eu desatei a chorar sem controle. As lágrimas escorriam... Pensar que aquela seria a última vez que essa pérola seria executada ao vivo... Quando os efeitos de fogos explodiram, eu explodi junto. E assim foi no começo do set list. Chorei pacas, música após música. Ao meu lado, um raro fana-hático norueguês que se esgoelava a cada canção. Ao redor de nós o povo estava mais mortinho, então eu me juntei a ele na esgoelação. O norugão do meu outro lado olhava pra mim e ficava meio sem entender porque eu chorava tanto.... Meu marido enxugava minhas lágimas. Eram um mix de tristeza, alegria por estar ali naquele momento, um turbilhão de emoções difíceis de explicar...



Morten esteve impecável. Não errou nenhuma letra e nem desafinou nenhuma vezinha. Cantou como um anjo caído do céu. Paul se incendiou, e até conversou com o público - coisa que raramente fez em 25 anos - e deu seu recado. "Mesmo que estejamos desligando os aparelhos que mantém o a-ha vivo, nós três continuaremos fazendo música". Eu gritei um u-huuuuul tão grande que fiquei até com dor na garganta...

"Butterfly, Butterfly..." também foi um momento emocionante, e onde a voz do Morten ficou mais perfeita, clara como cristal. Não posso esperar por esse DVD... Apesar de ter assistido male-mal este mesmo show ao menos 3 vezes (os set lists não mudaram muito de concerto pra concerto), este foi sem dúvida especial. Mesmo tendo percebido o modo agressivo com que a produção tentou tirar vantagem dos fãs até o último minuto, vendendo camisetas dentro do Spektrum a absurdas 450 coroas (o mesmo preço do ingresso praticamente), com a fan party, com a tarde de autógrafos na livraria Tanun da Karl Johan na quarta passada (eles só assinavam livros que fossem comprados na hora!)... Mesmo enxergando hoje a banda como um cofrinho, é uma pusta duma banda mal interpretada ao longo dos anos, sub-estimada pela imagem de boy band. Os três são excelentes músicos e ainda bem que continuarão a encantar muitos de nós com suas músicas (mesmo que separados).



A surpresinha reservada pros fãs foi na verdade uma homenagem a Terry Slater, conhecido manager de bandas, e primeiro manager do a-ha. Slater escreveu "Bowling Green", que foi gravada pelos Everly Brothers em 1967, sendo o último grande hit da banda. Ficou bonitinho, mas nada a ver com o a-ha. O máximo mesmo foi o figurino, esse terno vermelho do Morten está uma cousa...



Não houve lágrimas por parte deles, só por parte dos fãs. Aliás, achei até que eles estavam emocionados, mas sempre à moda norueguesa de se emocionar, claro. Cheios de reservas. Até os abracinhos entre eles no final foram meio furrecas, tocaram a nós mas que a eles. Mas sem dúvida, valeu cada centavo, e como cada show que eu vi foi melhor que o anterior, posso afirmar que esse foi o melhor. Pra mim. Obrigada, meninos, por 25 anos de boas músicas, e memórias adolescentes trazidas à tona com muita poesia melancólica...



Saí do Spektrum pra aqueles congelantes -16 graus com o coração aquecido - e amolecido. Mas com sensação de dever de fã cumprido. E tava difícil acreditar que aquele foi mesmo o último hurrah. Tive uma sensação de que os verei novamente. Mesmo que pra uma rápida reunião, um showzinho por uma causa nobre ou algo do gênero. Estava no ar.

Continua... Logo mais, a novela pra sair de Oslo e chegar em São Paulo. Enfim, de férias na terrinha!

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Fui!

Então, primeiro quero agradecer ao carinho de todas as queridas que deixaram um recado no post anterior... Não tive tempo de responder, mas é muito bom receber toda essa energia.

Daqui a pouquinho estou de partida pra meu inesquecível a-ha fim de semana em Oslo, todo cronometricamente planejado! Domingão direto pra SP, por isso o próximo post (não serão muitos, certamente) virá de terras brasileiras.

Prometo narrar a a-haventura pros fana-háticos de plantão assim que estabelecer meu centro na casa da mama...


sexta-feira, novembro 26, 2010

Celebrando pequenas vitórias - e cheia de orgulho!

Quem abandonou família, amigos, carreira e a vida como sempre conheceu por uma outra vida num país distante, diferente, frio, sabe o quanto pode ser difícil às vezes. Independente do motivo que levou a pessoa a tomar tal decisão. Eu acompanho (às vezes mais de perto, às vezes nem tanto) as batalhas diárias de outras brasileiras na mesma situação... Em alguns momentos fica muito complicado mesmo.

Me lembro de quando cheguei aqui, há não muito tempo atrás. Na primavera, pra adiar um pouco meu encontro com a escuridão e os dias gelados. Me lembro do verão passado sentada aqui nesse mesmo sofá, escrevendo nesse mesmo computador, pensando ou tentando imaginar o que seria da minha vida nesse país com um idioma esquisito, onde as condições pros imigrantes não chegam a ser promissoras, num tempo em que eu tinha medo de sair de casa sozinha pra não pagar mico e dependia do meu marido pra tudo 0 inclusive dinheiro...

Me lembro de um post que escrevi quando consegui meu emprego - depois de cinco meses aqui e sem falar quase nada de norueguês. O post refletia bem o que se passava na minha cabeça, rendeu comentários geniais, e tudo isso me faz sorrir com gosto hoje. Inclusive pela minha lucidez naquele momento. Sim, houve dias em que quis mandar tudo aquilo pro inferno. Cheguei a procurar emprego entre novembro e dezembro do ano passado. Porque o diabinho ainda susurrava no meu ouvidinho que aquilo era aquém de mim, que eu afinal de contas não tinha estudado tanto e me matado de tabalhar pra fazer tudo aquilo que eu fazia. Até que o primeiro alerta chegou, em letras vermelhas maiúsculas... No dia da primeira entrevista pra um possível novo emprego, meu pai faleceu... Nem pensei no tal emprego novo mais, não era pra ser.

Então aconteceu aí um primeiro evento que me fez reconsiderar tudo aquilo que vinha me incomodando... Eu fui pro Brasil enterrar meu pai, pedi mais tempo pra ficar por lá com minha mãe e minha chefe me deu mais uma semana. Ela mesma cobriu todos os meus turnos., e ainda me pagou uns 4 dias como se eu estivesse estado doente.. Naquele momento tive certeza mais que absoluta de que aquela era uma empresa (ou ao menos minha chefe era) que se importava com seu material humano. Coisa rara em corporações, posso dizer isso com a boca cheia após muitos anos com a Royal Caribbean International, onde tripulantes são substituidos num o estalar de dedos...

Na volta do Brasil, passei a encarar a situação de forma diferente... O que me fazia ser tão superior àquele trabalho semi-braçal, se todos os noruegueses que trabalhavam ali também o faziam? Afirmar que o trabalho era aquém de mim era afirmar que aqueles noruegueses estavam aquém de mim, ora bolas! Que direito eu tinha de pensar assim? Nenhum, afinal, EU FIZ MINHAS ESCOLHAS! Diploma, não precisei esquecer, afinal ele me ajudou aarrumar o emprego. Mas a experiência em cargos de chefia e gerência não serviu de nada, voltei ao começo mais uma vez...

E passaram semanas, meses, passou-se praticamente um ano desde que pensei em começar a procurar outro emprego. A idéia começou a bater na porta de novo recentemente, mas pelos probleminhas de coluna que eu tive (estou tendo). Entretanto, nesse correr de ano, passei a encarar o emprego como um bom emprego, com um benefício imperdível (diárias de hotel com descontão em qualquer hotel da rede em toda a Escandinávia), com uma atmosfera extremamente saudável, onde todos se ajudam, os hóspedes são satisfeitésimos, e passei a me achar realmente sortuda por tê-lo conseguido.

No verão, fui escolhida pra ficar no lugar de minha chefe enquanto ela tirava férias. Novo desafio, eu preciso disso pra trabalhar legal, eu me entedio facilmente, especialmente fazendo um trabalho mecânico. E durante e após o verão passei a ouvir de minha chefe o quanto ela era feliz por ter a mim como funcionária, pois eu fazia a vida dela bem mais tranquila. Um belo elogio, né?

O motivo de tanta lenga-lenga? Acabei de voltar do hotel, onde fomos chamados pra uma reunião informal. É que toda sexta-feira tem café com bolo entre os funcionários, e uma rifa de uma garrafa de vinho pro fim de semana, tudo patrocinado pelo comitê social. Eu raramente estou trabalhando sextas de manhã, e essa era a última sessão do ano, disse minha chefe (eu estou de folga esse fim de semana). Na verdade, eles anunciariam o funcionário do ano...

E era eu! Por todo o esforço, com o cuidado com detalhes (passar o aspirador em cada frestinha, rsrsrs), por tomar a responsabilidade pra mim em todas as situações, por trazer novas idéias e inspirar o time com minha experiência... Bom, me pegou de surpresa e eu não esperava... Ganhei um lindo arranjo de flores, uma garrafa de vinho, um vale-presente e o melhor, em Janeiro, uma viagem pra Estocolmo com tudo pago, pra convenção Choice Scandinavia de inverno, um fim de semana em Estocolmo antes da conveção e tudo o mais... Além de tudo, passo a concorrer pela posição de funcionário do ano de toda a Choice Scandinavia, e um prêmio de 6 dígitos... Impossível de conseguir, mas uma honra disputar...

Enfim, minha mensagem final é pra que outros imigrantes não desistam nunca. É difícil mas não impossível. Mesmo sem falar o idioma. Hoje eu vejo futuro dentro da empresa pra qual eu tenho orgulho de trabalhar, que emprega outros imigrantes (no meu hotel são outros cinco), que abre as portas pra refugiados em programas de prática profissional. E que lembrem-se sempre que não existe trabalho nenhum que seja indigno. E que não importa se você é engenheiro, farmacêutico, caminhoneiro ou cozinheiro. Ao menos aqui na Noruega não importa mesmo.

Abaixo uma cópia exata do texto que foi lido antes da bomba, rsrsrs. Só pra quem entende norueguês...

"Camila er kåret til årets ansatt på bakgrunn av det hun gjør for alle andre hver dag.

Stiller til envher tid opp for alle sine kolleger, det er på egen avdeling på tvers av avdelingene. Alle vet at når de kommer på vakt etter henne så er det alltid gjort "det lille ekstra" som gjør av starten på en ny arbeidsdag alltid blir med et smil. Når man er på vakt sammen med henne så vet man at det alltid vil være en dag med ny lærdom fylt med mye latter og glede.

Camila tar ansvar utover det som er forventet av henne og i perioder med høyt sykefravær på avdelingen har hun stilt veldig mye opp på tross av at hun har 100% stilling i utgangspunktet. En periode hun selv burde vært sykmeldt stilte hun opp på jobb og gjorde jobben sin til det fulle fordi det ikke var mulig å finne erstatter for henne.

Camila er avdelingsleders høyre hånd og uten å bli bedt om det tar hun automatisk ansvaret når avdelingsleder ikke er tilstede.

Med sin lange fartstid internasjonalt har hun tatt med seg masse ny inspirasjon til vårt kjøkken og tar ofte initiativ til endringer i menyen vår og setter gjerne sin egen lille vri på våre klassiske retter. Hun følger alltid med på oppfølgingslista og har alt klart dersom det er gjester med særskilte behov og gjør gjerne litt ekstra for dem."

Not bad, ikke sånt?

No momento, planos pra escola estão sendo protelados mais uma vez. Meu norueguês evoluiu muito no decorrer do ano, e a escola não vai me acrescentar NADA em termos de conhecimento. As horas que o governo pede, no fundo também não fazem a menor diferença, pois entre ter que ir na UDI de ano em ano renovar o visto e pagar mil ou ir a cada dois e pagar dois mil, que diferença tem mesmo? Ter um emprego em tempo integral e salário integral no momento é mais importante...

Os planos de trabalhar na loja de vinhos ainda vagam por minha cabeça, mas mais pra frente.

E o diabinho maldito, esse dessa vez foi afogado por um bom tempo!

quarta-feira, novembro 24, 2010

A-ha e friozão

Buáááááááááááá-áááááááááá-áááááááá!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Dia 22, segunda-feira, o a-ha deu o que provavelmente será sua última entrevista pra televisão. Ao menos foi a última aparição na tv inglesa, que sempre os acolheu muito bem. Recentemente Morten até fez uma participação num programa cômico, vendendo mostarda numa feira de fazendeiros... Mas vamos à promo-entrevista e à última performance de The Sun Always Shines on TV na TV. Buááááá-ááááá-hááááá......



E enquanto não chega logo o fim de semana em que eu me despeço do a-ha, a vida aqui começa a ficar mais dura... Mais frio, muito gelo por aí. Não nevou mais, aquele mundo de neve que caiu há uns dias atrás já virou um monte de gelo comprimido na rua, e andar de bicicleta tem sido uma atividade de risco, rsrsrs... Hoje quase lambi o gelo... Ontem no noticiário mostraram um lago imenso já todo congelado, mas sem neve, e o povo patinando... Mó aflição, o gelo sem neve parece fininho... Que meda!!!

A escuridão avança de mansinho, hoje saí do trampo às 3:30 da tarde e o visual no píer já era esse (fota mal tirada com o celular, toda granulada, mas era o que eu tinha à mão...)


Então temos umas cinco horas de luz por dia, sendo ao menos metade disso lusco-fusco, quando o sol nasce e quando se põe. E o povo que mora mais ao sul da Europa reclama que os dias são curtos, rárárá! Imagina quem mora em Tromsø por exemplo, e vive uma noite que dura mais de mês? Mas óbvio, o povo lá tá acostumado. Não necessariamente gosta, mas convive com o fato.

Ainda nessa linha (de frio, friozão), façam uma visita ao blog do Leo, que mora no freezer vizinho, a Finlândia, e passa um tanto mais de frio que eu por ter que aguentar temperaturas mais continentais, mesmo vivendo mais ao sul que eu. Ele escreveu uma post ótemo!!! E esse ano parece que o inverno vai ser brabo mesmo, o frio chegou mais cedo e arrebentando com tudo. Eu durmo de gorro toda noite. Não sei se já comentei isso, mas os noruegueses (ao menos os meus, daqui da região) dormem de janela aberta. Tá, tudo bem que a janela nem abre como uma janela brasileira, elas abrem em geral num ângulo pequeno... Então é uma frestinha que fica aberta durante a noite. Lars quase me mata! Já avisei que quando passar de -10 num tem janela aberta nenhuma, e eu vou começar a ligar o aquecedor. Não entendo esse povo... Acasa toda é aquecida, menos o quarto... Minha felicidade é que se um dia conseguirmos mesmo ir ao hotel de gelo na Suécia, não vou ter problema dormindo na geladeira, rsrsrsrs!

Semana passada a lua tava cheia, cheiona, enorme no céu, perto do horizonte na hora do por do sol, um espetáculo. Mas esse ano ainda não se avistou aurora boreal em Bodø. O sol anda quietinho, parece... Talvez seja esse o motivo do frio...

domingo, novembro 14, 2010

Últimos dias no chalé em 2010

Resolvemos ir pro chalé esse fim de semana, afinal, desde antes da temporada de caça não íamos pra lá juntos... Sabia que estaria frio e cheio de neve, mas aquele silêncio profundo é extremamente relaxante.

Talvez esse ano esteja um pouco mais frio nessa época do que esteve ano passado. Mas o que me encanta é ainda ter luz do sol, enquanto tudo tá branquinho cobertinho de neve. É lindo. Horas de sol por dia? 5 e meia. O sol levanta às 9 (mas nunca clareia de vez até umas 10) e se põe às 14:30 (mas escurece de vez depois de 15:30).

Relaxamos, passamos um pouco de frio, já que na chegada o chalé estava gelado, acendemos o fogo, mas levou umas 4 horas pra tempertura dentro da casa passar dos 12 graus. Fora, tínhamos -8, mas sem vento. Céu estrelado de doer, e a lua se pondo. Pra aquecer, tivemos (tristeza!) que tomar um conhaque mesmo. Dormi de gorro...

Ontem passamos o dia fazendo isso:

Uma das três coisas que eu em particular ADORO nessa época: cervejas especias de Natal! (depois os iogurtes e os biscoitinhos de Natal...)

Lars pondo sementinhas de girassol pros passarinhos que insistem em não migrar.



Tietta, minha passarinheira de plantão, quem são os amiguinhos aí em cima?

E por fim isso...

Hoje viemos embora antes do almojantar, pra pegar a estrada ainda com luz, pois as paisagens estão D-I-V-I-N-A-S! Então me acompanhe pela estrada na viagem de volta... Tinha feito um slideshow na mesma estrada no verão. A diferença é berrante!



Chegando em casa, fizemos uma pizza (roubamos um pouco, porque compramos a massa pronta. Porém não é aquela massa eca-congelada, é uma massa que vem fresca, pronta para assar. Gostamos dela porque é rápido, e podemos cobrir ao nosso gosto, ao contrário das pizzas que pedimos por telefone...) cheia de sobras do fim de semana, e vamos sentar no sofá pra ver Whale Wars e Mad Men. Final perfeito de Domingo.

Antes do queijo e do forno. Lembrem-se, se o timer está na foto, foi o Lars...

10 minutos depois...

Agora é contar os dias pra nossa a-haviagem pra Oslo, e depois Brasil... Explode coração!

domingo, novembro 07, 2010

Ó a friaca chegando!

Óia bem...



As fotos foram tiradas às 16:30. Como podem ver, já era noite bem anoitecida...





Ano passado começou um pouco mais tarde. Mas na verdade eu não reclamo, porque pra mim ainda é novidade. Acho lindo! Ao frio, eu juro, já me aclimatei. Afinal, passei um inverno inteiro levantando 5 e pouco da matina pra ir trabalhar debaixo de -10, -13 graus. O corpo acostuma. Já o psicológico é outra história, pois tem gente que não se acostuma nunca. Grazaeus num é o mio caso...

Já que me dignei a dar as caras por aqui, vamos atualizar um tiquinho...

1) Comemorei bastante o resultado da eleição. Era o que eu queria. Não sem críticas, deixemos claro, afinal, Belo Monte aparentemente vem mesmo aí, deixando 40 mil pessoas em situação difícil, sem contar a tragédia pra Altamira e pras nações indígenas do Xingu, e sem saber de fato qual é a ameaça ao resto da Amazônia. O agro negócio impera no país nas barbas do governo. O código florestal indo pra lata de lixo enquanto os fazendeiros ficam ainda mais ricos, e às custas de escravos... E, sem contar que o país aposta todas as moedas em petróleo para um futuro mais justo para os menos favorecidos - enquanto o planeta IMPLORA por energias alternativas. Mas ver a vida de milhões de pessoas melhorar me divide em duas metades. Então é isso. Feliz, mas com ressalvas.

2) Estamos começando a fazer as malas pra cinco semanas de férias no Brasil. Vamos ao sul da Bahia, Cumuruxatiba mais precisamente, e depois Ano Novo da Barra do Sahy (litoral de SP). Sogra está excitadíssima e quer ir ao Rio de todo o jeito... E eu P-R-E-C-I-S-O dumas férias, estou exausta. Mesmo. Esse semestre foi phogo lá no hotel.


3) As férias começam com um fim de semana em Oslo. Chegamos dia 3, aí eu encontro alguns fãs e pretendemos ir à exposição do a-ha na Biblioteca Nacional. À noite, festa pros fãs do mundo todo no Folketeateret. Dia 4 vagando por Oslo, e finalmente à noite o tão esperado, e anunciado, último e derradeiro show do a-ha. Ou até que eles resolvam se reunir, rsrsrs. Agora, fala sério, meu marido não é um anjo? Ele me acompanha e ainda com gosto. Vcs nem imaginam o quanto esperei por esse fim de semana de dezembro. Afinal, os ingressos pro último show estão comprados há 13 meses!!!

Enfim, o sumiço é isso. Não quis fazer campanha política no blog,até porque o fiz ativamente via Facebook e Twitter, e nessa jornada conheci mais gente virtual fenomenal. Os que discordam de mim, mas ainda assim gostam de ler minhas bobagens, não tem obrigação de engolir campanha política até aqui, eu entendo isso mucho bem. Além disso, esses dias virei uma batata de sofá (a expressão em inglês é couch potato, mas...) sem vontade de blogar. Até por falta de novidade mesmo.

No mais, aguardo a Tine (o maior laticínio noruga) lançar a linha de iogurtes de inverno. Eles tem uma linha de iogurtes que muda com as estações, e são todos ótemos. Desde a semana passada já se compra cerveja de Natal e refri de Natal, e patê de Natal e o carvaleo a 4 de Natal. Em final de Outubro. Mas eu não reclamo. Adoro Natal.

segunda-feira, outubro 25, 2010

Campanhas pros outros - nada a ver com as eleições presidenciais

Hoje estou aqui pra fazer campanha pra duas pessoas queridas e duas causas nobres. Por partes...

1) À todos os brasileiros que vivem hoje na Europa, se ainda não sabem sobre a eleição para o Conselho de Representantes Brasileiros no Exterior, ela acontece entre 1 (primeiro) e 9 de novembro. Vota-se pela internet. Porque votar? Qual o papel do Conselho? Segundo o site do Itamaraty, "o Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior (CRBE) é o conjunto de 16 brasileiros radicados no exterior eleitos por voto eletrônico e que manterão uma interlocução entre os brasileiros que vivem fora do país e o Governo brasileiro. A representação será regional, havendo 4 representantes para cada uma das seguintes regiões geográficas: 1. Américas do Sul e Central; 2. América do Norte e Caribe; 3. Europa; e 4. Ásia, Oriente Médio, África e Oceania." e "O CRBE atuará como mecanismo de diálogo entre as comunidades brasileiras no exterior e o Governo brasileiro. Auxiliará o MRE na preparação das Conferências “Brasileiros no Mundo”, acompanhará a implementação das demandas contidas na Ata de Reivindicações dos brasileiros no exterior e assessorará o MRE na definição de políticas em favor das comunidades brasileiras no exterior."

De modos que se você se estabeleceu fora do Brasil, tem família - inclusive com crianças - deve saber dos perrengues que um expatriado sofre, pois os laços com o Brasil ainda existem e às vezes a burocracia só dificulta nossa vida. Estou falando de detalhes como Imposto de Renda, situação eleitoral, questões de dupla cidadania ou mesmo o trânsito com crianças quando de passagem pelo Brasil. É fabulosa a idéia de o Governo querer estreitar as relações com seus expatriados e mostrar que dá valor mesmo àqueles que deixaram a terrinha.

Minha amiga Claudia, que vive em Trondheim, quem eu ainda não conheço pessoalmente mas já conheço há tempos, xeretanto os espaços virtuais dela, e nos últimos meses em longas e deliciosas conversas telefônicas, é candidata, e eu vou votar nela. E peço a você, leitora que vive nas Oropa, especialmente aqui na Noruega, se ainda não tem candidato, faça o mesmo... É na defesa dos seus interesses.

Pra votar, acesse o site no período indicado.

2) Minha outra amiga Tietta, essa de carne e osso, que foi companheira de guerra nos tempos de Pantanal e hoje vive em Bonito, tem um blog lindo sobre observação de aves, que ano passado ganhou o prêmio TopBlogs na categoria sustentabilidade. Por isso, peço a ajuda de meus 4 leitores (ou seriam 3?) pra dar aquela votadinha básica no blog dela, leva dois minutinhos. Assim ajudamos o blog a repetir a façanha e colocamos a observação de aves e o turismo sustentável e responsável em evidência. Acesse por aqui, e já cai direto na página pra votar.

E por fim, dia 31 vote 13! (hauahuahauhauahaua, desculpa, mas não resisti! Eu tenho senso de humor, gentem!)


quinta-feira, outubro 21, 2010

Mil notinhas...

Pois é. Não vou nem culpar a falta de tempo porque seria mentira. Tempo a gente acha. É falta de motivação de ficar escrevendo aqui, nesse tempo negro de eleições. E não é o discursinho ridículo do "odeio política". Aliás, odeio esse argumento. Sempre gostei de eleições. Nasci numa casa de militantes, meus pais me levavam pra comícios desde criancinha, meu pai chegou a fazer greve com outros muitos jornalistas ainda na época da ditadura... Em 1984, então com 10 anos, eu usava uma camiseta com os dizeres "Meu pai nunca votou pra presidente". Lembro da camapanha pras Diretas, lembro de ir com meus pais pra frente do Hospital das Clínicas fazer vigília enquanto Tancredo se aguentava vivo... Fiz questão de tirar título de eleitor com 16 anos. Minha primeira eleição foi pra Governador (aquela em que ganhou o truculento Fleury, que ordenou a invasão do Carandiru...). Fui pra Avenida Paulista em todas as passeatas pro Impeachment do Collor (nunca cheguei a pintar a cara, mas a musa dos cara-pintadas, que saiu estampando tudo que era jornalão na época, estudava na minha escola). Enfim, não me considero nada despolitizada, e atualmente tenho curtido até mais. Que dizer, tinha. É que essa camapnha presidencial está tão sórdida, tão sórdida que me dá náuseas, e pesadelos. Náuseas, porque não passa(va) pela minha cabeça que o brasileiro fosse em geral tão despolitizado. Pra ajudar, o papelzinho a que a nossa grande vem se prestando (sempre se prestou, agora só piorou...).

Pois bem, pra não me alongar, e sem tentar defender o meu ponto de vista político, não entra na minha cabeça que um cara como o Serra consiga tudo isso de voto. E pior, não é nem que é voto pra ele, é só voto contra o Governo. E eu vejo amigos meus de longos anos, que tem ou sempre tiveram coisas em comum comigo, espalhando aquele tipo de calúnia do mais baixo calão... Dizendo coisas que se eu tivesse da boca de um estranho, teria me retirado da conversa, porque não tem nem como discutir. Fico me perguntando COMO PODE as pessoas ainda pensarem daquele jeito (aquele jeito PSDB, quero dizer, rsrsrs) em pleno século 21. Mas, com o pouco de lucidez que me sobra, reflito e vejo que não se pode obrigar as pessoas a pensarem como nós. Cada um tem seu modo de ver as coisas, alguns tem mais capacidade de debate, outros precisam repetir como papagaios aquilo que lêem/assistem na grande mídia parcial para poder acreditar realmente em seus argumentos. É, é difícil mas eu respeito meus amigos e seus pontos de vista, desde que eles respeitem os meus (a grande maioria o faz...). PARÊNTESE A cereja do bolo é mesmo quando essa elite começa a vomitar seu ódio em relação à emergente classe média - como é que a empregada tem 2 (DOIS!) celulares, o porteiro do prédio faz faculdade com ajuda do Pro-Uni enquanto @ filh@ del@ precisa pagar a Uniban (por exemplo...), a faxineira da amiga da prima da tia da vizinha não quer que assine a carteira de trabalho pra poder continuar ganhando Bolsa-Família, neam? É essa gente, eu juro, da qual eu tenho AAAASSSSCCCCCOOOOOOO. E se o Brasil não anda é porque esse bando de FDP que oferece molhar a mão do guarda pra não tomar multa ou usa suas "conexões" pra tirar o filhinho do serviço militar e continua assim fomentando a corrupção e o jeitinho brasileiro ainda mora lá. E reclamam porque o Tiririca se elegeu, que absurdo, mas o Alckmin governador, tudo bem????? Pensa bem, qual a diferença, porra??? FECHA PARÊNTESE discurpeodisabafu e era só isso que eu queria falar sobre as eleições, ou melhor, como as pessoas votam.

Em notas mais positivas... A neve chegou, e pra mim ainda é novidade e eu ainda acho lindo e adoro e prefiro mil vezes ela que a chuva! Num sei se vai ficar, mas começou cedo, alguns disseram. Daí fui procurar aqui no blog e descobri que ano passado começou a nevar aqui nessa mesma época. Hoje o dia tava com uma cara incrível de primavera, o sol nasceu depois das 8:15, e lá prás cinco já está escurecendo. E aproveitando o formidável post do Léo e sua relação com a neve, eu reafirmo que ainda estou nos primeiros estágios e pra mim é novidade. Hoje tive uma primeira vez: a primeira vez que pedalei minha bici na neve. Indo pro trabalho. Marido Lars tem trabalhado com afinco pra "pimp my ride" rsrsrs. Lanterna, cestinha, agora serão pneus de inverno. Sim, também tem pra bicis... E fiquei pensando no cachorro dos nossos cunhados, que viu neve pela primeira vez. Ele tem só 7 meses. É um cão português (em inglês chama-se portugese water dog). Pobre da sogra está com ele há umas duas semanas, os cunhados estão na Espanha...

Outra novidade interessante é que temos uma exilada sérvia fazendo um programa de prática profissional lá no hotel. Ela é ótema. Não fala nadica de inglês. Então a madame aqui está três vezes por semana saindo da zona de conforto, só falando o danado do noruga... Minha chefe está de licença médica até dia 3 de novembro - o pé dela está ruim... Então euzinha fico no lugar dela, chefe por dez dias, com direito a aumento no salário (por 10 dias) e tudo. Pra uma imigrante que não domina o idioma local, é uma pequena vitória. Se minha chefe fosse embora, eu seria a substituta automática. Será que eu mando matá-la? (piadinha de mau gosto, discurpadinivo). Mas enfim, como Danka está em prática profissional (outra hora explico o programa), eu acho que ela tem mais é que praticar mesmo. Então ontem perguntei à ela se na Sérvia se comia muito porco, ela disse que sim. Então soltei um " amanhã você gostaria de cozinhar um prato típico do seu país? Ela deu um sorrisão, disse que tentaria. Hoje chegou com receita escrita e tudo! Passou a manhã inteirinha fazendo um cozidão que ficou uma delícia. Mas a delícia mesmo foi ver a satisfação dela por ter conseguido... Viva os imigrantes!

Minha chefe tá ruim da cabeça, doente do pé (rsrsrs, não resisti de novo!), mas eu também. Semana passada fiquei de licença médica porque machuquei a coluna carregando peso. Fui no Dr. Atepo, ganhei umas drogas poderosas e fiquei de molho. Também teria que fazer uma ressonância, raio-X, raio que o parta, mas até hoje o hospital ainda não me chamou. Pra quem acha que saúde semi-grátis (médico, 50 reais, remédios, mais 50) é sinônimo de qualidade, forget it! Mas em cinco dias tava boa. Até que no sétimo dia dei um mal jeito no ombro. Ia visitar Dr. Atepo de novo, mas aí minha chefe capotou e o hotel ficou num perrengue. Mas terça tava me contorcendo de dor, e lá fui eu, pedi ao Dr. Magic Drugs que me desse algo que me mantivesse de pé até o fim de semana (pois quando a chefe voltar eu vou me tratar direitinho). Aí, gente, ganhei umas drogas que me fizeram sentir-me como Lebowski voando por cima da cancha de boliche. Foi uma mini trip... Mas não resolveu o problema, e os comprimidos que sobraram serão atirados no aquecedor a lenha! Um perigo!

A semana que fiquei de molho foi muito produtiva na minha cozinha de casa. Fiz manteiga, fiz ricota (tudo uma trabalheira, mas fiquei muito orgulhosa dos resultados, posto qualquer hora no Caderninnho), e fiz muito pão. Alguns deram muito certo, outros nem tanto. Mas como eu queria ter o privilégio de me manter sem precisar trabalhar, pra poder ficar em casa experimentando na cozinha! Ô, delícia que é...

E também consegui assistir ao "Whatever Works" do Woody Allen, que eu amei adorei, achei Woody de volta à sua velha fórmula alter ego+mocinha bonitinha inocente+Nova Iorque. E pra quem tem crianças (e pra quem ainda é meio criança tipo eu e Lars) a animação "How to Train Your Dragon". Uma das mais encantadoras dos últimos tempos.

E alguém mais aí tá doido pra ver "The Social Network" ou sou só eu (apesar de já estar esperando muito, muito pouco do filme sobre o criador do Facebook). Fui.

terça-feira, outubro 05, 2010

Não consegui resistir... Retrospectiva!!!

Ontem



e há 25 anos.



Hauahauhauahuashauhuahaua! Como um bom Borgogne, só melhora com o tempo!

Chorando e cantando...

Sim, por causa do a-ha! Ontem, dia 4, eles fizeram um show muito especial em Oslo, na Oslo Konserthus. Foi um show para levantar fundos para uma ONG chamada MercyShips. Eles tem um navio-hospital (acho que mais de um, se não me engano) que atende populações carentes no mundo inteiro, especialmente na África. O site tá lá no link pra quem quiser ver.

O show foi a execução NA ÍNTEGRA do álbum "Hunting High and Low", o álbum de estréia da banda, em 1985. Com canções que não são mais (ou nunca foram) executadas ao vivo, este é um presente precioso pra fã-na-háticos como eu. O show marca os 25 anos de lançamento do álbum... A cereja do bolo: a banda estava acompanhada por 30 músicos da Orquestra Filarmônica de Oslo. Por fim, para surpresa mais surpresística ainda, executaram HHAL E TAMBÉM "Scoundrel Days", o segundo álbum, de 1986, na íntegra e em ordem... Chuif...

Dia 8 de outubro este mesmo show se repete em Londres, no Royal Albert Hall. Tenho duas a-hamigas sortudésimas que estarão lá, a Moniket e a Samantha.

Parêntese: Mônica, vejam só, é irmã da Lúcia Soares. A Lúcia contou à irmã mais nova que lia um blog duma doida por a-ha também. Moniket é mais doida que eu, tanto que se escafedeu lá pra Londres só pra ir ao show! Monica e eu temos descoberto que temos muito mais coisas em comum do que só o a-ha. O resto é história... Já a Samantha, que está morando em Londres, eu conheci na comunidade do a-ha no Orkut. As duas, com mais duas amigas, estão escrevendo um blog sobre as aventuras de se mandar pra Europa atrás da banda amada. Tem um post hilário sobre o dia em que elas pegaram um busão em Oslo e foram até a casa do Morten, as danadas. Vale a visita, e assim eu provo que tem um monte de a-hadoido que nem eu pelo Brasil afora... Acaba parêntese.

Coloco aqui uma musiquitcha difícil de ter vídeo ao vivo, a linda, clássica, melódica e maravilhosa "Here I stand and face the rain", do HHAL. Espetáculo!



A canção-título, com o arranjo orquestrado, afemaria, traz um lenço...



Essa aqui a gente já tinha ouvido ao vivo em Oslo ano passado, com a versão do xilofone mágico do Magão. Ele tá com o bendito xilofone de novo, mas a orquestra dá outra dimensão pra essa musiquinha lindinha...



"Living a boy's adventure tale", in sooooo many waaaaays...



"The soft rains of april", a última música do Scoundrel Days, e consequentemente do show, com a orquestra, pustamerdra, tá lindaaaaaaaa....



Tão gostoso chegar em casa com novidades quentinhas da nossa banda adorada esperando... O que será de nós após o dia 4 de dezembro, quando eles se separam de vez, minha gente?

domingo, outubro 03, 2010

Outono & Bondensmarked

Pra começo de conversa, o Outono desse ano em nada se compara ao do ano passado, em que choveu, choveu, choveu. Assim como no verão. Os dias tem sido azuis, céu quase sem nuvem, e temperatura oscilando entre 4 ou 5 graus pela manhã cedinho e à noite, e 10 e 13 graus nos horários de sol. Nada mau! E por isso, é possível esse ano observar a mudança de cores da vegetação. As árvores estão começando a amarelar e derrubar as folhas. E a prefeitura plantou uns matinhos vermelhos nos canteiros da cidade, fica tudo muito lindo...

O outono também é a época da fartura aqui no Ártico (acho que no norte como um todo). As frutas e verduras amadureceram durante o verão, agora é hora da colheita, é fácil achar cebolas, cenouras, beterrabas, batatas mais fresquinhos. Frutinhas do bosque (groselhas pretas e vermelhas, amoras selvagens, framboesas selvagens, morangos cultivados, framboesas polares e rognebær), além de outras frutas e coisas tipo ruibarbo foram transformados em tortas, geléias e compotas, além de sucos concentrados, e são vendidos nessas ocasiões. Ovelhas, carneiros, e até vaquinhas, e também as renas, passaram o verão engorando nos pastos, e agora é a época do abate. As carnes do outono são mais saborosas, um pecado. Comprei kgs de cordeiro outro dia. Assado, grelhado, guisado, de todo jeito fica gostoso. Além disso, aparecem vários salames e carnes curadas de diferentes tipos. Quando chegar o inverno, os animais são recolhidos, ficam confinados nos celeiros, protegidos do frio, comendo ração e a grama que foi cortada no verão e armazenada em forma de "ovos de trator".


Ontem levantamos, vimos o sol e dia lindo, chequei o calendário e vi que tinha Bondensmarked na Torget (ou feira de fazendeiros na praça)... Lá fomos nós. Estava pequena como sempre aqui em Bodø e, ao contrario de Tromsø, não tinha nada nada de vegetais. Minto. Comprei um maço de couve, mas é uma couve diferente, chama-se grønnkål por aqui. Mas além dela euns maços de ervas frescas, era só. O resto era mel orgânico daqui da região de Sørfold (onde fica o nosso chalézinho), bolos e lefses (uma espécie de panquecona, recheada com várias coisas diferentes) feitos em fazenda, queijos também artesanais, e a supresa desse ano, uma barraquinha da fazenda que faz tudo orgânico e ficaem Kjerringøy. Além de vários tipos de queijos e derivados do leite orgânicos, eles também vendem ovos orgânicos (3o coroas por dúzia, o que é mais barato que compar meia-dúzia de ovos orgânicos no supermercado) e carne de vitela orgânica, já limpa e cortada pra guisados ou bifes, por 500 coroas por 3 kg. Muito barato. A gente deixou o telefone com o pessoal. Eles ligam e avisam quando vem pra cidade, a gente faz o pedido e eles trazem em casa! Pode? Pra terminar o festival de delícias, eles fazem pães também orgânicos, assados num forno a lenha antigo que eles tem na fazenda... Compramos uma focaccia divina, três tipos de queijo de cabra, um pote de mel, a couve...

Brunost, betaost, gradost, lofastost, e mais uns de nomes complicados. Do jeito que eu nem gosto de queijo, afemaria, consegui comprar só 3...



Aqui a barraquinha da fazenda de Kjerringøy. O cartaz pra encomenda de vitela...

Então, sogra ligou e avisou Lars que havia esse fim de semana uma feira muito maior, fora da cidade. Já que o dia estava mesmo lindo e a feirinha da Torget tava xoxinha, fomos dar uma espiada na outra. Mas já na chegada percebemos que iríamos nos arrepender, dada a quantidade de carros parados no estacionamento do local. Acertamos... Não era uma ferinha nem de fazendeiros, nem especificamente de produtos típicos. Porque tinham umas 3 ou 4 barraquinhas peruanas, vendendo produtos de lã de alpaca (WTF???, tão longe!), uma barraca vendendo artigos de couro finlandês que era tanto de couro quanto tênis Nike do Paraguai, um sujeito vendendo artigos usados do Exército, enfim, uma misturança... Além disso, havia um palco com uma banda péssima urrando no microfone. Achamos então a barraca que interessava: Spekemat, ou embutidos e curados, Disneylândia do Salame, se assim preferir. Tinha salames e embutidos de alce, de rena, de porco e vaca, de veado (norueguês, red deer, uma espécie que vive mais ao sul, na região de Trøndelag), e pra nosso total choque, salame de urso...

Uma anta esticou a pata bem na hora da foto... salame...

A carne de urso curtida com whisky single malt escocês Talisker... 2280 coroas por kilo (cerca de R$760,00). O cara nem tava dando amostra, rsrsrs.

Quem come urso, porra? Nem por questão ecológica nem nada, porque se a caça está aberta e o povo mata, que coma, ao menos respeita aquela morte, digamos assim. Mas nunca, jamais ouvi falar dessa...

Depois de comprar mais carne de alce curtida (não sei se já comentei, mas nosso maior projeto pro chalé é fazer um defumador e um forno à lenha...), pra Lars poder "aprender" como faz, pra poder fazer com os alces que ele caça, carne de rena curtida e salame de veado (chama-se hjortepølse e também está à venda num supermercado), fomos olhar uma barraca com itens alimentícios típicos de Norland. Truta fermentada (eca, eca, eca, não deu...), pães e doces de leite, uns queijinhos, e, pra minha surpresa, café! Pensei com meus botões, café típico de Norland??? Nesse mesmo momento, um casal hablando español... Ele latino-americano com aquela carinha de índio andino, ela, européia, falando espanhol com sotaque...

Ele: -Mira, café de Brasil, Nicaragua, Kenia y Colômbia...
Ela: - Si, pero está quemado. No saben hacerlo... Sabe amargo...
Ele: -Son raros estes noruegos... Un pensamiento muy raro...
Os dois: - Hihihihihihi!
E eu: -Hein????
E Lars: -What?
Contei pro Lars, e ele: -Ahn???? Why?

Estranho mesmo... Não compramos nada e fomos já embora dali... Mas eu fiquei muito satisfeita com a compra anterior, na Torget. Cheguei em casa e fiz couve refogada com alho, puré de abóbora, arroz e farofa de ovo pra comer com costeletas de porco. Um sabor abrasileirado num dia de sol no outono ártico.




Só em dias de céu bem limpo se consegue ver este glaciar a partir da cidade. Depois coloco o nome, ele é pequeno...

quinta-feira, setembro 30, 2010

Blåtur, ou Excursão da Firma

Primeiro, o firma é tirando um sarro, nos idos de antigamente (acho que em alguns locais, São Paulo mesmo, a turma ainda fala), quando o povo falava "festa lá da firma onde trabalho". Bom, acho que não precisava ter explicado, porque tira um pouco a graça. Mas já foi.

Segundo, blåtur, traduzido livremente, seria passeio, excursão (tur) azul (blå). Mas aqui na Noruega (ao menos aqui na minha) a palavra designa um passeio misterioso onde só o organizador sabe o destino, e onde geralmente se vai beber muito. Pode haver pernoite ou não. Pode ser da firma, um grupo de amigos, um vendedor corporativo que leva clientes, etc. Não tem muita definição, desde que envolva passeio + pingaiada.

Pois é, no fim de semana do dia 18, rolou um, lá do meu hotel. O cozinheiro novo e o chefe de manutenção/chefe da brigada de incêndio/supervisor do programa ambiental/recepcionista (pois é, o cara faz tudo isso,e eu acho que eu é que tenho acúmulo de funções, rsrsrs) foram acompanhados por moi, minha chefe, uma garçonete, uma recepcionista e sete camareiras. Quem organizou a bagunça foi minha chefe, portanto só ela sabia onde iríamos. O único aviso que recebemos foi pra nos agasalharmos porque passaríamos o dia ao ar livre.

Nos encontramos na recepção do hotel às 13:30. Fomos saudados com uma vitamina de frutinhas da floresta com Bacardi Razz, só pra elevar os espíritos. De lá fomos em bando à rua, andando em voltas pela cidade. Minha chefe quisdar um mini-perdido na gente, pra ninguém adivinhar o que faríamos. Então subimos pra praça, depois descemos pra Avenida principal, entramos na estação de trem - eu achei mesmo que íamos pegar o trem, talvez pra Fauske... - mas saímos pela lateral. E começamos acaminhar em direção ao porto, onde havia um barco da Hurtigruten ancorado. Pensei que subiríamos nele. Mas não...

Andando, andando, andando...

Já no primeiro destino

E então, recebemos cada um um macacão térmico, uma touca térmica, óculos de esquis, luvas térmicas, e lá fomos nós num barquito de borracha (daqueles que correm pacas, sabe?), rumo a Saltstraumen. Já havia estado lá em 2008 quando vim de visita, iclusive vimos uma lontra marinha... É a maior atração turística de Bodø. Trata-se do encontro de dois fjords, e na mudança de marés acontecem redemoinhos gigantes. Os redemoinhos mais fortes do mundo, me parece. Quem quiser, leia lá. Graças à Nossa Senhora do Medo de ÁguaFria, o mar estava calmíssimo.

No caminho até lá, paradas para lições históricas, o papel do norte da Noruega na II Guerra, e, para meu deleite e emoção, um bando de golfinhos - uns 15, juro! Duro foi fotografá-los.




Isso é tudo que consegui de um deles... Uma aguinha espirrando...




Terminado esse agradabilíssimo e lindo passeio, que eu nem tinha idéia que existia, voltamos pro hotel, e havia um ônibus nos esperando. Eu sabia que ia rolar um churras, mas não tinha idéia de onde. Aliás, ninguém tinha. O buso rodou um montão de tempo, até finalmente chegar num local chamado Futelva, rio pé, ou pé do rio, rsrsrs... Sim, tem um rio, e numa pequena península há um deck de madeira, e na beirada do rio umas mesas e churrasqueiras. É um parque, um espaço público, muito organizado e limpo. Aliás, uma coisa que eu tiro o chapéu pros norueugueses é a infra pra lazer ao ar livre, sempre limpo, inclusive os banheiros públicos, limpíssimos, e SEMPRE tem papel higiênico, rsrsrs! Ao menos por aqui....

Bom, porque o local era na floresta, estava friozinho. Mas logo acendemos o fogo, nos aconchegamos ao redor dele...





Vou confessar que nessa horaeu estava azul de fome, e sem entender botar muita fé no sentido daquela enrolação toda. E, aodesempacotar todaa tralha, minha chefe se deu conta de que havia esquecido as costeletas de porco no hotel. Fora elas, havia peixe, batatas (não sei o que seria dos noruegueses se não fossem as batatas... Eles gostam mesmo de batata, comem com gosto! Até as filipinas dizem que quase não comem arroz aqui na Noruega, e veja, filipino come arroz 3 vezes por dia. Pra um filipino, uma refeição sem arroz não é refeição. Eles dizem "Rice for Power!" nos navios...), saladas e um papilote de vegetais pra cada um. Mas mesmo assim nosso chefe de manutenção/chefe da brigada de incêndio/supervisor do programa ambiental/recepcionista pegou o carro da minha chefe e foi buscar as costeletas.

O lugar era bem agradável, mas tava friozinho, de modos que enquanto esperávamos, começamos a tomar uma cerveja. Havia vinho tinto e branco, água e café. Mas minha chefe tinha planos para o café mais tarde, mal sabíamos nós. Pra matar o tempo, achamos uns patos (selvagens, mas acostumados com gente) e as meninas começaram a dar pão pra eles (apesar dos meus protestos!) e oscoitadinhos coemçaram a chegar bem perto. Então alguém, acho que o cozinheiro, esfomeado, deu a idéia de assar os patos. Daí surgiram fotos toscas...


Pra sorte dos patinhos, as costeletas chegaram! Então almojantamos, e o vinho foi fluindo, fluinod, no frio que foi aumentando, e o calor do fogo deixando a gente de cara quente, sacomé, lá pelas tantaas tava todo mundo zuzubeim....

Então inventam de ir jogar um jogo! E já estava escurecendo na floresta. Mas montaram um jogo de pauzinhos, nos dividiram em dois times, e tínhamos que atirar pauzinhos pra derrubar os pauzinhos do outro time. Claro, com cérebros embebidos em vinho de qualidade duvidosa, e já no luso-fusco, foi uma tarefa praticamente impossível. Voltamos pro redor da fogueira e lá vieram as rodadas de irish coffee - era pra isso que haviam trazido o café.

Dá pra ver os resquícios de luz na no céu... Apesar do friozinho, a noite estava linda...

Nosso time tava ganhando, mas perdeu aos 46 do segundo tempo...

Então a noite caiu com tudo, e a bebedeira coletiva também. Minha chefe arrancou a roupa e foi de skinny dipping no gélido rio. Coitados dos patos! Acho que ao menos a bebedeira dela teve ter melhorado, mas ela queria que todo mundo fosse nadar, imagina... Eu corri da idéia como gato velho ao ver uma bacia d´água. Mas seguimos ali algumas horas ainda, o céu estava estrelado e belíssimo.

Lá pelas tantas (já passava de meia-noite) começaram a chamar táxis. E minha memória está meio embaralhada a partir daí. Sei que a camareira mais velha mal podia andar e estava pendurada em mim, e em certo momento fomos as duas pro chão. Bati a cara no pedregulho, um horror. Mas, chegamos ao hotel são e salvos.

Lars tinha ido caçar, portanto não dava nem pra pedir pra ele vir me buscar. Eu ainda precisava descobrir como chegar em casa. Sabiamente, resolvi deixar minha bicicleta no hotel. As meninas e o cozinheiro ainda queriam ir pra um bar. Confesso, cheguei até a porta, mas dei meia volta, percebendo que seria uma péssima idéia. Fui pra casa pelo píer, No caminho ainda parei num kebab, porque dormir de pança cheia de álcool e vazia de comida não é uma boa idéia. Todo bebum sabe disso...

Domingão acordei sem saber onde eu estava. Levantei e vim até a sala procurar minha mochila, minha carteira, telefone e máquina fotográfica. Tudo em ordem. Deus protege os bêbados e as crianças, dizem por aí....

Minha resistência ao álcool caiu muito desde que vim morar aqui. Quando vivíamos no navio - assim como TODO tripulante, talvez exceto pelo Capitão, rsrsrs - bebíamos praticamente todos os dias, socialmente. Aqui na Noruega, bebe-se apenas nos finais de semana, quando acontece, e por isso o povo bebe tudo de uma vez. Acompanhá-los é difícil, gera arrependimentos e muita dor de cabeça, ainda mais ao acordar no dia seguinte e ver seu rosto machucado sem lembrar como aconteceu (quando caí no pedregulho, &*%¨$#*). Maaaaaaas, também não quero ser hipócrita e ficar criticando os norugas. Afinal, se trabalha pracarvalho por aqui, lazer, se não for outdoors, é caro, e se esse é o jeito deles (nem todos, mas boa parte) se divertirem, deixa os caras. When in Rome, do like the romans, mas não precisa ser toda vez. Afinal, em um ano e pouco que trabalho no hotel, foi a primeira vez que confraternizei com meus colegas, exceto pelo Natal, onde a Gerente estava presente, tudo foi mais comedido, e eu estava de guarda na manhã seguinte. E vai levar um bom tempo pra eu fazê-lo de novo...

Valeu a pena pela lindeza toda do passeio, pelo pessoal agradabilíssimo que trabalha comigo, e nada que duas aspirinas e vários litros de água não resolvessem... Agora eu sei bem o que é um blåtur...

sábado, setembro 25, 2010

Publicidade noruga

Aqui em geral é 8 ou 80. Ou os comerciais são péssimos, cretinos mesmo, ou são excelentes, de altíssimo nível. Tem um par que eu quero apresentar, mas um carece de legenda. Esse não, é possível pescar a mensagem mesmo sem entender o diálogo. Mas se alguém aí tem Tico e Teco de férias, explico. Uma lojinha de imigrantes (bem típica aqui). O tio acha que vai poder assitir TV comendo o último pacote de batatinha frita da loja. Eis que... Notinha - essa versão é a completa. Na tv o filme tem só 30 segundos, mas causou gargalhadas que demoraram pra ir embora, em mim e no Lars, a primeira vez que vimos.



Isso foi pra ganhar tempo, porque tenho um post sobre a excursão da firma que fizemos fim de semana passado. Logo logo...

sexta-feira, setembro 17, 2010

A volta dos poentes...

Num lugar onde o sol nem se põe por algumas semanas, quando ele volta a fazê-lo num horário que nós, seres tropicais, consideramos normal, chama a atenção em dobro. Essa é nossa varanda. Como dizem que uma imagem vale mais que mil palavras... Acho que nem preciso dizer mais...