sábado, março 28, 2009

Show do a-ha para quem não foi

Para quem tiver curiosidade ou saudade, reuni todos os vídeos dos shows de SP e Rio numa palylist do Youtube. Os vídeos obedecem a ordem do set list... Enjoy!




E mais: leia "5 provas de que o a-ha é o que há".

quinta-feira, março 26, 2009

Um post musical ou o tão esperado show do a-ha em São Paulo

Pois é... Quem se lembra do a-ha? Eu nunca tinha esquecido, como toda adolescente dos anos 80. E depois que comecei a namorar o Lars, então, daí que lembrei mais ainda. Mas depois de todo o alvoroço que os rapazes noruegueses causaram por aqui no final dos anos 80, começo dos 90, eles sumiram - ao menos aqui no Brasil. E eu pensava que sumidos estivessem desde então, quando um dia, por acaso, estava escutando música do meu iTunes com o Lars e tocou "The sun always shines on TV". Ele riu, eu também, e perguntei a ele o que virou dos caras. Lars me contou que eles haviam se separado e seguido carreiras solo, e num premio Nobel da Paz haviam se reunido e retomado a carreira. Disse que a música continuava boa, e eles continuavam se apresentando juntos (e solo) pela Europa.

Saí do navio - a novela já foi contada, né? - e fiquei MUITO tempo em casa com MUITO, mas MUITO tempo nas mãos, e ocupando parte desse tempo com minha incansável busca por música. Um dia, numa youtubada qualquer, dei de cara com o a-ha... E daí comecei a procurar... Achei muita coisa na Internet - vídeos, músicas dos discos que eu não conhecia, músicas das carreiras solo de cada um... E me apaixonei de novo pela música deles (e por eles, porque vamos dizer aí, minhas amigas, quem envelhece tão bem??? O Morten e o Magne ainda dão um caldão, hein?). Talvez nem tanto pela música em si, mas pela história e pelas lembranças que elas trazem.

Só quem nunca chorou pelo amor platônico da sétima série ao som de "Hunting high and low" não sabe do que eu estou falando. E os clipes revolucionários (pra época)? E a "tecnologia" toda que precisava ser empregada pra tirar a letra das músicas? Grava o LP numa fita cassete, e daí play, rewind, play, rewind, play, rewind... O Walkman ficava com a pilha gasta, então tirava a fita cassete do Walkman prá rebobinar com uma caneta BIC... Depois de um certo tempo, a fita arrebentava... Ufa, quanto trabalho... Aprendi muito inglês com eles, inclusive na escola a professora analisava algumas letras...

(este primeiro vídeo está com resolução e áudio ruins, mas dá pra ouvir Magne explicando as músicas pra galera...)



(show de ontem, "Hunting High and Low" e "Summer Moved On" emendadas, em versões acústicas exclusivas para a ocasião - na nota longa de "Summer" o Morten deu uma desafinadinha, mas eu perdôo! extraído do Youtube. Obrigada ao povo que postou!)

Então, chegando ao site oficial da banda, resolvi botar lá meu e-mail prá receber notícias sobre shows, afinal, morando na Noruega, pensei, seria bem mais fácil achar um show dos caras por lá. Fiquei curiosa para vê-los ao vivo. E qual não foi minha surpresa quando, em dezembro, recebi um e-mail dizendo que eles tinham um show confirmado em Sampa... Liguei no Ticket Master na hora, mas ainda não sabiam de nada. Tentei ligar no Credicard Hall, nada... Esperei um mês. Em janeiro anunciaram pré-venda de ingressos exclusiva para clientes Credicard Citi. Dia 13 de fevereiro, último dia da pré-venda, comprei os ingressos. Pedi os mais baratos, lá longe. E aguardando. E nesse meio tempo, ouvindo muita música deles, vendo muito material na Internet, de clipes de shows no You Tube a reportagens da TV norueguesa - que ainda por cima me ajudaram no aprendizado do norueguês. Com a Bjorg (professora de norueguês) cheguei até a traduzir um trecho de documentário com o Morten na Somalia.


("Train of Thought", no show de ontem, quando Morten diz "Thank you very much! You are truly a great audience, thank you!". Extraido do Youtube, vídeo feito pelo público. Obrigada por postar...)

Observei, em todo o material assistido e ouvido, que os caras tem "pouca presença", digamos assim. Mas como eu namoro e vou casar com um norueguês, fica mito fácil entender a discreção, distância as vezes, que muitos julgam como frieza, mas na verdade nada mais é do que um traço cultural. Inclusive, numa longa entrevista a uma TV inglesa, eles dizem que já foram taxados de unwilling (com má vontade) pela mídia. Os noruegueses não demonstram muito deslumbramento com nada. Os caras do a-ha acreditam que o sucesso deles foi uma consequência, e que eles nunca conseguiram absorver direito. Por isso deram um tempo, pois estavam saturados da exposição excessiva e da falta de liberdade de criação imposta pela indústria da música.

Os caras enriqueceram e puderam se dar ao luxo de sair em busca do que lhes dava prazer - suas carreiras solo. Eles dizem que nunca brigaram - tiveram divergências sim, mas no processo criativo, não no lado pessoal. E que a cada vez que sentem vontade de trabalhar juntos, o fazem. Sorte nossa, os fãs deles!

Levando tudo isso em consideração, acho que o show de ontem foi ótimo. Poderia ter sido melhor se eu tivesse largado de ser pão-dura e tivesse resolvido ir pra pista! Too late, então vamos a uma crítica realista (uma resenha, digamos assim)... Nós, fãs, sabemos que de vez em quando o Morten erra a letra. Não vejo problema nisso, o cara é apenas humano. Nós, fãs, sabemos que o show deles não é um show de acrobacias no palco, que eles ficam ali nos lugarzinhos deles, de vez em quando fazem uma pequena estripulia (como em "Manhattan Skyline" no show do Frognerparken em Oslo em 2005, em que o Mags até toca guitarra entre as pernas do Morten, que até balanga a poupança. Cena raríssima, por isso ponho o vídeo aqui. Aliás aquele show foi um dos mais empolgados que eu vi - pela internet). Por conta de tudo isso, nós, fãs, que sabíamos o que esperar do show, nos contentamos - apenas ouvir ao vivo já bastava, ao menos prá mim. Acho que eles hoje mandam melhor como músicos do que no passado. Os arranjos novos só evoluem, nunca pioram. A voz do Morten é espetacular, Paul é um puta guitarrista (veja seu trabalho solo, que lembra Beatles em alguns momentos. Além disso, ele é o grande compositor do a-ha), e o Mags é tudo de bom, multifacetado tecladista/guitarrista/artista plástico/cantor/showman).

Já a porcaria da imprensa de música no Brasil... Que vergonha, senhores... Acabaram com o show. Dizem que eles foram apáticos... Que deixaram os maiores hits de fora, se referindo as ruins "Touchy!" e "You are the one", que foram hits apenas aqui na América do Sul. Eu agradeci pelo set list, pois estava certa de que iriam tocar poucas músicas antigas. O show foi sim um presente aos fãs de longa data (e até aos mais novos), e a resposta foi a empolgação. Ainda bem que se detiveram aos hits bons, deixando as músicas piores de fora. E não só eu penso assim (esta entrevista do Morten fala sobre isso)... Eles mesmos dizem que acham algumas músicas ruins... Adorei a terceira música do disco novo, bem a-ha. Só não perdoei "Early morning" ter ficado de fora. Mas são mais de 20 anos de carreira, 8 álbuns, é muita música. Não dava prá querer que tocassem tudo, não é? Li apenas uma matéria neutra, aqui.

Óbviamente na platéia, lááááááááá'em cima no terceiro andar, onde eu estava, não estava tão empolgado assim, e ver os caras do tamanho de um playmobil não ajuda. O som estava baixo, concordo, mas prefiro baixo que distorcido de tão alto. Mas aí a culpa é do Credicard Hall, e não do a-ha. Minha amiga Camila, que foi comigo, teve a mesma impressão - e olha que ela conhece só os trabalhos antigos dos caras...

O que me emputece com a imprensa é que eles passaram um mês puxando o saco do Radiohead, dizendo que seria o show do ano. Porque os caras são cool... Eu vi o show do Radiohead pela TV, e a empolgação do vocalista esquisito e feio foi menor que a do Morten. Mas vai ver se a imprensa falou isso do "show do ano"? Claro que não... Acho que a imprensa deveria se informar um pouquinho mais antes de escrever asneira. E lembrar que há, sim, gente no mundo que ama o a-ha, e não o Radiohead... Acho que muito disso vem da divulgação precária, também. Não precisa chutar o balde e fazer os músicos passarem por isso, por exemplo. Mas que a imprensa podia se informar um pouco melhor, numa época de profusão de informações, antes de ir fazer entrevistinhas ridículas com as caras, isso eles podiam... Todas as entrevistas que vi foram iguais. Mostram total desconhecimento do que eles fizeram durante todos estes anos. Se você fosse o artista, não ficaria constrangido em responder as mesmas perguntas bestas feitas por dezenas de pessoas diferentes durante sua estada no país?

Ainda bem que eles (o a-ha) vem porque querem e não porque precisam. Os fãs obviamente fariam vista grossa aos possíveis defeitos. Caberia a imprensa fazer uma critica um pouco mais objetiva, mas não foi bem assim... Cada um tem seu ponto de vista pessoal, claro, mas judiar dos caras do jeito que fizeram é até covardia!

AMMMEEEEEEIIIIIII o show e agora vou colar os olhos no site oficial deles, já que anunciaram shows no Reino Unido em novembro deste ano. Mas imagino que lançando o disco novo eles toquem na Noruega, e então eu estarei lá novamente... Lars já foi INFORMADO que iremos a um show, onde quer que seja, porque lá no fim do mundo da Noruega (Bodø) eles nunca vão, snif... Mas ainda assim tô mais perto lá do que cá!

Olha o sorrisão do Morten... Apático? De jeito nenhum!

Mags pedindo ao público que cante com eles...

Paul, este sim um pouco tímido... Compenetrado na guitarra.

Set List do show no Credicard Hall, 25/03/2009
“Living a Boy's Adventure Tale”
"The Blood That Moves The Body"
“Cry Wolf”
“Scoundrel Days”
“Manhattan Skyline”
“I've Been Losing You”
“Minor Earth Major Sky”
“Riding The Crest” (será parte do novo álbum)
“Shadow Side” (será parte do novo álbum)
“I Dream Myself Alive”
“Hunting High and Low”
“Summer Moved On”
“Train of Thought”
“The Swing of Things”
"Stay On These Roads”
“What There is?” (será parte do novo álbum)MUITO BOA!
“Forever Not Yours”
“Crying In The Rain",
“The Living Daylights”

Bis
“The Sun Always Shines on T.V.”
“Analogue”
“Take On Me”

Os vídeos todos foram extraídos do Youtube, e foram colocados lá pelas pessoas que assistiram ao show. A qualidade nem sempre é a melhor, mas ainda assim ficou registrada a passagem deles por Sampa. Obrigada galera que documentou e dividiu...Procurei usar os que tem a opção de HD, o que melhora a qualidade de áudio e vídeo.

segunda-feira, março 16, 2009

Nostalgia marítima

Meu primeiro navio, Splendour of the Seas, 74000 toneladas, capacidade para 2000 pasageiros e 750 tripulantes, que foi "home away from home" entre outubro de 1999 e março de 2001, e me levou a 22 países, sendo 9 deles diferentes ilhas do Caribe... Com ele, fiz Caribe (saindo de Miami), Mediterrâneo saindo de Barcelona, Escandinávia (tambem desde a França), Nova Inglaterra e Canadá a partir de Boston, e América do Sul saindo do Brasil e de Buenos Aires)
Mais imagens aqui.


Meu segundo navio, já com outra Cia, a Carnival Cruise Lines. Este era o Carnival Fascination, uma lata velha onde passei um mes apenas... 70000 toneladas, capacidade para 2000 passageiros e mais ou menos 700 tripulantes. Passei a bordo desta meleca o Natal e Ano Novo de 2001 para 2002. Cruzeiros de 3 e 4 noites, com overnight em Nassau nas 3 noites, e saida de Cozumel 10h da noite nas 4 noites. Como estava em treinamento, o regime de trabalho não era muito intenso. Deu pra aproveitar bem as noitadas nas ilhas! Terminando o treinamento (Carnival College), fui transferida para outro navio um mes depois.


O Carnival Victory, com 101000 toneladas, capacidade para 2700 passageiros e quase 1000 tripulantes. Saindo também de Miami, fazendo Caribe Leste (San Juan - Puerto Rico, St Thomas, St Croix e Nassau) e Caribe Oeste (Cozumel, Jamaica, Grand Cayman). Foi minha residência por apenas 4 meses (de janeiro a maio de 2002), acabei pedindo demissão pois o ambiente de trabalho e as condições de vida a bordo eram muito inferiores as da Royal Caribbean International.



Meu quarto navio (de volta a Royal Caribbean), Navigator of the Seas, com 148000 mil toneladas, capacidade para 3600 passageiros e 1200 tripulantes. Saindo de Miami, visitando o Caribe Oeste (Cozumel, Grand Cayman, Jamaica e Haiti), e Caribe Leste (San Juan - Puerto Rico, St Thomas, St Maarten e Bahamas - Nassau). Foi meu lar entre abril de 2004 a janeiro de 2006. Ótimas lembranças... Saí de lá para ir abrir o navio que era o mais novo da frota na época.
Mais imagens aqui.


Perspectiva: Splendour e Navigator lado a lado em Cozumel

Meu penúltimo navio, Freedom of the Seas, com 160000 toneladas, capacidade para 4 mil passageiros e 1400 tripulantes. Foi meu lar entre abril de 2006 e agosto de 2008. Eu participei do "start-up team" do Freedom, embarcando nele no estaleiro em Turku, Finlandia. Saímos rumo a Hamburgo, na Alemanha, depois Oslo, Southampton (Inglaterra), atravessamos o Atlântico em direção a Boston, depois NY, e finalmente, 45 dias depois, Miami, onde faríamos nosso primeiro cruzeiro com passageiros pagantes. A cobertura da imprensa foi colossal por ele ser o maior e mais inovador navio do mundo, além da parede de escalada e pista de patinacçã no gelo, ele tem também uma piscina de surf, o FlowRider. Um espetáculo... Veja mais aqui.


Depois de abrir o Freedom, com a rotina de trabalho insana, estava cansadas, e resolvi procurar trabalho quando uma amiga, tambem Camila, me pediu meu CV pois estavam contratando Head Sommelier numa das Cias para a qual a empresa onde trabalha prestava serviço. Saí do Freedom de férias e fui fazer uma entrevista no Rio, e fui contratada...


Entao, fui parar nisso aí... O menor (48000 toneladas, capacidade para 1600 passageiros e 470 tripulantes)e pior navio onde já trabalhei. Pelas condições de vida a bordo, traços de carater da tripulação (só os muitos brasileiros a bordo eram gente boa) e trabalho semi-escravo... Passei 4 semanas, entre outubro e setembro de 2006 a bordo dele, mas na segunda semana já havia telefonado para a Royal, que estava me esperando. As duas ultimas semanas foram pra juntar grana pra pagar a passagem de volta. A coisa boa do Grand Mistral: Grécia, Tunísia, a ilha de Malta e lugares da França e Italia que pude revisitar.

E para o ano que vem, fica aqui o plano... O mais novo, melhor, maior, mais inovador, mais lindo navio do mundo, o Oasis of the Seas, nova adição a frota da Royal Caribbean International, introduzindo na indústria as suítes loft, zip-line (tirolesa) de 6 andares, The Tide Bar, que sobe e desce três andares, entre outras coisas. Já estamos (eu e Lars) guardando o dinheiro para isso, pois ter trabalhado quase 10 anos (eu - o Lars, mais de 10 anos) em navio e não ir ver de perto esta coisa, não ia dar... Para detalhes:
http://www.oasisoftheseas.com/
http://www.oasisoftheseas.com/video.php

Fica aqui nosso plano, por escrito, pra não perder a perspectiva...





quinta-feira, março 12, 2009

A novela de um visto para a Noruega

Passos para conseguir um visto de noivado para a Noruega:
1) Arrumar namorado norueguês...

Seria muito engraçado começar um post assim, mas não é desta forma... Só quis fazer uma piadinha! Nosso último contrato no navio (eu tinha chegado 4 semanas antes do Lars), Lars me disse que não estava mais a fim de fazer aquilo, tava de saco cheio, e que na Noruega tinha melhores oportunidades. E daí me disse que não voltaria mais para o navio, e que na verdade só tinha voltado porque queria conversar comigo pessoalmente, queria me perguntar se eu iria com ele para a Noruega. Disse que sim. E foi isso. Nós dois pedimos demissão (no navio tudo depende de terminar o contrato ou não, e neste caso nós dois avisamos que terminaríamos o contrato, mas não retornaríamos).

Pra quem tem alguma noção do que é trabalhar numa posição de gerência em um navio com 4000 passageiros entenderia que nas horas vagas tudo que um ser humano quer é desaparecer, e não ter problemas. Então deixamos para verificar como seria a questão de morar na Noruega depois que saíssemos. No início a idéia era morar lá primeiro- pra ver se dava certo., e só então decidir o que fazer dali prá frente. Entretanto já tínhamos acertado que de qulaquer maneira eu não iria para o norte da Noruega no inverno, e que o melhor seria viajar no princípio da primavera. Então combinamos que eu iria visitar o Lars em setembro por algumas semanas, e depois ele viria para o Brasil conhecer minha família.

Cheguei no Brasil dia 25 de agosto de 2008. Como de costume, chegando do navio, por uma semana você só quer dormir. E depois que acordei, fui ver preços de passagem, e caí dura. Afinal, era verão na Europa e as passagens estavam bem caras. Desisti da viagem. Eu e Lars decidimos que então ele viria ao Brasil. Entrei no site do consulado da Noruega. Foi aí que eu descobri que não seria simples. Havia muitas opções, com prazos e requisitos distintos. Então achei no site do consulado um link para o fianceé´s permit, ou permissão de noivado. Conversava com Lars via Skype. Resolvemos entrar com o pedido deste visto, pois eu teria 6 meses para viver lá, sendo que dentro destes 6 meses deveríamos casar. Mas durante a estadia, você tem direitos de cidadão, inclusive permissão para trabalhar.

Bom, lá fui eu - já em Setembro - começando a correr atrás da papelada. Primeiro, nova via da certidão de nascimento, pois a minha estava amarela e caindo aos pedaços. Depois, fui amolar minha amiga Alessandra e seu marido para que fizessem meu atestado de estado civil (um documento que atesta que vc é solteira). Custou R$250 no Vampré, em Pinheiros, mas sabia que 1)nem todos os cartórios da cidade emitem este tipo de doc, e 2)os cartórios em SP tem os serviços tabelados. Ah, e 3) esta porcaria de documento é valida por 3 meses apenas. Neste meio tempo escrevi pro Lars pedindo que ele providenciasse urgentemente:
  • certidão de nascimento
  • contrato de aluguel ou escritura do imóvel onde vive
  • copia do contrato de trabalho atestando os ganhos mensais (se o sujeito ganha menos de 208mil coroas ao ano, eles não emitem o visto)
  • copia das primeiras páginas do passaporte dele
  • atestado de estado civil (solteiro)
  • formulario chamado Guarantee Form for Visits preenchido por ele e carimbado pela polícia da cidade dele
Enquanto isso, comecei a procurar informações na Internet. Foi quando encontrei o blog da Raquel (Vim parar na Noruega, com link em Minha Lista de Blogs). No site do consulado também havia o telefone do tradutor juramentado, prof. da USP Francis Aubert. Aproveitei e perguntei a ele se ele me indicaria algum professor particular aqui em São Paulo. Ele me deu o telefone da Bjørg, e eu de cara comecei a ter aulas na casa dela. Em posse de minhas certidões, fui levá-las a casa do prof. Francis. Já era quase final de setembro.

Em outubro, depois de quase um mês, as traduções ficaram prontas. O preço foi de R$150 por dois documentos. Estas traduções e as certidões originais foram copiadas e autenticadas em cartório. Juntei a isso cópia de todas as páginas carimbadas de meu passaporte. Por sorte, enquanto esperava no cartório, liguei para o consulado no Rio perguntando o que mais era necessário. Me atenderam muito bem, mas me frisaram que eram necessárias TODAS as 32 páginas do passaporte. Tirei todas as cópias também autenticadas.

Então era hora de achar um serviço de despachante para mandar meus documentos ao Itamaraty em Brasília. Pesquisei muito antes. Primeiro, descobri que lá o serviço é gratuito e fica pronto em 24 horas. Se mandar pelo correio, 60 dias! Pensei em ir pessoalmente. Pesquisei preço de passagem, mais hotel, e obviamente desisti. Então fui pesquisar se não havia representação do Itamaraty em SP, a maior e mais importante cidade do país... Não há! Mas há em Florianópolis, Belo Horizonte e Rio. Então liguei no Rio, mas para que eles aceitassem os papéis eles deveriam ter reconhecimento em cartório do Rio, ou seja, passagem de avião (ou busão) mais ums R$100 de cartório, fora outras despesas, não! Pesquisando na net descobri o site da empresa do Sr. Ismael, o Habbiba.com. Liguei (gratis, via Skype) e fui informada que levaria menos de uma semana e o custo era de R$150 por todos os documentos. Mandei a papelada (aproveitei e juntei as traduções dos meus diplomas da faculdade) por Sedex. Pedi que ele mandasse legalizar os documentos no Itamaraty e também na Embaixada da Noruega, conforme instrução do Consulado. Já era começo de novembro.

Os documentos demoraram 2 semanas pra voltar, via Sedex, e só depois do recebimento paguei o Sr. Ismael, por depósito bancário, R$236 reais. O valor aumentou porque na Embaixada da Noruega eles cobram taxas consulares para reconhecer documentos. Eles também retiveram os documentos por alguns dias, por isso a demora. Mas no fim deu tudo certo porque os documentos do Lars chegaram alguns dias depois. Então fui imprimir o formulário Application for a residence permit or work permit. Preenchi com muito cuidado, porque tinha lido no blog da Raquel que ela tinha errado uma coisinha e ficou encucada... Duas fotos de passaporte, e tava tudo certo...

Na última semana de novembro, com tudo em mãos, comprei uma passagem promoção da Gol para o Rio. Caso alguém se pergunte, é porque o Consulado de SP não atende mais a pedidos de visto, é tudo via Rio. Ligamos para a Bernadete, amiga dos meus pais de longos anos, pedindo hospedagem por uma noite. Só então liguei no Consulado marcando a visita (é necessário, senão corre o risco de vc ir até lá e não ser atendido).

A maior coincidência de todas... 2 de dezembro, meu vôo era as 6:50 da matina (por isso barato) e eu tava troncha de sono na sala de embarque, quando alguém me cutuca. Era minha grande amiga Ana Paula, da faculadade, que estava no mesmo vôo, indo para seu novo emprego... Enfim, cheguei no Rio muito cedo, enrolei um pouco e fui para o Consulado, que fica na torre de escritórios do Shopping Rio-Sul (Flamengo/Botafogo?). Levei um chazinho de cadeira, finalmente chegou uma senhora muito loura e muito alta pra me atender.

Ela pegou o envelope com toda a papelada e sentou-se a meu lado. Leu tudo, um por um. Perguntou sobre os documentos do Lars, dise que estavam atrás... Ela leu todos, e na hora do papel do trabalho dele, ela fezas contas... Disse que o visto não é concedido se o sujeito não ganha o mínimo que eles crêem ser necessário para manter os dois. Estava tudo em ordem. Então ela perguntou se eu tinha levado o dinheiro da taxa do visto (R$1058,00, em cash ou cheque). Paguei, ela me deu o recibo, e perguntei a ela quanto tempo levaria, mas ela enrolou e não respondeu. No site da UDI eles dão aproximadamente 4 meses de espera. Também dizem que quanto mais corretos os documentos, mais chance de o visto sair no prazo.

Gastos com o visto:
Cartórios - R$350 (incluindo a certidão de solteira)
Traduções - R$150
Despachante - R$236
Taxa de visto - R$1058
Avião da Gol - R$230
TOTAL - R$2024

Lars chegou ao Brasil uma semana depois. Passamos o mês juntos (detalhes no post Retrospectiva 2008), e ele foi embora dia 6 de janeiro. Assim que ele chegou, foi ao escritório da UDI em Bodø, que só abre 2 dias da semana, e informaram a ele que o meu processo já havia sido enviado, chegou em Oslo dia 22 de dezembro, mas ainda não havia sido aberto. Não sabia se interpretava a notícia como boa ou ruim. Pois e se meus papéis estivessem em Oslo embaixo da pilha de papéis, ao invés de em cima? Do jeito que o mundo vai, tantos seres humanos em condições sub-humanas de vida, se refugiando? Mas era cedo pra pirar. Combinamos que Lars ligaria a cada duas semanas.

No começo de fevereiro ele passou lá uma vez, e disseram que estavam esperando que alguém abrisse o caso em Oslo... Agora, eu sem trabalhar desde agosto, procurando trabalho... Imagina o desespero da mente desocupada... Tinha minhas aulas de norueguês, a academia e o vigilantes do peso, e meus amigos e familia pra me distrair. Mas de vezem quando dava uma crises de ansiedade que não podem ser descritas. Só quem passa por isso entende.

E vc acha que neste tempo poderá se preparar psicologicamente, etc. O engraçado é que eu lembro de quando o Lars estava no Brasil e eu o levei para conhecer a Bjørg, e disse que eu tinha um pressentimento de que este visto sairia antes do esperado... Mas como cabeça vazia é a casa do diabo, a gente fica pensando bobagem. Então tomei uma decisão... Liguei para a Royal Caribbean e resolvi pedir meu emprego de volta. Depois de várias entrevistas frustadas aqui (dizem que as coisas acontecem de acordo com a energia que vc emana, e pedir emprego mentindo... Ou alguém acha que eu ia sair dizendo que estava de mudança programada?), achei que era o mais sensato, pois fazendo um contrato de 4 meses enquanto esperava, recupararia todo o dinheiro que gastei com o visto e outras despesas aqui, podendo repor as minhas economias. E passei a fazer o processo seletivo deles para conseguir ser re-contratada na mesma posição que deixei. Por ser um cargo de gerência, existe todo um processo formal para isso.

Então, na segunda passada tinha pedido ao Lars para pegar a número do processo e ligar para a UDI em Oslo, para saber como ia o andamento do caso. Na terça ele não tinha tido tempo, e eu tinha feito a penúltima entrevista por telefone com o pessoal da Royal lá em Miami. Achei que fui mal... Na quarta feira (dia 4 de março) eu acordei com o telefone. Tinha que ir no vigilantes cedo, mas deu preguiça. Então o alarme do celular tocou mas eu desliguei. Quando tocou de novo, acordei um pouco atordoada, olhei o numero e vi um monte de zeros. Vi que não era o alarme, mas não atendi. Depois de desperta me ocorreu que poderia ser o Lars ligando. Então liguei o computador, e nada dele. Continuei com meus daily chores, a tarde nos falamos via Skype. Sabe um daqueles dias em que a conexão está uma eca? Pois é... Então ele disse que tinha recebido um telefonema da UDI e que eles tinham perguntas para mim, pois estavam tentando me telefonar e não conseguiam... Já pensou se eu tivesse atendido o telefone sonada, e tivesse um cara falando inglês de norueguês - ou pior, norueguês - comigo? Então o sujeito disse ao Lars que talvez ele mesmo pudesse responder as perguntas. 1) Algum de vcs foi casado anteriormente ou tem filhos de relacionamentos anteriores? e Lars, "Não." 2) Vocês vão se casar quando ela chegar aqui? E Lars, "Sim." E o cara disse que tinha mais uma pergunta, mas que não era importante. Ele então disse ao Lars que o visto tinha sido concedido, que eu tinha até 6 meses para chegar na Noruega, e que chegando eu tinha 7 dias pra me apresentar a policia. O consulado no Brasil iria me notificar. Eu paralisei!

Não tinha nem o que falar... Agora é pra valer, por onde começar???

Então, resumindo, do dia que eu entreguei os papéis no consulado até o dia de receber o telefonema foram 3 meses e 2 dias (de 2 de dezembro até 4 de março). Um mês a menos que o estimado pelo consulado e exatamente como o meu pressentimento havia me dito. E vou viajar exatamente quando eu queria, em abril. O friacão começa a ir embora, a primavera chega, casório no verão....

E aquela entrevista da Royal que eu achei que tinha ido mal, eu passei, e ontem fiz outra... Quando chove, alaga! Mas agora a Royal é só uma portaça que eu deixarei aberta caso algo vá mal na Noruega. Mas eu sei que não vai dar... E deixa eu acabar que este post ficou longo... Perdão pelos erros de portuga e typos, mas não tenho saco nunca de reler os posts antes de publicar!